Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente
Mostra UMAPAZ traz 3 artistas mulheres
A Mostra UMAPAZ do mês de junho teve como objetivo proporcionar a apreciação artística neste espaço público, para enriquecer a experiência dos visitantes. Até o dia 28/06/2024, ficaram expostas artes de três artistas mulheres que de alguma forma têm história com este lugar. A arte reforça a metodologia de aprendizagem autônoma, valor da UMAPAZ, pois cada indivíduo é encorajado a explorar suas próprias ideias e seus sentimentos em relação às obras.
A montagem da Mostra foi coordenada pela Arquiteta Helena Quintana Minchin durante o horário de funcionamento da UMAPAZ, o que permitiu interações valiosas entre as artistas e o público. Todos os participantes, incluindo os artistas, atuaram de forma voluntária, com responsabilidade pelo transporte e pela montagem das obras, sem qualquer vínculo financeiro ou comercial com a UMAPAZ/SVMA.
Inicialmente, Helena convidou Ju Girotto e Silvia Gonçalves, mas conforme a montagem foi acontecendo, a sua aluna de Recursos Paisagísticos, Renata Dallari, comentou que retomou as artes plásticas e discorreu sobre um conjunto de desenhos feitos com giz de cera para compor um “Jardim Encantado”. Nisto, Helena não hesitou nem um minuto para convidar Renata para expor também.
O “Jardim Encantado” de Dallari representa a sua forte conexão com a natureza e trouxe peças lúdicas e espontâneas de seu trabalho artístico. Com traços energéticos, ela compôs imagens que convidavam o espectador a imaginar também, adentrando a forma, mas escapando um pouco do óbvio. Era “Um belo passeio no Jardim Encantado”. Renata Dallari também é Designer de Interiores e Paisagista e vem conciliando as artes plásticas com essas outras profissões. Ela acredita que a arte é um propósito e que como Artista Plástica pode “inspirar e conectar as pessoas estimulando o imaginário”.
Já a exposição "Natureza Líquida", de Ju Girotto, surgiu como resultado da sua viagem recente ao Belém do Pará, em janeiro de 2024. As aquarelas apresentadas capturam as relações de sombras e espaços nas folhagens, explorando as proporções entre cheios, vazios e transparentes. Segundo a artista, as pinturas refletem a sua interpretação da região. Não é à toa, então, que os trabalhos fazem forte alusão aos rios da paisagem nortista.
A artista vem desenvolvendo a sua técnica da aquarela desde 2015 e esta exposição marca uma nova fase de sua vida. Graduada em Arquitetura e Urbanismo, seguiu para as artes plásticas e frequentou diversos cursos na área, como Aquarela com Dudi Maia Rosa. O seu trabalho abrange desenho, lettering, aquarela, gravura, pintura a óleo e acrílica sobre tela. Geralmente, é com esta última técnica que, em representações figurativas, por vezes chega em abstrações de folhas e paisagens. Desta vez, no entanto, Ju ficou inspirada para testar representações abstratas e objetivas de elementos da natureza.
Ju Girotto já participou de uma série de exposições em sua carreira, sendo premiada em 2017 e 2018 no Concurso de Artes Plásticas do Club Athletico Paulistano e em 2018 na Mostra ACESC de Artes Plásticas. Em 2019, participou da Printa Feira/Feira de Arte Impressa no SESC 24 de Maio para o Festival Aprender (FESTA) e finalmente, em 2021, depois da pandemia, retomou as exposições com “Folhas em Série”, na UMAPAZ. Por isto, foi muito emocionante poder exibir o princípio de uma nova fase da sua carreira com “Natureza Líquida”, na UMAPAZ, agora em 2024.
E “Evolução”, de Silvia Helena do Carmo Gonçalves, é uma exposição de uma série de temas que a atraem dentro do seu cotidiano. As suas representações artísticas dizem sobre esses seus deslumbres com certas coisas da vida, mas a arte em si tem um papel muito maior em sua vida.
O desenho a acompanha desde quando era pequena, só que voltou a ter uma função primordial no seu dia a dia após a sua aposentadoria. Silvia Helena do Carmo Gonçalves se formou em Artes Plásticas pela FAAP em 1980 e atuou com Desenho desde então. No entanto, ela nunca havia exposto os seus trabalhos e por um tempo ficou muito triste, quando foi convidada a se aposentar em seu ofício, mesmo não querendo parar de trabalhar.
Por azar ou sorte, este acontecimento, somado à pandemia, fez Silvia focar no tema Arte e Ofícios. O resultado de dois anos enclausurada dentro de seu lar foi uma série de desenhos belíssimos e praticamente perfeitos, aos seus 65 anos de idade. Ela foi desenhando, mês a mês, em cima do que aprendeu na academia. Ela mesma fez molduras de papel para cada arte e os desenhos encheram o salão da UMAPAZ.
Este último desenho é a ilustração de um presente que foi dado de Silvia à Helena Quintana, na verdade em troca de um pão artesanal feito por Helena como forma de agradecimento. Silvia Gonçalves desenhou esta imagem numa tampinha de garrafa e depois fez um tripé de madeira e colou a tampinha, arte que Helena guarda com maior admiração e carinho. O desenho, é claro, estava exposto na Mostra e é impressionante imaginar estes detalhes todos pintados numa pequena tampinha.
A Mostra UMAPAZ destacou não apenas o talento das artistas Ju Girotto, Silvia Helena do Carmo Gonçalves e Renata Dallari, mas também a importância da arte como meio de expressão e conexão entre as pessoas. Através de suas obras, cada artista trouxe ao público uma perspectiva única e inspiradora, demonstrando a relevância da arte na valorização da autonomia e na promoção de experiências culturais significativas.