Notícia na íntegra
Museu de Arte de Rua 2020: 23 obras de arte urbana, com temática ligada à covid-19
Com 23 obras de arte urbana, a edição 2020 do MAR - Museu de Arte de Rua entrega para São Paulo painéis em empenas de prédios e em muros espalhados pelas cinco macrorregiões da cidade. Nesta edição, o projeto da Prefeitura, por meio das secretarias municipais de Cultura, das Subprefeituras e da Saúde, além de incentivar o desenvolvimento da arte urbana pelas ruas e avenidas da metrópole, promove intervenções com temática ligada à pandemia da covid-19 em dois eixos distintos, propostos pela Secretaria Municipal de Cultura.
Em um deles, os artistas vão homenagear quem está na linha de frente do combate à pandemia, como profissionais da área da saúde e entregadores. A outra vertente desta edição do projeto, em um aspecto mais amplo e subjetivo, contempla obras que promovam esperança e alento às dificuldades deste período.
“Dentro das limitações da quarentena, o MAR é uma excelente possibilidade de oferta de cultura para a cidade de São Paulo, aliando arte, esperança e homenagens às inúmeras pessoas que lutam contra a pandemia”, comenta o secretário municipal de Cultura, Hugo Possolo.
A previsão é que as obras da edição 2020 do MAR estejam finalizadas até o mês de setembro.
Em 2019, foram mais de 30 obras de arte urbana em diferentes suportes, como grafite, estêncil e fotografia, sempre em grandes dimensões.
Veja abaixo informações sobre os artistas.
DERLON
Sua relação com as artes é direta com a imagem gráfica. Iniciou sua carreira ainda adolescente, quando experimentou intervenções urbanas pelas ruas de Recife, onde se dedicou, principalmente, à pintura muralista. Estudou diversas técnicas de gravura em cursos livres, obtendo mais afinidade com a xilogravura. Sob forte influência do graffiti e da arte popular brasileira, em especial da estética da xilogravura local, começou um projeto simbiótico e logo espalhou figuras emblemáticas e impactantes pelo centro da cidade, onde ganhou notoriedade e chamou a atenção do público. Logo teve a sua primeira participação em uma exposição, realizada na coletiva Estética da Periferia, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, em Recife, em 2007; depois foi convidado para trabalhar junto com o grande gravurista Gilvan Samico no 47o Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, na exposição “Narrativas em Madeira e Muro”, no Museu do Estado, em Recife, em 2008. A primeira exposição individual ocorreu na Artur Fidalgo, galeria no Rio de Janeiro, em 2011; depois participou da coletiva Autivistas na Oscar Cruz, galeria em São Paulo, em 2013. Paralelamente, continuou dedicando-se à pintura mural, na qual criou grandes painéis em fachadas de prédios, entre outros suportes. Destacam-se os trabalhos realizados nas cidades de Amsterdã, Holanda, e Lisboa, Portugal, em 2012; em Newcastle, Reino Unido, em 2013; e o mural dentro da Embaixada do Brasil em Londres (UK), em 2016.
APOLO TORRES
Apaixonado pelas artes desde criança, Torres teve influências diferentes ao longo da vida: desenhos animados e ilustrações de livros infantis foram as primeiras, tentando copiá-las o melhor que podia. Depois, vieram os grafiteiros que ficava observando. Durante a faculdade, foi assistente de um artista que o incentivou a fazer suas próprias obras. Desde então, fez exposições individuais e várias mostras coletivas em cidades do Brasil e do mundo. A metrópole, especialmente São Paulo onde sempre viveu, foi sua minha maior influência. “Eu tento transmitir a ação do tempo e as mudanças que ele traz ao adicionar camadas de tinta no fundo dos meus trabalhos, e fundi-los para representar as texturas de uma parede velha”, afirma Torres. A representação recorrente da figura realista, não finge ser o que não é e, para isso, a cena quase nunca está ilustrada por completo. “São fragmentos de cenas urbanas sobre um fragmento de plano, trabalhando perspectivas, fazendo a superfície pictórica se juntar ao resto das figuras, seja na forma de chão, céu, água, parede ou até mesmo na própria superfície da tela. A visualização da cena completa depende da imaginação do espectador: real e o imaginário precisam coexistir”, diz ele.
ANDRE FARKAS "TRECO"
Nascido em São Paulo, em 28 de junho de 1985, neto do fotógrafo Thomaz Farkas e filho do designer gráfico Kiko Farka, André, conhecido como Treco, cursou artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado, graduando-se em 2008. Trabalhou com animação gráfica e edição de vídeo na MTV Brasil. Trabalhou com design gráfico no estúdio Máquina Estúdio. Criou capas de livros e revistas para a Cia. das Letras, Cosac Naify, Taschen, IMS entre outras editoras. Produziu 16 capas para o caderno Ilustríssima, da Folha de S.Paulo. Produziu cinco elementos infláveis gigantes usados na cenografia da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Participou do Festival de Arte Urbana iBUG 2019, na Alemanha. Fez parte e foi ganhador do segundo prêmio do Concurso de Murais de Estepona na Espanha, pintando uma empena de um prédio dessa cidade em 2020. Estas são algumas de suas publicações:
livros "Nuevo Mundo, Latin American Street Art" - editora Gestalten; “Graffiti SP” de Ricardo Czapski; matérias para revistas Vogue RG, KAZA, entre outras; há 11 anos, pinta murais nas ruas de São Paulo e em países como Espanha, França, Inglaterra e Alemanha.
ROBINHO SANTANA
Empena - Avenida 9 de Julho, nº 451
Expoente nas artes visuais, Robinho Santana nasceu e cresceu em Diadema, São Paulo. Artista visual e músico experimental, tem formação em design e fotografia. Seu trabalho dialoga com dever compulsório de exprimir a sua relação com a vida e a cultura de seu povo. Em suas obras, além de se reconhecer, busca a representação plural e digna da mulher e do homem negro periféricos: protagonistas de sua arte.
PAULO ITO
Paulo Ito nasceu em São Paulo, onde começou a pintar em espaços públicos em 1997. Seu trabalho pode ser visto nas ruas da zona oeste da cidade. Até 2011, publicou a HQ independente Mais Barato Grátis, que totalizou mais de 5 mil exemplares, distribuídos gratuitamente. Expôs no MuBE, na segunda Bienal Internacional de Graffiti de São Paulo, em 2013. Um ano antes, participou da mostra São Paulo Mon Amour, também no MuBE. Em 2014, pintou um painel que se tornou uma dos maiores destaques na mídia durante a Copa do Mundo da FIFA de 2014, saindo em veículos de comunicação em mais de 20 países. Em 2016, depois de pintar uma empena em São Paulo para o projeto Salve o Tapajós do Greenpeace, expôs na Segunda Bienal internacional de Arte de Rua de Moscou. Participou em 2017 do festival Memorie Urbane em Gaeta, na Itália, e apresentou sua quarta exposição individual “Inconveniente”, na A7mA galeria. Em 2018, realizou uma pintura de empena contra o consumo excessivo de álcool, executou mural em grandes dimensões com os artista Enivo e Quinho no Sesc Santana e um painel na cidade de Cali, na Colômbia, além de dirigir a arte do curta de animação “Subsolo” da Otto Desenhos, a ser lançado. Ganhou, em 2019, o prêmio Vida e Obra na categoria Arte de Rua da Fundação Bunge.
LUNA BUSCHINELLI
Luna Buschinelli é uma artista brasileira com um trabalho imerso em uma experiência onírica com personagens que retratam, por meio de alegorias, o sentimento humano. Nascida em São Paulo, viveu seus primeiros anos entre sua cidade natal e Trancoso, na Bahia. Durante esses anos, assimilou como referência visual, construções jesuítas, a arte regional, assim como as cores e espaços de ambas as cidades, trazendo uma forte contraposição entre rural e urbano em seus trabalhos.
Como reflexo de memórias de uma infância no nordeste brasileiro, bandeiras coloridas, lua e estrelas em um céu límpido fazem parte recorrente da identidade visual da artista. Personagens longilíneos, magros e alegóricos, fruto do semiárido, estão sempre em foco. Seus grandes murais coloridos contrastam com o cinza de centros urbanos e abrem caminho para uma arte democrática. Ao cruzar as vivências e as referências, derivadas das riquezas e vicissitudes retratadas na literatura realista e naturalista brasileira, a artista tece narrativas e, por meio destas, traduz temas que expressam a profundidade das emoções e encontram lugar na psicanálise e na filosofia. A obra de Luna está engajada com a complexidade da mente e do inconsciente e, por meio de imagens meticulosas, simbólicas, delicadas e sensíveis, pode acessar as partes mais profundas do sentir de seus espectadores. Sua práticas e técnicas variadas, em
suportes de diferentes tamanhos, desde a tela até os murais, exploram noções sobre
memória, nostalgia e história.
VERENA SMIT
Empena - Rua Augusta, nº 1.117 - Bela Vista
Artista plástica, ilustradora, fotógrafa e poeta, Verena, nascida em São Paulo, começou a explorar sua veia artística aos 14 anos, no teatro. Adulta, formou-se em fotografia e comunicação social com ênfase em cinema, que nunca exerceu. Foi durante uma temporada em Nova York, onde foi fazer uma pós-graduação em fotografia, que começou a alimentar sua conta no Instagram (@verenasmit), com imagens em preto e branco e jogos de palavras, sua marca. Verena estava em cartaz no Centro Cultural São Paulo com a instalação “Atos Poéticos”, série composta por três peças – um neon, um relógio e uma bandeira – que, por meio de frases como “desesperar jamais” e “o amor é uma revolução”, retratava o momento político em que vivemos, quando foi surpreendida pela quarentena. A artista, que estava preparando a quarta instalação para a mostra, teve de mudar de planos. Mas conta que este período de reclusão está sendo produtivo. Como neste trabalho, criado especialmente para a Vogue, em que mostra como a palavra é a base de sua pesquisa. “Usei simplicidade e pensei muito no SIM que existe dentro e no começo da simplicidade. O sim é uma afirmação, sonoramente leve, simples, fácil, quase um abraço. A letra set meio falha dá a sensação de rachadura e imprecisão, algo que pertence ao momento em que vivemos. Penso que a simplicidade é, SIM, o caminho”. Com dois livros publicados, “Lovely”, de 2015, e “Eu Você”, de 2016, e exposições em galerias de Nova York, Lisboa e Argentina, além do Brasil, Verena também tem uma forte ligação com a moda. Além de criar para marcas como Arezzo, Nike e Pandora. Desde 2015, ela é a única brasileira a integrar o seleto time de artistas amigos da Gucci, para quem já criou produtos como envelopes e memes para celebrar os relógios da coleção Le Marché des Merveilles. Agora, ela tem se dedicado ao Studio VS, que leva sua poesia para itens como pratos e também prints colecionáveis e numerados.
ALEXANDRE ORION
Orion é artista multimídia e muralista com exposições individuais e murais nas principais capitais do mundo. No Brasil, suas obras foram exibidas em espaços como Pinacoteca do Estado de São Paulo, Itaú Cultural, Centro Cultural Banco do Brasil, Caixa Cultural e em diversas unidades do Sesc. Internacionalmente, realizou exposições e possui obras em acervos na Foundation Cartier pour l’art contemporain, em Paris; no Deustche Bank e no Mad Museum, ambos em Nova York; no Milwaukee Museum, na Fundação Padre Anchieta, no Nelson-Atkins Museum of Art, no Spencer Museum of Art, entre outros. Tem entrevistas e obras publicadas em mais de dez línguas, por editoras estrangeiras como Thames and Hudson, Taschen, Éditions de la Martinière, Saraiva, entre outras. Como cabeça criativa do estúdio TELA.TV, desenvolveu trabalhos de curadoria, consultoria, museologia e direção de arte para artistas como Criolo, Maria Rita, Tulipa Ruiz e para clientes como Nike, IKEA, Atento, Alliance Française, Sesc, Rede Globo, Editora Abril e Prefeitura de São Paulo.
CADU MENDONÇA “CADUMEN”
Cadu Mendonça é um artista brasileiro de graffiti que vive em São Paulo. Cadumen, como é conhecido, nasceu na pequena cidade de Nova Esperança, Paraná, e mudou-se para cá ainda na infância. Autodidata, trabalhou como diretor de arte e ilustrador em publicidade, enquanto desenvolvia seu trabalho autoral. A partir de 2011, dedicou-se em tempo integral à arte urbana e iniciou uma produção intensa de murais e telas pelo Brasil e pelo mundo. Sua arte questiona o caos das grandes cidades, pintando personagens com ancestrais padrões indígenas e recriando a natureza a partir das lembranças da infância e do cotidiano nas ruas da maior cidade da América latina.
MARI PAVANELLI
Graduada em propaganda e marketing, depois de muito tempo trabalhando no mercado financeiro e também com marketing on-line, Mari deixou o seu emprego e, há sete anos, dedica-se à arte. Delicadeza e feminilidade são algumas das características em suas obras. Seu relacionamento íntimo com a natureza derrama a sensibilidade e os traços orgânicos de sua arte, todos presentes em seu universo lúdico e particular. Carregada de amor, como ela mesma define, sua arte pode ser encontrada no Brasil, EUA, Europa, Peru, Nepal, entre outros países, principalmente nas paredes, mas também em telas, ecobags, chinelos, carros, garrafas e em outros objetos pintáveis. Sua primeira exposição individual foi em 2013, no Brasil. No ano seguinte, participou de uma mostra coletiva em São Francisco, Califórnia, onde retornou em 2015 e 2019 com outras exposições e ações sociais, além de ter realizado também trabalhos em Los Angeles e San Diego. Em 2018, ela participou da Bienal Internacional de Graffiti, em São Paulo, e da Micro Galleries em Katmandu, no Nepal; fez parte da Galeria Millerntor, na Alemanha, no ano passado. Já assinou parcerias com grandes marcas, como Lenovo, Fiat, Ipanema e Capralá.
JULIA DUARTE “TRISTEZINHA”
Julia Duarte, conhecida como Tristezinha, é gaúcha, mas reside em São Paulo há 12 anos. É poeta e artista visual independente. Ela acredita na sensibilidade como propagação de sua expressão autoral. Já fez exposições na Sim Logo e no evento “Paulistanas”, no Instituto Tomie Ohtake; uma individual na Escola Perestroika, entre outros. Pintou o muro da Biblioteca Alceu Amoroso em 2020. A artista acredita que “nossos sentimentos podem ser superpoderes, tudo depende da forma como lidamos com eles”.
CAROLINA FOLEGO “AFOLEGO”
Nascida na cidade de Mauá, na região metropolitana de SP, Carolina é bacharel em arquitetura e urbanismo e licenciada em artes, teve seu primeiro contato com arte aos 10 anos com seu tio, artista autodidata, com quem aprendeu as primeiras técnicas de desenho e pintura óleo. Desde 2013, atua com intervenção urbana e arte educação por meio do graffiti. Suas obras encontram-se tanto na região central como na periferia da cidade de São Paulo e em outros estados do Brasil. Por meio de suas personagens, busca refletir e questionar como é ser e viver sendo mulher, dentro de um contexto social patriarcal e como isso atravessa todas elas. Além de paredes, ilustra e pinta telas. No desenvolvimento da sua pesquisa e linguagem artística, inspira-se nas memórias conhecidas ou não de mulheres, ícones e comuns, de tempos passados e contemporâneas, nas amigas e nas desconhecidas, como aquelas com quem divide o assento no transporte público. “Representar mulheres e ocupar o espaço público sendo mulher é o que mais a interessa”, afirma a artista.
DONIZETE DE SOUZA LIMA “BONGA MAC”
Bonga Mac é como ficou conhecido Donizete de Souza Lima, artista visual, arte-educador, empresário da Bonga Produções e estudante de artes visuais pela FAEEP - Faculdade de Educação Paulista (2019-2023). Coautor do livro “Tinta Loka Street Book” (2017) e empresário de Bonga Produções desde 2013, seu primeiro contato com o graffiti foi em meados dos anos 1990, por influência da cultura Hip Hop, o que o motivou a reproduzir as ideias passadas em capas de discos e letras de músicas. Desenvolve projetos importantes como artista visual no graffiti e, desde 2000, como arte-educador, em projetos de incentivo à difusão do Hip Hop e da arte urbana para um público diversificado. Já atuou no Criança Esperança (Instituto Sou da Paz), Fundação Fé e Alegria, Ação Educativa e, atualmente, nas Fábricas de Cultura (Poiesis). Bong integra, desde 2017, o Conselho Municipal de Cultura do município de Caieiras.
CRISTIANE MONTEIRO “CRICA”
Cristiane Monteiro, mais conhecida como Crica, dedica-se do graffiti à ilustração. O interesse pelas formas, cores e artes veio por influência da mãe, que trabalhava com artes e artesanato. Começou a fazer graffiti na adolescência e também formou-se em design de interfaces digitais. “E, nesse leque, eu também pude juntar o meu outro amor, a ilustração”, afirma Crica.
DINAS MIGUEL
Graduado em artes visuais e pós-graduado em educação ambiental, Dinas é idealizador e organizador do projeto social Cultura e Conceito. Ganhador do Prêmio Sabotage Hip-Hop 2018 na categoria Melhor Grafiteiro, realiza workshops de graffiti coletivo e pinturas ao vivo em eventos, além de ter grande experiência como arte-educador, realizando projetos em instituições educacionais e empresariais. Seus trabalhos, com poética arraigada na cultura brasileira, podem ser realizados em diferentes cidades e países e vem plasmando e interagindo na construção artística e pessoal da sociedade, pois sua arte representa a história do seu povo e sua ancestralidade. Tem como missão conectar e transformar as pessoas e os lugares por meio de suas artes e projetos.
JU COSTA
Ju é grafiteira e educadora, levando sua pesquisa de história da arte e sustentabilidade como uma frente de repensar produções. Moradora de Itaquera e formada em artes plásticas e em tecnologia mecânica, desenha desde os 6 anos e participou de diversos cursos de artes, tecnologia e sustentabilidade ao longo da sua adolescência e fase adulta. Seus quadros e trabalhos em graffiti compõem o cenário urbano, entre prédios, escolas, muros, além de galerias de artes. Com um olhar sensível, a artista retrata o poder feminino ao longo de gerações. Discute sobre a importância da ancestralidade e do reconhecimento dos povos de matriz africana e indígena. Utiliza em suas obras a frase: “radical é ser livre!”. Entre muitas moradas e oficinas, em 2013, resolve juntar todos seus projetos em um espaço para ser trabalhado em comunidade, distribuindo e agregando conhecimento, assim surge o Lab Casa Cultural, em Itaquera, zona leste. O local já recebeu residência artística, sarau, articulações de mulheres e culturas da região, além de diversas oficinas, como de estêncil, restauração de mobília e marcenaria e aulas de matemática e física gratuita para mulheres da região, além de encontros de grafiteiras.
LAÍS FERNANDA DA SILVA ROSA “LAÍS DA LAMA”
Laís Fernanda da Silva Rosa, conhecida como Laís da Lama, é moradora do bairro de Itaquera, zona leste de São Paulo. Cursou artes plásticas na Escola Panamericana de Artes, fotojornalismo na Faculdade Cásper Líbero, pintura criativa nas Belas Artes, entre outros. Com o tempero que vai do Nordeste ao Sudeste do Brasil, herdou dos pais a mistura de todas essas cores. Em 2008, começou a fazer graffiti, fotografias e poesias. Iniciando assim trabalhos diretamente associados à arte e cultura de rua. Inspira-se na cidade e em seu cotidiano caótico. Suas personagens e suas cores variam de acordo com todos os sentimentos em questão. Tons de marrom para as peles quando retrata a miscigenação, pássaros e seus significados, fé, amor, opressão e liberdade fazem parte de suas obras, que valorizam as mulheres e suas diversidades culturais.
LUDU
Nascido na Bahia, Ludu cresceu em São Paulo, no bairro da Pompeia. Ainda criança, passou a desenhar. Aos 9 anos, iniciou um curso de quadrinhos. Com 14 anos, conheceu o Projeto Quixote (QXT), desenvolvido por uma ONG, no qual começou a se interessar por arte de rua. Foi a partir daí que vieram as oficinas de graffiti e a participação na execução de diversos murais nas ruas da capital. Passou a desenvolver uma poética visual baseada em uma série de personagens carregadas de característica comum: narizes pontudos, amarelados e de bochechas avermelhadas. Atualmente, além da atuação em projetos de graffiti, também se dedica à produção de telas e painéis. É formado em Licenciatura em artes visuais nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).
ANA CARLA “NEGANA”
Ana Carla, conhecida como Negana, nasceu em João Pessoa, Paraíba. É educadora, artista visual e grafiteira desde 2015. Mora e trabalha em São Paulo, na Água Branca, onde atua no conselho gestor da comunidade. Em 2016, elabora oficina de graffiti no Instituto Rogacionista. Em 2018, passa a compor o núcleo de organização do quilombo artístico Graffiteiras Negras, portfólio online de artistas negras na arte urbana brasileira, no mesmo ano em que participa da primeira edição do evento Cem Minas na Rua, na Lapa. No ano seguinte, realiza oficinas de estêncil com o Pimp My Carroça e Pimp Nossa Cooperativa. Em junho de 2020, participa do projeto Casa na Luz. Como educadora, elabora reflexões sobre a transformação social das periferias por meio do acesso à arte e à educação de qualidade, incentivando o aperfeiçoamento profissional e a retomada aos estudos. Mulheres negras e periféricas são as principais inspirações de seu trabalho, evidenciando existências apagadas pelo padrão social e contribuindo para o empoderamento dessas mulheres por meio da representatividade nos muros da capital.
PAULO CHAVONGA
Chavonga nasceu em Mocambique, Angola, e em 2017 mudou-se para a cidade de São Paulo. Apaixonado pelas novelas e futebol brasileiros, desde pequeno sonhou em morar aqui. “Sou um artista autodidata. Comecei a desenhar muito cedo, quando fazia alguns trabalhos e os vendia na escola para comprar lanche e materiais escolares”, conta ele. “Aos 12 anos, procurei uma escolinha onde artistas mais experientes da minha cidade ensinavam técnicas de desenho. Depois, comecei a pintar sozinho, inspirado nos grandes mestres da arte até hoje. Pinto retratos e quotidiano do meu povo africano”, completa o artista.
REGINA ELIAS DA COSTA “ZIZA”
Regina Elias da Costa, conhecida como Ziza, é formada em design de moda, licenciada em artes, com extensão em “O graffiti e seus desdobramentos na educação” pelo Instituto Singularidades. Atualmente, é pós-graduanda em gestão pública na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Desde 2006, realiza manifestações visuais na cidade. Seus traços são bem característicos e carregam influência da diáspora africana, estilo que absorveu das ruas e do movimento Hip Hop. Foi colaboradora nos coletivos Graffiti com Pipoca, IVOZ, Conceitos de Rua, Literatura Suburbana e Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop. Teve trabalhos expostos na Galeria Central, Museu da PEssoas, Galeria Olido e também no exterior, como nos projetos Brazil Mural Project, em Washington (EUA), e no intercâmbio City of Hip Hop, em Berlim (Alemanha). Atualmente, é curadora do projeto Coleção Literária Besouro e diretora do Studio Soberana.
MAURO NERI "VERACIDADE"
Aos 38 anos, o grafiteiro, artista plástico, educador e às vezes autodeclarado pichador do Grajaú, no extremo sul da capital paulista, já perdeu as contas das milhares de frases que espalhou por São Paulo e outras metrópoles.
RODRIGO RODRIGUES DA SILVA "DIGÃO COMPRIMIDO"
Digão Comprimido é artista grafiteiro autodidata, iniciou sua trajetória após sair da pichação, tendo encontrado no grafite um estilo de vida e de sobrevivência. Residente da Brasilândia, periferia da zona norte de São Paulo, onde desenvolve grande parte do seu trabalho, ficou conhecido, não somente onde reside, como em outras regiões de São Paulo pela sua arte conceitual. Reproduz imagens homenageando pessoas, produz artes próprias e também faz trabalhos de protestos por causa sociais. Já tendo participado de vários projetos culturais e eventos de grafite, como os “Modernistas da Paulista e o projeto autoral de jogadores da Copa feminina e masculina de futebol, além de trabalhos independentes focando em melhorias para a comunidade. Desenvolveu recentemente um grafite na sede da subprefeitura Freguesia do Ó / Brasilândia, porém tem diversos trabalhos espalhados pela região. Atualmente, desenvolveu uma intervenção em um de seus grafites, conscientizando a população para a importância do uso de máscaras no atual momento em que vivemos, além de continuar produzindo sua arte, tem a pretensão de ensinar aos que querem ter o grafite como estilo de vida.
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