Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania

Tekoa Yrexakã e da Tekoa Itakuaju/Guarani M´bya

Lideranças: Cacique Nino Mirinju (Yrexakã) e Luciana (Itakuaju)

Foi realizada a visita técnica na Terra Indígena Tenondé Porã, nas Tekoas Yrexakã e Itakuaju, localizadas no extremo Sul do município de São Paulo, a cerca de 56,5 km de distância do centro histórico de São Paulo. Seguindo a estrada de asfalto Engenheiro Marsilac até o CRAS Marsilac e depois a estrada de terra até o território, foram 3 horas de carro até Yrexakã e mais 2km andando até a Itakuaju.

Cacique Mirinju é conselheiro titular (representante da sociedade civil de Yyrexakã) do Conselho Municipal de Povos Indígenas de São Paulo (COMPISP). 

Trata-se de uma Terra Indígena dentro da APA (Área de Preservação Ambiental) de vegetação nativa da Mata Atlântica. Grande parte do trajeto até a área urbana mais próxima é uma estrada de terra.

Existem 7 famílias, com 12 crianças e cerca de 30 pessoas. As lideranças relataram que esse número já foi maior, no entanto, devido às dificuldades de acesso e equipamentos e políticas públicas, as famílias se viram obrigadas a procurar outras aldeias para morar. Não contam com escola indígena para as crianças, logo estão em diálogo com o CECI (Centro de Educação e Cultura Indígena) para viabilizarem a ida dos professores de Parelheiros até Marsilac para dar aulas.

Apresentam como demanda a falta de infraestrutura e de iluminação das estradas que dão acesso à Tekoa. A precária condição das estradas dificulta o transporte das cestas alimentares que são entregues pelo programa Cidade Solidária, por exemplo, bem como o acesso de profissionais da saúde, educação, assistência e outros do poder público ao local.

Estas Tekoas foram beneficiadas pelo projeto “Construir com a Universalização do Saneamento no Extremo Sul da Cidade de São Paulo” do Instituto Ambiental, via Emenda Parlamentar Janaina Lima, que visa a instalação de saneamento ecológico para o tratamento de esgoto no Terra Indígena Tenondé Porã.

Durante a visita, formam registradas imagens dos materiais que estavam na área a serem instalados. As lideranças indígenas relataram que os materiais estavam na aldeia há cerca de 4 meses, sem a instalação dos sistemas de esgoto dos banheiros. Queixaram-se da estrada, que em tempos de chuva fica ainda mais precária.

Queixaram-se também da falta de segurança pública, deixando a comunidade em risco iminente de invasão e intrusão. Em se tratando das aldeias mais afastadas, essa situação se agrava, vez que em caso de risco não conseguem acionar a polícia pelo fato de não terem sinal de telefone, contando apenas com o sinal de internet que oscila com a chuva constante no território.