Notícia na íntegra
Número de bebês nascidos em casas de parto humanizado no SUS aumenta durante a pandemia
O cuidado com a saúde ganhou mais um capítulo para as gestantes durante a pandemia da Covid-19. Desde o início da proliferação do vírus no Brasil, o número de mulheres que buscam as duas casas de parto humanizado da rede municipal de saúde de São Paulo aumentou significativamente. Na Casa de Parto de Sapopemba, localizada na zona leste da cidade, a quantidade de bebês nascidos subiu 85,6% entre março e dezembro de 2020, em relação ao mesmo período do ano anterior – de 118 para 219. Na Casa Ângela, localizada na zona sul da capital, o número de nascimentos pulou de 407 para 424 – um aumento de 4,2%. No total, o número de bebês nascidos em casas de parto humanizado no SUS subiu 22,5%.
Essa procura se deve ao desejo que as gestantes têm de se resguardar e não terem contato com possíveis pacientes com Covid-19 - mais presentes em hospitais regulares, que muitas vezes englobam também maternidades. “Por se tratar de uma casa de parto, e não um hospital, elas chegam em busca de um local onde haja apenas outras mães também neste mesmo processo. Outro diferencial é só termos presentes as gestantes que estão em trabalho de parto e um acompanhante. Até os cursos estão em modo EAD, para que não haja aglomeração”, conta Amanda Maskauskas, gerente da Casa Ângela.
Em Sapopemba, além dos procedimentos de higiene, o protocolo também é rígido. Na hora do parto, no máximo dois acompanhantes podem participar - e devem ser paramentados com equipamentos de proteção individual. Após o parto, apenas um pode permanecer junto à mãe e ao bebê.
As casas, que seguem as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), recebem gestantes de baixo risco para acompanhamento e pré-natal, a partir de 28 semanas de gestação na Casa Ângela e 37 semanas de gestação em Sapopemba. Após o nascimento, as duas instituições realizam os exames de triagem neonatal como Teste do Pezinho, Teste Congênito de Cardiopatia na alta, Teste da Língua, Tanu (Triagem Auditiva Neonatal Universal) e Reflexo Vermelho Oftálmico. Os bebês e as mamães continuam sendo acompanhados pelas casas por um período de um ano após o nascimento.
Tatiane A. Martins de Oliveira vive este momento de perto. A rotina dela é seguida pela Casa Ângela desde o sétimo mês de gestação até agora, quatro meses após o parto. Pela primeira vez, após seus outros três filhos nascerem em hospitais, resolveu receber a filha mais nova, Lavínia, de uma forma diferente e, de acordo com ela, com mais segurança. “Em época de pandemia, dar à luz fora do hospital, para mim, era a melhor opção. Eu queria um lugar seguro, humanizado, onde pudesse ter meu esposo ao meu lado. Foi meu melhor parto, uma delicadeza, nos sentimos bem acolhidos”, conta Tatiane.
Márcia de Oliveira conhece bem esse processo, já que seus dois filhos, Dominic, de 4 anos, e Domitila, de 6 meses, nasceram na Casa Ângela. “Desde a primeira gestação, eu e meu marido queríamos muito ter parto natural e procuramos essa condição no SUS. Vai além da assistência médica, eles nos dão amor, carinho, afeto e muita instrução, que é essencial”, explica. Márcia e a filha mais nova continuam em contato com a unidade, fazendo cursos online, acompanhamento para amamentação e consultas com a fonoaudióloga, pois Domitila nasceu com o freio lingual curto e recebe esse respaldo para desenvolver a amamentação e, posteriormente, a fala.
Na Casa de Parto Sapopemba não é diferente. Segundo Valquiria dos Santos Lopes, sua vantagem foi dupla quando resolveu ter seu bebê Felipe de maneira humanizada. “Além de um parto com muito respeito, acredito que obtive baixíssimo risco de contrair a Covid-19, pois tive um atendimento de certa forma exclusivo; apenas meu filho nasceu naquele dia”, conta. Durante 12 horas, ela obteve as informações sobre a evolução do trabalho de parto e recebeu sugestões de práticas naturais para diminuir as dores como exercícios, chuveiro e mudanças de posição. “Toda essa equipe com enfermeiras, doula e meu parceiro foram muito importantes para mim e colaboraram para o nascimento do meu filho”, finaliza.
O mesmo aconteceu com Verônica de Fátima Santos, que deu à luz o filho Ayo no dia 26 de agosto de 2020. Ela acredita que, além de todos os cuidados, a Casa é também um local muito democrático. “Discutimos vários assuntos no âmbito da saúde e como os pais podem ter consciência sobre os processos que o bebê e a mãe irão passar. Durante todo o procedimento participamos muito e recebemos um cuidado especial. O parto humanizado dá o protagonismo à mãe, à família e ao bebê”, conta Verônica.
Tanto a Casa Ângela quanto a Sapopemba são 100% SUS e atendem as gestantes gratuitamente.
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