Infraestrutura Urbana e Obras

Quarta-feira, 4 de Agosto de 2021 | Horário: 17:50
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Requalificação do Anhangabaú: um novo espaço para convívio e lazer das pessoas

Mais áreas verdes, cafés e lanchonetes, espaço para esporte de rua e programação de atividades gratuitas serão algumas das novidades oferecidas à população

As obras do Vale do Anhangabaú, no Centro, que devem ter sua primeira fase concluída no segundo semestre, vão fortalecer o local como cartão-postal da cidade, qualificando suas conexões com o transporte público, espaços culturais e edifícios próximos, e transformando-o em um espaço mais convidativo e de permanência à população, com segurança, acessibilidade, lazer e zeladoria.

O projeto para o Anhangabaú foi construído por diversos profissionais. O conceito começou a ser elaborado em 2007, em oficina com técnicos municipais e com a participação do escritório de Jan Gehl, um dos mais renomados nomes da arquitetura mundial.

“Nosso projeto conceitual integrava uma abordagem mais ampla para todo a região central e tinha o objetivo de melhorar a vida da população, atrair mais pessoas e tornar as ruas e os espaços públicos mais seguros. Para uma grande cidade como São Paulo, é importante ter um espaço de importância histórica, cultural e natural como Anhangabaú. Um destino que pode abraçar as muitas atividades e pessoas que tornam São Paulo tão especial”, diz David Sim, diretor criativo da Gehl Architects.

Seis anos mais tarde, em 2013, a Prefeitura de São Paulo iniciou novo processo participativo, convidando diversos profissionais, técnicos municipais e profissionais da sociedade civil para ajudar a elaborar o projeto. As estratégias também foram debatidas por diversos segmentos da sociedade.

“É um projeto não autoral, construído por várias pessoas. Conta com diversas referências internacionais, como Parque Bryant (Nova Iorque), King's Cross (Londres) e iniciativas em Medellín (Colômbia). O objetivo é proporcionar à população um espaço de permanência, acompanhado de amplo programa de atividades”, afirma Dado Brettas, arquiteto e urbanista da SP Urbanismo.

Nesse sentido, o Vale do Anhangabaú ganhará cafés e lanchonetes, bancas de jornais e revistas, atendimento social, espaço para informações turísticas, sanitários, bebedouros, lixeiras, paraciclos, entre outros equipamentos.

Pessoas de todas as idades poderão usufruir de diversos espaços para lazer. Serão 800 m² de área para esportes de rua. Ao considerar a vocação do local, também serão construídos, a pedido de skatistas, espaços apropriados para a prática de skate no fim do Vale, próximo ao Viaduto Santa Ifigênia.

Áreas verdes

O Vale também terá mais áreas verdes. Em sua forma final, o Anhangabaú contará com 532 árvores – 355 serão mantidas, 177 novas espécies nativas serão plantadas e o restante transplantada para o próprio local. E para qualificar ainda mais o microclima da região, a água tem papel fundamental no projeto, uma vez que 850 jatos d’água umidificam o ambiente.

Além disso, as obras valorizam o patrimônio histórico. Em julho de 2019, trilhos de bondes, que circulavam pela cidade há mais de 50 anos, foram encontrados por operários durante a obra. Desse modo, foi necessário um acompanhamento arqueológico no local. Ao final, optou-se por preservar um trecho dos trilhos e deixá-los como testemunho da história.

O projeto abrange ainda melhorias no acesso e mobilidade, com a recuperação integral do eixo da Avenida São João, proporciona economia de energia e segurança a partir de sistema LED de alta eficiência, resolve as questões de drenagem e ordena as redes lógicas e de telefonia subterrâneas.

Os investimentos são oriundos do Fundo de Desenvolvimento Urbano (FUNDURB), um fundo específico para obras de desenvolvimento urbano. Portanto, as demais áreas da cidade, como saúde e educação, não são prejudicadas pela intervenção.

Por fim, para integrar o Vale com seu entorno e fomentar atividades diversas, eventos, serviços, locação de espaços para comércio e alimentação à Cidade, o espaço será concedido, a título oneroso, à iniciativa privada por dez anos. A ação significará um benefício aproximado de R$ 250 milhões anuais para os estabelecimentos do centro e representará um aumento de cerca de 10 mil pessoas, por semana, circulando na região.

Confira abaixo as propostas detalhadas

Áreas verdes

Em sua forma final, o Anhangabaú contará com 532 árvores – 355 serão mantidas, 177 novas espécies nativas serão plantadas e o restante transplantada para o próprio local.

O manejo arbóreo foi aprovado pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente e o projeto supera o número de espécies exigidas pelo Termo de Compensação Ambiental – TCA!

Entre as estratégias, estão a implantação de marquises verdes ao longo das ruas Anhangabaú e Formosa e da Avenida São João, formação de ambientes sombreados melhorando o microclima, escolha de espécies com copas altas para não prejudicar a visão através do Vale e o afastamento das árvores da região dos túneis para que seu crescimento seja saudável.

Água e a melhoria do clima

A utilização da água no projeto, além de seu aspecto lúdico, tem papel fundamental na melhoria do microclima da região!

Toda a estrutura funciona com um circuito fechado e toda a água aspergida, que apenas molha o chão, é recolhida pelos ralos que o equipamento possui, enviada a filtros de limpeza e tratamento, retorna ao aspersor e novamente é lançada ao piso do Vale. Parte da água de chuva recolhida é também utilizada na irrigação das áreas verdes e lavagem da área.

A memória do Rio Anhangabaú, totalmente canalizado, é resgatada e traz consigo características cênicas e lúdicas, tornando o local acolhedor e aprazível.

Mobilidade

Para fortalecer a sua característica como porta de acesso ao centro, o projeto do Vale qualifica as conexões com os meios de transporte público – metrô, ônibus; com os espaços culturais da cidade, museus, cinemas e teatros; além dos edifícios de escritório ao seu redor.

A proposta de mobilidade para o Vale do Anhangabaú valoriza a circulação dos pedestres, recuperando integralmente o eixo da Avenida São João ao dotá-lo com o pavimento resistente e adequado aos critérios de acessibilidade e de sinalização.

Iluminação

A iluminação pública será automatizada com um sistema LED de alta eficiência energética, levando ao aumento da qualidade da iluminação, proporcionando economia de energia e aumentando a segurança da região. Serão 28 pontos de iluminação na esplanada, 105 pontos de iluminação sob as árvores, e 217 pontos de iluminação na escala do pedestre.

Redes Subterrâneas

O projeto do Vale também é de infraestrutura, resolvendo as questões de drenagem e acesso às redes lógicas e de telefonia por meio do ordenamento dessas em novas galerias técnicas e bancos de dutos, não impactando, assim, a superfície.

Gestão do Espaço

O Vale será concedido, a título oneroso, por dez anos, à iniciativa privada para sua gestão, manutenção, preservação e ativação sociocultural.

Os principais investimentos previstos são: monitoramento e vigilância com implantação de câmeras e postos de segurança 24h; instalação de lixeiras e sanitários públicos; fornecimento de energia elétrica, água, esgoto e telefonia; disponibilização de Wi-Fi gratuito; o desenvolvimento de aplicativo móvel gratuito para fornecimento de informações com relação ao cronograma de atividades previstas para a área e, ao longo dos 10 anos da concessão, fazer reparos e manutenção de todas as áreas, galerias, quiosques e equipamentos existentes.

Concessão

Segundo estimativas da Prefeitura de São Paulo, a concessão do Vale do Anhangabaú significará um benefício econômico de aproximadamente R$ 250 milhões, por ano, para os estabelecimentos comerciais instalados no Centro da capital. E também vai representar um aumento de cerca de 10 mil pessoas, por semana, circulando na região, que desfrutarão de atividades diversas, eventos, serviços, locação de espaços para comércio e alimentação.

 

Secretaria Especial de Comunicação

 

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