Prefeitura de São Paulo

A assistente social Maria Isabel Costa dos Santos atua no Sistema Único de Saúde (SUS) da capital paulista há 10 anos. Depois de 18 anos trabalhando em programas de habitação, ela, que já era especialista em saúde pública, se capacitou também em gerontologia, e assumiu temporariamente a coordenação do Programa Acompanhante de Idosos (PAI) Maria Cecília, na Brasilândia.

Quando a licença-maternidade que ela cobria na zona norte acabou, passou a coordenar o PAI Santa Cecília e, em 2019, assumiu a coordenação do programa na Unidade Básica de Saúde (UBS) Toledo Piza, também na zona norte da capital. “A vulnerabilidade dos idosos na região central da cidade é diferente de como é nas periferias. O bairro Santa Cecília tem muitos idosos isolados em seus apartamentos. Desde essa época, começamos a desenvolver atividades para fortalecer a rede de assistência e os vínculos afetivos deles”, explica.

Ao chegar no extremo norte, Maria Isabel percebeu outras necessidades, e a partir da experiência no centro, ela desenvolveu a seguinte estratégia para poder estruturar uma rede e estabelecer vínculos: nos aniversários, a assistente social e as 10 acompanhantes da equipe multidisciplinar iam até a casa do idoso levando um bolo simples para cantar parabéns com outros participantes do programa. “Antes isolados em suas casas, eles começaram a reconhecer velhos conhecidos com quem já não tinham contato”, conta. Com a pandemia, eles tiveram que se reinventar e passaram a fazer serenatas, com o uso de máscara e respeitando o distanciamento social, para atenuar a tristeza dos pacientes. A iniciativa ficou conhecida como projeto Florescer e o trabalho foi contemplado com o Prêmio Cidade de São Paulo, em 2021.

A equipe multidisciplinar coordenada por Maria Isabel conta com 15 profissionais de saúde, além dela, entre eles, um médico, um enfermeiro, dois técnicos de enfermagem, um administrativo e 10 acompanhantes, que, atualmente, atendem 120 idosos, que recebem de uma a cinco visitas semanais, a depender do caso. Alguns participantes do programa precisam de companhia para ir até o mercado, a feira, comprar roupas; outros solicitam acompanhamento em consultas médicas e, por essa razão, é difícil prever quanto tempo dura um atendimento. “É notável a alegria deles em poder escolher as frutas e as verduras que vão comer naquela semana. É essa a importância do PAI na vida dessas pessoas, quando elas passam a se enxergar ativas e socialmente participativas de novo”, relata.

No dia 24 de setembro desse ano, o programa completou 16 anos e a equipe fez uma festa com bolo, salgados e bebidas para receber e comemorar com alguns pacientes. Teve música, dança, declamação de poesia e muitos se emocionaram ao agradecer o trabalho do programa.

Q+
Maria Isabel ama viajar, seja com a família, amigos ou sozinha. No momento, ela se prepara para visitar o filho Danilo, que mora na Alemanha, e conhecer Johanna, a neta que já completou sete meses de vida. Nos fins de semana, ela aproveita o tempo para curtir o filho Bruno e o neto Bryan, de 10 anos, que moram em São Paulo.