Notícia na íntegra
Prefeitura tem programa ambiental para promoção da saúde
Além de médicos, profissionais de enfermagem e agentes comunitários de saúde, entre outros trabalhadores, a rede municipal de saúde conta também, na atenção primária, com 340 agentes de promoção ambiental (APAs), que trabalham em conjunto com as equipes da Estratégia Saúde da Família (eSFs) vinculadas às Unidades Básicas de Saúde (UBSs)
Os APAs integram o Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (Pavs), incorporado em 2008 pela Coordenadoria de Atenção Básica, para atuar em seis eixos: horta e alimentação saudável; água, ar e solo; agenda ambiental na administração pública (A3P); biodiversidade e arborização; gerenciamento de resíduos; e revitalização de espaços públicos. São estes profissionais que desenvolvem atividades como criação de hortas nas própria UBSs ou em escolas, onde também abordam temas ambientais dentro do Programa Saúde na Escolas (PSE), além de orientar a comunidade sobre a destinação correta de resíduos e coordenar ações de melhoria no território.
O coordenador do Pavs, Patrício Gomes Moreira, explica que o programa tem como objetivo proporcionar um meio ambiente equilibrado, fundamental para a saúde humana. “A preservação da biodiversidade e dos ecossistemas também protege contra doenças infecciosas e reduz o risco de exposição a substâncias químicas nocivas, contribuindo para a prevenção de doenças crônicas e a promoção do bem-estar físico e mental”, conta o coordenador.
UBS enfrenta desafio da dengue com ações integradas
Na UBS Cidade Kemel, localizada na região de Itaim Paulista, no extremo leste da capital, os desafios relacionados à saúde ambiental no território são muitos, e estão sendo potencializados pelas mudanças climáticas. Em 2024, por exemplo, a unidade, que é gerida pela organização social em saúde Santa Marcelina, foi fortemente impactada pelos casos de dengue. De acordo com a gestora Gláucia Maria Valente Bonugli, foram registrados 1.995 casos ao longo do ano, o que fez da UBS a primeira em notificação de casos na região, refletindo em todos os fluxos assistenciais e Linhas de Cuidado.
A Cidade Kemel está localizada em uma área de grande vulnerabilidade, cercada por vários córregos, e que sofre com impacto ambiental pelo descarte irregular de resíduos sólidos. Além disso, o bairro está na divisa com três outros municípios: Itaquaquecetuba, Poá e Ferraz de Vasconcelos, o que resulta em um aumento da demanda dos serviços ofertados pela UBS, tais como a expressiva dispensação de medicamentos pela farmácia, vacinação e até mesmo acolhimento e orientações.
Para lidar com todas essas questões, em especial a do controle da dengue, Gláucia elaborou, junto com a equipe, uma estratégia integrada envolvendo os profissionais da Equipe Multi e das equipes ESF, além do Pavs e do Núcleo de Vigilância em Saúde na Atenção Básica (Nuvis-AB). A estratégia intitulada como “Dengue: Integrar para Enfrentar” é composta por duas linhas de atuação, uma conduzida pela Vigilância Epidemiológica (“Os 10 passos para Enfrentamento às Arboviroses”, que organiza de forma metodológica os protocolos da assistência, educação permanente, notificação, vigilância, plano de ação semanal por cenário epidemiológico e organização dos bloqueios de criadouros e de transmissão), e outra pela Vigilância em Saúde Ambiental (com o “Mapa das Arboviroses”, que estabelece a organização e direcionamento de visitas domiciliares e inspeção sanitária de rotina pelo APA e pelo ACS).
Por meio do Mapa das Arboviroses, sempre que há a suspeita de um caso de dengue, a unidade, que também é sentinela para a identificação dos sorotipos nos casos confirmados, organiza, de forma imediata, ações de orientação e bloqueios na vizinhança do caso suspeito, identificando e eliminando os possíveis criadouros, além de orientar os moradores. As ações educativas realizadas no território pela APA Luiza Sueli Amaral Santos de Sá, juntamente com os ACSs, de forma permanente e rotineira, incluem orientações sobre o enfrentamento ao vetor (Aedes Aegypti) nos grupos da unidade, escolas, associações, igrejas e ruas, com sensibilização para um cidadão vigilante e protagonista, tem promovido mudanças notáveis no território.
As orientações individuais e coletivas sobre o descarte correto de resíduos, supervisão semanal de água parada, visita de acompanhamento em comércios que usam água em tambor ou reservatório de água, borracharia e o cuidado a pessoas em situação de acúmulo, impactam anualmente cerca de 4.500 pessoas. Além disso, em articulação com a subprefeitura local, são realizadas ações de zeladoria para revitalizar locais como praças, no Parque das Águas e no Parque Linear localizado às margens do Ribeirão Três Pontes.
Já a equipe Multi da UBS, por meio de atividades coletivas promovidas pelo Educador Físico Délton Policarpo, que ocorrem em locais públicos e reúnem em média 70 pessoas, integra ações de zeladoria com atividade física (plogging), incluindo mutirões de coleta de resíduos recicláveis pelo bairro, reduzindo a possibilidade de criadouros do vetor e prejuízos à saúde.
Juntando as várias frentes – vigilância, bloqueios, ações educativas, trabalho conjunto com Uvis e subprefeitura e o engajamento da população nas questões ambientais, a UBS Cidade Kemel vem conseguindo bons resultados, que, entre outras formas, se traduzem justamente nos números da dengue em sua área de abrangência: este ano, foram notificados 236 casos da doença até 20 de maio, em comparação com 1.685 no mesmo período de 2024, uma redução de 86%.
“Nossos desafios na atenção primária são vários, mas uma gestão baseada em dados locais e de georreferenciamento, com monitoramento constante e o uso estratégico da equipe de ESF, resultou no alcance de bons resultados e transformação da realidade no território”, comenta Gláucia. “Um indivíduo saudável e bem orientado por ações constantes tende a transformar o ambiente positivamente, agindo de forma mais sustentável”, acrescenta a gestora.
Unidade recupera pontos de descarte irregular
Já a UBS Santa Lúcia está localizada na zona sul da capital, na região de M’Boi Mirim, também em uma área de grande vulnerabilidade social, o que inclui várias ocupações. Ali, o APA Diego Santana dos Santos, que atua com sete equipes ESF, detectou um problema grave: a existência de vários pontos “viciados” de descarte irregular de resíduos, entre lixo e os chamados “inservíveis”, como refrigeradores e mobiliário.
Para resolver o problema, Diego e a equipe da UBS promoveram ações de revitalização em cinco destes pontos. A subprefeitura foi acionada para retirar os materiais, e pneus foram dispostos ao longo dos muros e transformados em floreiras. Além disso o APA, que é grafiteiro, convocou outros artistas para fazerem artes nos muros. De acordo com Diego, as melhorias trouxeram um senso de valorização por parte da comunidade, que passou a zelar pelos espaços.
O APA também foi responsável pela implantação de hortas alimentícias em escolas presentes na área de abrangência da UBS. O trabalho, realizado há dois anos, foi abraçado pela comunidade escolar, que aproveita as colheitas como subsídio para o estímulo a uma alimentação saudável.
“Foi visível a forma como as revitalizações ajudaram o território a entender o trabalho ambiental realizado pela UBS; elas funcionaram como um ponto de partida para que movimentos como esses passassem a acontecer com mais frequência na comunidade, a própria equipe da UBS desenvolvesse um olhar diferenciado para o território e as escolas pedissem apoio para atividades em seus espaços”, comenta Nelma Albino, enfermeira supervisora da unidade, para quem o projeto trouxe a chance de despertar os olhares para problemas que têm solução. “Uma prova disso é que todos os pontos revitalizados se mantêm intactos, servindo ao propósito de enriquecer a comunidade com uma cultura de valorização do espaço comum, demonstrando que queremos uma comunidade limpa e longe de doenças causadas por resíduos.”
Avança Saúde Ambiental
No último mês de abril, em parceria com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, o Programa Ambientes Verdes e Saudáveis promoveu o Avança Saúde Ambiental, que mobilizou as equipes das UBSs, contabilizando 3,5 mil ações coletivas, incluindo o plantio de mudas em áreas públicas, 26,1 mil visitas domiciliares ambientais e orientação de 83 mil pessoas sobre a importância das áreas verdes para a saúde física e mental. O plantio permanecerá durante todo o ano, com metas para cada mês.
SECOM - Prefeitura da Cidade de São Paulo
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