Descrição

A mostra CANTOS focaliza o labirinto das paixões, encontros e desencontros humanos. Seu título faz alusão ao universo da canção popular, como explica seu autor, Hélio Schonmann: “Nossos grandes compositores populares falam sobre sentimentos de uma forma que me encanta. Meu imaginário está povoado pelas músicas que ouvi ao longo da vida e essa poesia vai impregnando tudo que faço. Ao homenagear nosso cancioneiro popular, tão rico, a mostra celebra a arte, sua importância no cotidiano. Ao celebrá-la, penso que celebra a própria vida.” Hélio reflete sobre a produção das obras da exposição: “Quase todas foram criadas durante o isolamento forçado pela pandemia, período marcado por sensações de imensa fragilidade. A alta ‘temperatura’ emocional dos trabalhos nasce também dessa circunstância”. As figuras representadas estão inseridas em caixas de madeira - espaços de confinamento, de limitação, onde esses personagens habitam e de onde, por vezes, extravasam.

As peças são estruturadas a partir de sucata de papel e papelão. Esses materiais constituem a base da massa de modelagem, aglutinada e compactada com cola branca (PVA). As camadas vão sendo adicionadas progressivamente, num processo de lenta secagem. A elaboração de cada escultura se estende, assim, por meses. O resultado dessa compactação em camadas é um material denso e resistente, que pode ser também entalhado com estilete e que permite a elaboração de uma gama infindável de texturas. O suporte de madeira em forma de caixa imprime um caráter objetual às esculturas.

Os visitantes são convidados a sentir as peças da mostra através do toque: ”Busco sempre uma maior aproximação com o público. Procuro conquistá-lo, envolvê-lo num universo de sentimentos e sensações. O toque nas peças é um recurso importantíssimo para atingir esse objetivo. Penso que o toque tem o condão de romper a aura de sacralidade e distanciamento que envolve a ideia que fazemos de ‘arte’. A celebração que proponho torna-se, assim, mais íntima. O visitante vai se aproximando com seu corpo, seu olhar, sua pele – toda sensibilidade do observador vai sendo mobilizada. A relação do público com a mostra ganha vibração, torna-se lúdica. Crianças e adolescentes, em especial, sentem um impulso natural para tocar nas esculturas. Estimulo ainda mais esse impulso, criando texturas sugestivas e variadas. Todo meu trabalho é marcado por uma acentuada fisicalidade.”

Convite Especial Para Pessoas Sem Visão:

A fruição tátil garante, na mostra, total acessibilidade para pessoas sem visão ou com baixa visão. O artista vem contemplando de forma muito especial esse público, nos trabalhos que realiza: “Os projetos que produzi nos últimos anos estimulam sempre a fruição tátil, com resultados muito gratificantes. CANTOS não será diferente. A UMAPAZ é um espaço de inclusão cultural no sentido amplo. A exposição constitui mais um elo, nessa corrente inclusiva tão positiva e necessária, promovida pela instituição. “
(fonte: Hélio Schonmann)

Artista

Nascido em São Paulo, SP, 1960. Artista visual e professor. Desde os anos oitenta vem realizando mostras individuais em museus e galerias de São Paulo, Praia Grande, Jundiaí, Campinas, Santos, entre outras localidades. Vem participando de mostras coletivas e trabalhos colaborativos de arte urbana no Brasil, Argentina, Alemanha, Itália, China, Cuba, México, EUA, Índia, Japão e França. Sua obra está presente no acervo de instituições públicas e privadas, tais como: Pinacoteca do Estado de São Paulo; Museu de Arte Contemporânea de Botucatu; Museu Olho Latino (Atibaia); Pinacoteca Aldo Locatelli (Porto Alegre); Pinacotecas Municipais de Araraquara, Jundiaí e São Caetano do Sul; Museu do Estado de Pernambuco (Recife) e a própria Galeria Nilton Zanotti, entre outros. Entre 2012 e 2014 idealizou e produziu os ciclos de mostras coletivas VI(VER), contemplados pelos editais ProAC, realizando doze mostras coletivas na capital, interior e litoral paulista. Entre 2016 e 2021 realizou itinerância expositiva por cinco municípios paulistas com seu projeto TOQUE - INSTALAÇÃO EM PROCESSO | AUTORIA COPARTILHADA, mobilizando mais de trezentos coautores na criação da obra, composta por autorretratos em relevo.

www.paisagensdocorpo.blogspot.com  

www.itineranciasp.blogspot.com 

Coordenação

Helena Quintana Minchin 
Arquiteta Urbanista (UMAPAZ-1)