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Sexta-feira, 13 de Maio de 2005 | Horário: 10:18
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Ladeira da Memória: Parelheiros já foi atingida por cometa

A região, na Zona Sul da cidade, é uma das seis áreas do país reconhecidamente atingidas por cometas ou meteoritos há milhares de anos. A cratera tem 3.640 m de diâmetro.

Em 1961, um estudo aerofotográfico revelou que há milhares de anos a região de Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, foi atingida por um meteorito ou cometa, formando uma cratera circular com cerca de 3.640 m de diâmetro, rodeada por relevo colinoso. Reconhecida como uma das seis áreas atingidas por corpos celestes no país, seu solo guarda informações sobre o clima e a vegetação da cidade nos últimos milênios. Análises revelaram a existência de vários tipos de vegetação anteriores à formação da Mata Atlântica. Devido à alta fertilidade do solo, a região é um potencial sítio arqueológico com possíveis vestígios materiais de ocupações humanas pré-históricas.

O nome “Colônia” deve-se à primeira leva de imigrantes alemães assentados na região em 1828, por determinação de D. Pedro I. Cem anos depois, iniciou-se um complexo processo de ocupação da área. A construção das represas Billings e Guarapiranga atraiu clubes náuticos e loteamentos de alto padrão. Nos anos 30, a abertura do ramal ferroviário para Santos gerou um surto industrial em Santo Amaro, intensificado por planos urbanísticos posteriores.

Nos anos 70, os herdeiros venderam um terço da Cratera a uma empresa privada. Na década seguinte, após a abertura da rodovia em direção a Parelheiros, o Governo estadual desapropriou parte da área para instalação de um Complexo Penitenciário, mas apenas o presídio foi construído. A partir de então, a região passou a ser objeto de especulação imobiliária para a população de baixa renda, acelerando o crescimento da ocupação irregular.

As legislações federal, estadual e municipal de uso e ocupação do solo, respeitadas as restrições de cortes de vegetação de grande porte, permitiriam o assentamento de mais ou menos 300 pessoas nesta região. No entanto, hoje se estima aproximadamente 20 mil moradores na área.

Em 1995, com base em estudos do Departamento do Patrimônio Histórico, foi aberto o processo de tombamento da Cratera para proteger: a camada de preenchimento sedimentar, de valor científico para o estudo das oscilações climáticas globais; a estrutura geomorfológica da depressão; a cobertura vegetal de floresta típica de Mata Atlântica e os cursos d’água da área.

Em 2001, foi criada a Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, abrangendo a Cratera. Atualmente, cientistas e universitários realizam importantes estudos multidisciplinares com o objetivo de preservar esse reconhecido patrimônio de valor histórico, cultural e ambiental.

Fonte: Departamento do Patrimônio Histórico (DPH)


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