Prefeitura de São Paulo

Uma leitura dinâmica, com visual colorido e que pode apresentar textos complexos, mas escritos de forma acessível para seus leitores. Assim são as HQs, que completam 156 anos nesta quarta-feira (29), Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos. Os interessados por este gênero contam com vários equipamentos culturais da Prefeitura, como a Gibiteca Henfil, no Centro Cultural São Paulo e a gibiteca da Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, ambas na região central,  além da biblioteca digital BiblioSP,  para maratonar os milhares de exemplares disponíveis.

A Gibiteca Henfil tem um catálogo com mais de 10 mil títulos, entre álbuns de quadrinhos, gibis, periódicos e livros sobre HQ, com um espaço totalmente dedicado a zines – impresso artístico de formato livre e independente, sucesso nos anos 60 e 70.  Entre as raridades, um fac-símile da primeira revista do Super-Homem, a primeira revista da Mônica (criação de Mauricio de Sousa) e até alguns exemplares da ‘Tico Tico’, a primeira revista a publicar quadrinhos no país.  A Gibiteca funciona de terça a sexta-feira, das 10h às 20h, e aos sábados, domingos e feriados de fim de semana, das 10h às 18h. Os leitores podem emprestar até dez HQs, entre os exemplares circulantes. 

No Centro Cultural também há aulas gratuitas de produção artística de zines-diários. Lá são ensinadas técnicas introdutórias de gravura e impressão. O projeto “Xilo-Zine: experimentos gráficos em artesanias impressas” ocorre às sextas, das 14h às 20h. Com classificação livre, não é necessária a inscrição prévia para participar da atividade. 

Na Vila Buarque, a gibiteca da Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato conta com mais de 4.400 exemplares de quadrinhos e mais de 2.300 coleções de gibis e mangás, além de boardgames e locais de leitura imersivos para os frequentadores. O espaço fica em frente à área de convivência da biblioteca e ao lado da sala juvenil para crianças. Seu horário de funcionamento é o mesmo da biblioteca infantojuvenil Monteiro-Lobato: de segunda a sexta-feira das 8h às 17h, e sábados das 10h às 14h. 

As HQs, gibis e mangás também podem ser encontrados todas as bibliotecas administradas pelo núcleo vinculado à Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa que, por sua vez, recebem os exemplares e disponibilizam gratuitamente à população. Os títulos são selecionados e distribuídos pela Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas (CSMB).

 Digital

Na plataforma BiblioSP, um serviço de streaming on-line e gratuito oferecido pela Prefeitura, é possível encontrar uma seleção especial de gibis entre os mais de 17 mil títulos disponíveis na plataforma. Com obras em português, inglês, espanhol, francês e alemão, é possível ler on-line e consultar quais acervos estão disponíveis em cada biblioteca, solicitando reserva por e-mail.  

Entre as histórias em quadrinhos emblemáticas que constam no BiblioSP estão volumes da Marvel Comics – como Guerra Civil (2017); Zumbis Marvel (2014) e Invasão Secreta (2015) - e da DC Comics – Batman: Piada Mortal (2011); Superman: Entre a Foice e o Martelo (2017); Liga da Justiça: Origem (2017) e Batman: Ano Um (2005), assim como quadrinhos brasileiros da Graphic MSP. Entre eles, destacam-se Jeremias: Pele (2018); Tina: Respeito (2019) e Mônica: Força (2017); e produções independentes como “Cumbe” (2014); “Angola Janga” (2017); todos "Bob Cuspe” (2015); “Achados e Perdidos” (2012),; "Tungstênio” (2014) e “Daytripper” (2011). 

Modo único de contar histórias

As histórias em quadrinhos começaram a existir no Brasil no XIX. Tiveram início por meio de charges, até se solidificarem com a publicação do primeiro quadrinho brasileiro: “Nhô Quim”, de Ângelo Agostini, publicado em 30 de janeiro de 1869.  Sua composição, misturando elementos textuais e imagéticos, as tornam um produto cultural único de contar histórias. 

De acordo com Hugo Abud, especialista de quadrinhos da CSMB, a mistura de textos e imagens ajudam a criar uma narrativa que não pode ser replicada em outras mídias, além de sua flexibilidade bastante rica, podendo recorrer a estilos de desenhos diferentes, simbolismos distintos, o uso – ou não - dos balões de fala para a narrativa. “Essa interação entre texto e imagem cria uma experiência de leitura dinâmica com o leitor. Então, as HQs participam ativamente na interpretação dessas nuances visuais e narrativas. Abordam temas complexos de forma acessível”, enfatiza Abud. 

Pela leitura dinâmica e o bom gatilho de atenção com os visuais coloridos, os quadrinhos formaram uma forte base na cultura e na formação socioeducacional. Por protagonizarem esse papel importante, protagonizam uma grande ocupação dentro do imaginário coletivo, sendo lembrados e consumidos em massa por gerações diferentes. Hugo Abud exemplifica a questão, lembrando das maiores bilheterias do cinema, com três dos dez filmes mais vistos da história baseados em histórias em quadrinhos, principalmente da franquia “Vingadores”, da Marvel Comics.  “Para mim, socialmente, elas têm o poder de refletir e questionar essa realidade. Abordam temas de identidade, justiça social, política e cultura. São um meio importante de representação das minorias, que agora está sendo muito discutida. Acho que também enxerga um pouquinho da memória cultural das comunidades. Há HQs que são produzidas em bairros da cidade de São Paulo, por exemplo”. 

 Serviço

Xilo-Zine: experimentos gráficos em artesanias impressas 

Todas as sextas-feiras, das 14 às 20h 

Endereço: Folheteria do Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000 - Liberdade) 

Ingresso gratuito 

Classificação livre 

Gibiteca na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato 

De 2ª a 6ª feiras, das 8h às 17h. Sábados, das 10h às 14h 

Endereço: Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato - Rua General Jardim, 485 - Vila Buarque 
 

Gibiteca Henfil 

Aberta de terça a sexta, das 10h às 20h. Sábados, domingos e feriados no fim de semana, das 10h às 18h. 

Endereço: Centro Cultural São Paulo | Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso.