Prefeitura de São Paulo

Quem passar pelo Vale do Anhagabau nesta semana poderá conhecer um pouco mais da história do Brasil. A cidade de São Paulo recebeu nesta terça-feira (20) o Museu-Caminhão Sentimentos Da Terra, que exibe gratuitamente filmes e paineis contando a história da luta pela terra no país. A entrada é gratuita.

De Canudos às marchas camponesas, o museu reúne 11 curta-metragens que mostram sob diversos ângulos o problema da terra no Brasil. Além disso, há painéis biográficos de lideranças camponesas como Sepe Tiaraju e Elizabeth Teixeira (protagonista do filme 'Cabra Marcado para Morrer') e de personagens que ajudaram a trazer à luz a luta no campo, como Euclides da Cunha e D. Pedro Casaldáliga.

Os filmes são narrados por artistas como Wagner Moura, Maria Bethania, Gilberto Gil, Chico Buarque, Regina Casé e Caio Blat. Todos cederam suas vozes sem custo para o Sentimentos da Terra. "Esse caminhão reúne o antigo com que há de mais moderno para contar uma dimensão da história do Brasil que tem tudo a ver com a gente", diz Heloísa Starling, coordenadora do museu.

O espaço conta com livros de fotografia de Sebastião Salgado, estação de computadores com acesso à internet e uma biblioteca com centenas de autores relacionadas ao tema. Há também um painel interativo com notícias e uma área onde os visitantes podem se fantasiar de personagens do campo (como o jagunço) e tirar fotos - as imagens são enviadas aos visitantes por email sem nenhum custo.

"É um conteúdo acadêmico com linguagem acessível", explica Pauliane Braga, também coordenadora do espaço. "O museu faz isso numa linguagem acessível, de maneira lúdica e prazerosa - o visitante vai poder brincar aqui", afirma Heloísa.

O museu-caminhão tem ainda sessões de karaokê e de teatro, encenadas três vezes por dia. Equipes de estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se revezam para encenar as peças e atuarem como mediadores culturais no local. "O Sentimentos da Terra também é um projeto de formação", diz Heloísa.

As amigas Kelly Nascimento e Darlene Milene trabalham no centro e aproveitaram o horário de almoço para conferir o espaço. "A abordagem é muito boa, todos deveriam ver", diz Kelly. "A estrutura é ótima e o espaço é muito legal", completa Darlene.

O Museu-Caminhão Sentimentos da Terra ficará aberto até sábado (23), das 10h às 18h. A visita de turmas escolares pode ser agendada pelo telefone (31) 9158-0075, ou pelo e-mail sentimentosdaterra@gmail.com. Na próxima semana, o projeto deve desembarcar no Céu Cantos do Amanhecer, no Campo Limpo, zona sul da capital paulista.

Histórico
O Museu-Caminhão é uma iniciativa do Núcleo de Pesquisa, Documentação e Memória da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em 2010, o projeto firmou convênio com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e passou a trabalhar na adaptação do caminhão que viria a se transformar em museu itinerante - processo que levou mais de um ano.

Desde março de 2013, o Sentimentos da Terra percorreu sete cidades (Belo Horizonte, Jequitibá, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Limeira, Araçoiaba da Serra e Goiânia) além de São Paulo, onde chegou em parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Parceria. Entre os dias 19 e 22 de setembro, o museu-caminhão estará em Diamantina (MG), onde participará do Festival de História. Mais informações podem ser encontradas na página do espaço no Facebook.

FOTOS
Cesar Ogata / SECOM

Foto 1 - Museu-caminhão Sentimentos da Terra está instalado no Vale do Anhangabau

Foto 2 - Exposição ficará em cartaz no local até sábado

Foto 3 - Instalação traz paineis que ilustram a luta por terra no país

Foto 4 - Visitantes têm acesso à internet em estação de computadores

Foto 5 - Uma biblioteca com livros sobre o tema está entre as atrações do museu

Foto 6 - Museu-caminhão tem ainda sessões de teatro, encenadas três vezes por dia

Foto 7 - Painel interativo traz notícias sobre as lutas do país

Foto 8 - Visitantes poderão tirar fotos fantasiados de personagens do campo