Prefeitura de São Paulo

Em celebração ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, relembramos a trajetória inspiradora das "3 Marias do Ipiranga" — três irmãs que deixaram um legado duradouro no bairro do Ipiranga e na cidade de São Paulo. Filhas do Conde José Vicente de Azevedo, renomado benfeitor da capital paulista, essas mulheres se destacaram pelo compromisso com a educação, a cultura e a assistência social.

Maria Angelina

Pioneira na educação, foi uma das primeiras mulheres a se formar em magistério no Colégio Nossa Senhora de Sion. Dedicou sua vida ao trabalho social, ajudando a manter o Asilo de Meninas Órfãs Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga, fundado por seus pais. Entre 1906 e 1932, coordenou a edição do "Boletim da Devoção de São José", distribuído gratuitamente. Também registrou a história e os feitos de seu pai em um livro biográfico, perpetuando sua memória.

Maria Carmelita

Em uma época em que mulheres ao volante eram raridade, Maria Carmelita fez história ao se tornar a primeira mulher paulista a obter carteira de motorista, em 1927. Ela era frequentemente vista conduzindo seu Ford Modelo T pelas ruas do Ipiranga. Seu legado social inclui a fundação da Clínica Infantil do Ipiranga, em 1931, que mais tarde se tornou o Hospital Dom Antônio de Alvarenga, uma referência em pediatria na cidade.

Maria Thereza

Dotada de grande talento musical, estudou piano com renomados mestres como Luigi Chiaffarelli e José Ferraz de Almeida Júnior. Para além da música, Maria Thereza se dedicou a atividades filantrópicas, integrando a Federação Mariana Feminina e atuando como tesoureira da Fundação Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga (FUNSAI) por 11 anos.

Legado que atravessa gerações

As três irmãs foram mulheres à frente de seu tempo. Suas ações sociais, culturais e educacionais transformaram o Ipiranga e inspiraram gerações. O trabalho delas segue vivo nas instituições que ajudaram a construir, simbolizando o protagonismo feminino na transformação social do bairro e da cidade de São Paulo.