Secretaria Municipal da Saúde

Segunda-feira, 4 de Novembro de 2024 | Horário: 14:00
Compartilhe:

Encontro reforça aceitação e impacto das Práticas Integrativas e Complementares na saúde pública de São Paulo

Os atendimentos das Pics cresceram 479% na capital nos últimos cinco anos; potencial terapêutico da musicoterapia é destaque

A importância das Pics para a saúde pública e o pioneirismo da cidade de São Paulo na implantação dessas práticas terapêuticas nos equipamentos da rede, serão temas abordados durante o Encontro Municipal da Saúde Integrativa – Pics 2024, que será realizado nesta terça-feira, 5 de novembro, das 8h30 às 17h, no auditório da Universidade Nove de Julho (Uninove), no bairro da Liberdade. 

Reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS), as Pics possuem uma abordagem holística, propondo-se a auxiliar na resolução de problemas físicos, mentais e emocionais. 

"Muitas das modalidades resgatam o coletivo, sendo importante nos aspectos de socialização e interação comunitária, além de trabalhar o autocuidado e a autonomia”, ressalta o médico Adalberto Kiochi Aguemi, coordenador da Área Técnica de Saúde Integrativa da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), acrescentando que as Pics são também uma estratégia para reduzir a medicalização do cuidado de saúde.

Organizado pela Área Técnica de Saúde Integrativa da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o evento mescla o debate sobre a realidade das Pics no SUS da capital com as apresentações de experiências nos equipamentos da rede.  O objetivo é conscientizar gestores, coordenadores regionais, supervisores dos equipamentos da rede municipal de saúde de São Paulo e membros do Conselho Municipal de Saúde sobre a importância que o impacto que as Pics proporcionam na saúde e bem-estar do paulistano. 

Estarão presentes o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, e a secretária executiva de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância Sanitária (Seabevs), Sandra Sabino. 

Entre os palestrantes convidados do evento estão Nelson Filice, livre-docente em saúde coletiva da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Dra. Aparecida Pimenta, Assessora Técnica do Conselho de Secretários Municipais de São Paulo (Cosems/SP), e o Dr. Emílio Telesi Júnior, idealizador da implantação das PICS na cidade de São Paulo no início dos anos 2000, que debaterão sobre a importância das práticas integrativas e complementares para a saúde pública.

Potencial das PICS na rede 
O número de atendimentos em práticas integrativas e complementares em saúde cresceu 479% na cidade de São Paulo entre os anos de 2018 e 2023. No ano passado, foram realizados 740.698 atendimentos em modalidades como Acupuntura, Auriculoterapia, Meditação, Yoga e Dança Circular, entre outras modalidades, em comparação a 476.868 atendimentos em 2022. No ano de 2018, antes do início da pandemia de Covid-19, foram 172.637 atendimentos.

O aumento da oferta de modalidades e atendimentos se deve à criação de uma estrutura de capacitação contínua dos profissionais da rede municipal saúde. Somente no ano passado, pelo menos mil profissionais foram formados em cursos organizados pela área técnica da secretaria. Em 2023, os principais cursos oferecidos foram em ioga, meditação, fitoterápicos e plantas medicinais, tai chi pai lin, terapia comunitária integrativa e dança circular. Atuam na oferta das Pics médicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, entre outros profissionais.

Equipamentos com Pics
Atualmente na cidade, todas as 479 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ofertam uma ou mais modalidades. Elas podem ser atividades coletivas e abertas, como a dança circular ou a terapia comunitária integrativa, ou serem recomendadas por um médico como terapia auxiliar para múltiplas condições de dor à insônia ou ansiedade.

Além das UBS, as Pics são oferecidas nos Centros de Referência da Dor Crônica (CR Dor Crônica) e nos Centros de Referência em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (CRPICS), equipamentos que oferecem à população um atendimento focado na promoção da saúde integrado à prevenção de agravos à saúde e à reabilitação, utilizando métodos naturais e cuidando da pessoa de forma integral.

“Nossos equipamentos têm o potencial de oferecer aos pacientes SUS dependentes um olhar ampliado no cuidado com a oferta das Pics em diversos equipamentos. Atualmente, acupuntura, auriculoterapia, lian gong e o tai chi pai lin já são bem mais difundidos”, afirma Adalberto Aguemi.

Musicoterapia
O coordenador destaca ainda outra modalidade de Pics que já está presente na rede municipal: a musicoterapia. “A música, seja por meio da simples fruição, ou cantando ou ainda tocando um instrumento, tem um enorme potencial terapêutico, na medida em que proporciona uma nova frequência, reconecta os neurônios; trata-se de um grande aliado como agente regulador de emoções, pois ativa várias estruturas cerebrais”.  

Ele explica que na rede municipal de saúde a musicoterapia está presente no contexto clínico de tratamento, reabilitação ou prevenção de saúde e bem-estar, que se utiliza do fazer musical ou da experiência sonora para abertura de novos canais de comunicação.
 

collections
Galeria de imagens