Secretaria Municipal da Saúde
Américo promove atividades físicas entre os povos aldeados em São Paulo
O profissional de educação física Américo Rasquinho trabalha há oito anos no Sistema Único de Saúde (SUS) da capital, dos quais sete deles foram dedicados à saúde indígena. Ele dá aulas de alongamento, promove caminhadas e também faz atendimento de auriculoterapia, modalidade de práticas integrativas e complementares em saúde (Pics). Durante os exercícios de alongamento, em um espaço comunitário, participam crianças, jovens e idosos.
Além da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vargem Grande, “mais urbanizada”, atuou na UBS Vera Poty e no Anexo Krukutu, que atendem a população de 14 aldeias indígenas. Atualmente, ele trabalha no Centro Especializado em Reabilitação (CER) III Interlagos, também na zona sul, onde aplica boa parte desses conhecimentos adquiridos ao longo dos anos. Nesse tempo todo com os indígenas, Américo conta que aprendeu muito sobre a cultura e os hábitos deles. “Funcionam em um outro tempo, não adianta marcar a consulta e esperar que eles apareçam. Se não houver vínculos entre os profissionais de saúde e os pacientes, isso fica difícil. Eles nos veem como ‘juruá’, homem branco que interfere na cultura deles. Como criamos esses vínculos, hoje eles vêm, participam e aderem aos tratamentos, principalmente quando são Pics.”
Respeito à cultura das comunidades
Outros aspectos culturais também influenciam nos cuidados com a saúde e na forma como eles procuram atendimento. Muitas vezes, adiam porque antes buscam tratamentos espirituais, a sabedoria do pajé, para depois ir ao serviço de saúde e aderir a tratamentos medicamentosos. “Eles vão à casa de reza, ouvem o pajé, se tratam com ervas medicinais, antes de tudo”, explica Américo. Principalmente os mais velhos, que segundo ele, têm mais dificuldade em aceitar o tratamento médico convencional e, por essa razão, a equipe de saúde dessas unidades buscam encontrar soluções junto com os moradores, aproximando-se da cultura desses povos, sem deixar de prestar a assistência que precisam. “Não se pode impor nada, é uma conversa de todos e, às vezes, a liderança deles precisa participar. Somos bem atuantes nisso, por isso temos bons resultados.” Os pacientes ali se importam muito mais com a presença do que com coisas materiais. Nas aldeias, por exemplo, as crianças ficam sob os cuidados de todos da comunidade. “Até me emociono ao falar, porque eles dão valores para coisas, como uma amizade, estar com a outra pessoa. E nós viemos de um meio que dá valor para coisas materiais.”
Q+
Américo pratica karatê há 30 anos. Para ele, é sagrado tomar café com a mãe diariamente, bem como ir para o tatame todos os dias, pois além de treinar, também dá aulas. Nos finais de semana, ele acorda mais cedo para correr e aproveita para ficar com a família.
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