Diálogos para uma Educação Antirracista
Dias: 17/6 e 24/6 quintas-feiras
Horário: 15h às 17h
Inscrições encerradas. Vagas esgotadas.
Descrição
Por meio de um diálogo orientado, onde o posicionamento pessoal é de legítima importância, criaremos oportunidade de um compartilhamento mais efetivo sobre o antirracismo e o sentido de identidade que o acompanha, e desta maneira, também compreender os limites colocados para si e para a outra pessoa.
A ideia de diálogos com fundamento na Educação Antirracista, é tomá-la como pauta transversal, iniciando, junto aos participantes, uma perspectiva que possibilite ver cada um dos elementos da sociedade, da política e da cultura, dissecando-os no que reside de mecanismos racistas dentro deles. Neste sentido, levantar a não existência de raça ou o não sentido racial é fora de questão, já que o antirracismo busca observar exatamente o contrário.
Enxergar a estrutura racial e suas características é possibilitar o combate às suas violências e proporcionar outras maneiras de criação do mundo. O primeiro passo para isto é assumir o mundo intensamente violento no qual vivemos.
Conteúdo Programático
1º dia - Identidade e Letramento Racial
O Brasil, desde sua violenta concepção colonial, fora fadado à grave crise de identidade. O nacionalismo é um impulso recente, levantado por discursos nostálgicos de símbolos culturais (futebol, carnaval, etc.) ou ainda de perigosos símbolos nacionais cuja bandeira e seu lema “Ordem e Progresso” carregam, e que, enquanto no senso comum, ninguém entende ao certo seu significado.
Mas então o que resta? Um povo diverso, constituído por faces diversas, formas de falar e pensamentos contradizentes, que não conseguem se entender como população. Todo esse conflito que muitos irão negar a existência, advém de um deturpado senso de identidade, e neste sentido, o quão grave isso pode ser?
Numa estrutura racista, há duas medidas que podemos destacar: enxergar a raça e combater a diversidade com violência direta (o típico racismo eugênico), ou então, não enxergar a raça e apagar a diversidade com uma violência passiva (o racismo negacionista). O Brasil optou pela segunda medida. Assim, desenvolveu um povo racista, analfabeto racial e que não consegue enxergar questões estruturais, na medida em que não enxerga o outro e a si mesmo. Este primeiro encontro buscará refletir sobre a complexidade destas questões.
Bibliografia:
- FANON, Franz. Pele Negra, Máscaras Brancas. 1952.
- SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: Raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. 2012.
- SAID, Edward W. Orientalismo o oriente como invenção do ocidente. 1990
- FERNANDES, Florestan. Brancos e Negros.
- MBEMBE, Achille. Necropolítica, biopoder, soberania, estado de exceção e política da morte. 2018.
2º dia - Eugenia e Racismo no Brasil
O entendimento histórico do Brasil por meio de uma boa investigação historiográfica é muito importante na vivência e reflexão acerca dos embates raciais brasileiros. Parece intenso o que se pode dizer a seguir, mas pelas palavras do próprio mestre indígena Ailton Krenak: “Nós estamos em guerra”, e esta guerra não é de hoje. Ela é presente há muito tempo, e em seu andamento, a estrutura racista brasileira possui larga vitória, não apenas por sustentar em sua história o grande genocídio de muitos, mas também por definir dentro do status quo o lugar de cada pessoa.
Os meios de comunicação de massa e os bens culturais com maior valorização na sociedade em que vivemos procuram limitar a vida das pessoas não brancas, determinando qual papel devam ocupar no contexto social. Desta forma, neste encontro traçam-se alguns pontos importantes da história brasileira que evidenciam os lugares direcionados à população negra e indígena, que com algumas exceções, continuam sendo os mesmos espaços de hoje.
Bibliografia:
- ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. 2018.
- NASCIMENTO, Abdias. Genocidio do Negro brasileiro processo de um racismo mascarado. 2016.
- DIWAN, Pietra. Raça Pura, uma história da eugenia no Brasil e no mundo.
- BARBOSA, Ana Paula Silva. A reprodução do racismo a partir do uso das obras de Monteiro Lobato na atualidade. 2016.
- LOURENÇO, Mikelane Everllyn Alves. Representação Social do Negro na Telenovela “Da cor do Pecado”. 2013.
- GRIJÓ, Wesley Pereira. SOUSA, Adam Henrique Freire. O negro na telenovela brasileira: a atualidade das representações. 2012.
- JR. BARRETO, Jurandir Sá. Raça e Degeneração. 2010
- WEGNER, Robert; SOUZA, Vanderlei Sebastião de; CARVALHO, Leonardo Carvalho de. Eugenia, biopoder e políticas da morte em tempos de pandemia. 2020.
Facilitação
Thiago Iaqeb Ahmose
Quadrinista e estudante de Licenciatura em Geografia pelo Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia campus São Paulo. Pesquisador do Nordeste Africano - a região chamada de Egito, cujo nome originário africano seria Kemet. Vivente na espiritualidade do Antigo Kemet sob a perspectiva linguística, na leitura e escrita do Medu Neter (conhecido como Hieróglifo). Os estudos de raça não são uma área de expertise, mas uma vivência que trouxe leituras, diálogos e enfim possibilidades pedagógicas, já que para uma pessoa negra no Brasil, falar de raça não é um foco, mas uma questão de sobrevivência.
Coordenação
Pedro Cardoso Smith
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Público: Interessados
Vagas: 20
Dias: 17/06 e 24/06 (5ªs feiras)
Horário: das 15h às 17h
Local: Plataforma Google Meet
O CURSO SERÁ OFERECIDO NA MODALIDADE À DISTÂNCIA, NA PLATAFORMA GOOGLE MEET, E ASSIM QUE VOCÊ FIZER SUA INSCRIÇÃO E CONFIRMAR SUA PRESENÇA, RECEBERÁ INFORMAÇÕES SOBRE COMO PARTICIPAR DAS AULAS VIRTUAIS.
Inscrições encerradas. Vagas esgotadas.