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O pedagogo Caetano Norichika, antigo estagiário e voluntário da Coordenação de Educação Ambiental da Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz, agora é professor da oficina “Educação para Sustentabilidade na Primeira Infância”. São 8 encontros por turma, com atividades participativas, baseadas em metodologias ativas de aprendizagem (como a sala de aula invertida), na qual os próprios cursistas também deverão ministrar conteúdos para a turma. Na quinta-feira, dia 09/05, foram iniciadas duas turmas do curso na UMAPAZ, uma da manhã e outra da tarde, animadas com a abordagem pedagógica do educador ambiental e com a proposta de um passeio pelo Viveiro Manequinho Lopes no encontro final.

Para uma rodada de apresentação, Caetano propôs a brincadeira “Arca de Noé”, retirada do livro “Vivências com a Natureza: Guia de Atividades Para Pais e Educadores” de Joseph Cornell, para a qual foram distribuídas cartas de animais aos pares – mas apenas uma por aluno - no intuito de que cada um encontrasse o seu par sem fazer sons, só pela mímica. Foi bem engraçado e descontraído, com baratas, cachorros, onças e bicho-preguiças pela sala. Depois houve um tempo de conversa entre os pares seguido de uma rodada de apresentações cruzada (cada um falava sobre a sua dupla), antes do início da parte teórica do curso.

A Primeira Infância é a fase do 0 aos 6 anos de idade da vida da criança. Uma referência de peso na área utilizada para a estruturação do curso é a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, que disponibiliza dados e pesquisas sobre a Primeira Infância. Segundo dados de 2021, por exemplo, elas correspondem a aproximadamente 10% da população brasileira. Essa foi uma informação trazida por Caetano para ressaltar a importância do olhar atento às crianças, além das evidências científicas sobre a importância do afeto na formação das estruturas cognitivas e psicossociais dos indivíduos.

Nesta fase o aprendizado é contínuo e ininterrupto, por isso os estudos do desenvolvimento neurológico das crianças na Primeira Infância são tão essenciais. A aula introdutória do curso trouxe bases de Piaget e Vigotski para compor o entendimento sobre o assunto. A visão holística no desenvolvimento da aprendizagem, o papel da linguagem, a aprendizagem colaborativa, a zona de desenvolvimento proximal e a importância da natureza em tudo isso.

Por fim, ao som de uma paisagem sonora da natureza com pássaros, insetos e ventos – levemente amplificados pelo ventilador em sala de aula -, Caetano propôs um exercício de respiração numa espécie de meditação guiada, com um tempo reservado para a contemplação dos sons somente. “O que veio à cabeça?”, perguntou ao final do exercício. Diversas lembranças vieram à mente de todos, boa parte trazia sensações como cheiros, temperaturas, sabores e cores. As memórias sensoriais, emotivas, intensas ou reconfortantes demonstraram o poder e a influência da natureza na constituição do sujeito. As histórias foram muitas, das mais diferentes, mas todas diziam sobre a relação estabelecida entre os sentidos, a natureza e o ser, desde sempre até agora.