Secretaria Municipal da Saúde

Segunda-feira, 14 de Maio de 2018 | Horário: 10:56
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CEInfo realiza seminário na SMS para apresentar os primeiros resultados do ISA – Capital 2015

Foram entrevistados 4.043 moradores da cidade de São Paulo para falar sobre suas experiências envolvendo acidentes e violência no município, entre outros

Por Carmen Ludovice
Foto Edson Hatakeyama

Com o tema “Violência e Acidentes na cidade de São Paulo”, a CEInfo (Coordenação de Vigilância em Saúde) da SMS (Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo) realizou em 10 de maio último, das 13h às 17h, no Espaço Multiuso da pasta, o Seminário ISA Capital – 2015, para apresentar e debater os resultados do inquérito de saúde sobre violência e acidentes ocorridos na cidade de São Paulo em 2015.

O evento contou com mais de trinta representantes das Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS), do Gabinete da SMS, da CEInfo, da Atenção Básica, e das Áreas Técnicas de Saúde (STS).

Na ocasião, foi lançado o boletim ICSAPS –“Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária em Saúde no Município de São Paulo – 2010 a 2017”.

Na abertura do encontro, Helio Neves, médico sanitarista e assessor técnico da CEInfo falou sobre os aspectos metodológicos do ISA Capital – 2015.

Em seguida, Carmem Helena Seoane Leal, médica da DANT/Covisa (Doenças e Agravos Não Transmissíveis/Coordenadoria de Vigilância em Saúde) abordou o tema “Violência – Resultados ISA Capital – 2015”.

Já a questão “Acidentes – Resultados ISA Capital – 2015” ficou a cargo de Célia Maria Castex Aly, psicóloga e epidemiologista da CEInfo.

Coordenadores regionais de saúde divididos em grupos e por coordenadorias analisaram, debateram e apresentaram uma síntese de suas ideias a respeito dos resultados do inquérito aos participantes do seminário.

Um debate moderado por Nelson Figueira Junior, psicólogo da Área Técnica de Violência, e Ruy Paulo D’elia Nunes, médico sanitarista DANT/Covisa finalizou o evento.

Na foto em fundo claro participantes do seminário reunidos na sala multiuso da SMS debatem o tema violência e acidentes 

O ISA, metodologia e resultados

Fruto de uma parceria de mais de 10 anos entre a Universidade de São Paulo (USP) e a SMS, o inquérito de saúde busca conhecer aspectos da saúde pública no município de São Paulo que não fazem parte dos sistemas rotineiros de informações do SUS (Sistema Único de Saúde); seus dados e informações ajudam a subsidiar políticas públicas de saúde, sendo em geral realizado em amostras representativas de uma população definida.

Os questionários utilizados na pesquisa abrangiam desde acidentes e violência, saúde emocional, características socioeconômicas individuais e familiares, até estilos de vida. Os relatos são referentes a fatos ocorridos nos doze meses anteriores às entrevistas. Foram entrevistados adolescentes (12 a 19 anos); adultos do sexo feminino (20 a 59 anos); adultos do sexo masculino (20 a 59 anos); idosos de 60 anos e mais, das Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) Norte, Centro-Oeste, Sudeste, Sul e Leste.

Síntese do ISA violência/acidentes/saúde

Os impactos que a violência urbana e os acidentes têm sobre a vida cotidiana alteram nossos hábitos, afetam nossa saúde e aumentam a demanda por serviços de saúde, como se pode ver abaixo:

– Violência autorrelatada: 8,2% da população sofreu algum tipo de violência, não havendo diferença estatisticamente significativa entre sexo, idade e raça/cor;

– A CRS Centro-Oeste e a CRS Sul apresentaram, respectivamente, prevalência 11,7% superior e 5,2% inferior à média da cidade de pessoas com 12 anos ou mais de idade que relataram terem sido vítimas de violência, com diferença estatisticamente significativa;

– O tipo de violência mais frequente foi ter sido ‘insultado, humilhado ou xingado por alguém’: 76,6% entre as mulheres e 68,2% entre os homens;

– As agressões sofridas mais frequentes ocorreram em locais públicos externos: 51,7% por homens e 26,3% por mulheres; seguida da própria casa: 32,8% por mulheres, e 10,4% por homens;

– O principal agressor foi ‘bandido, ladrão ou assaltante’ (32,6%), seguido por outro ‘desconhecido’ (18,2%). Quase metade das agressões é perpetrada por parentes ou pessoas conhecidas;

– Dos 8,2% que relataram ter sofrido algum tipo de violência: 41,9% precisaram da assistência de profissional de saúde; 39,3% tiveram lesões que limitaram suas atividades do dia a dia; e 11,7% sofreram lesões que poderiam ser classificadas como gravíssimas.

Quedas acidentais

A pesquisa dos acidentes por quedas acidentais que envolveu pessoas com 12 anos ou mais residentes em área urbana do município de São Paulo, mostra:

– 10,6% da população sofreu algum tipo de queda nos 12 meses anteriores à data da entrevista, sem diferença estatística significativa entre os sexos; a CRS Norte teve a maior frequência (14,7%);

– Mulheres idosas (18,8%) e jovens do sexo masculino (17,2%) sofreram mais quedas;

– As quedas segundo o local de ocorrência e a descrição foram mais frequentes no próprio domicílio (38,8%), seguido da rua (30,7%). Observou-se maior ocorrência de quedas no “mesmo nível” (39,2%), seguidas de escada/degrau (33,2%);

– As principais causas das quedas de pessoas com 12 anos ou mais foram escorregão ou tropeço (94%);

– As quedas segundo a gravidade/tipo de limitação e faixa etária limitaram as atividades de 35,3% da população de 20 a 59 anos, sendo que 23,3% ficaram acamadas e 14,1% tiveram sequelas ou incapacidade;

– A necessidade de assistência médica em decorrência de quedas, em pessoas com 12 anos ou mais, segundo o sexo e a faixa etária foi maior entre idosos (50,5%) e em adultos (42,2%).

Acidentes de Trânsito (AT)

Grave problema de saúde pública, os acidentes de trânsito relatados por pessoas de 12 anos e mais residentes no município de São Paulo, revelam:

– 2,9% da população de 12 anos ou mais, por sexo e faixa etária no município de São Paulo sofreram algum tipo de AT nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa, sendo mais frequente entre os homens (4,4%) e na população adulta (3,4%);

– Quanto à frequência de AT por Coordenadoria Regional de Saúde, a região Centro-Oeste apresentou (4,6%) entre seus moradores e a região Sul, a menor (2,1%);

– Sobre a condição e o tipo de veículo envolvido em acidentes de trânsito nos 12 meses anteriores à entrevista, a pesquisa revela que 66,7% dos AT com pessoas de 12 anos ou mais considerados mais graves, a maioria estava na condição de condutor;

– Em relação ao tipo de veículo, carros e vans foram maioria (50,3%), seguidos por motocicletas (43,4%);

– Dos AT considerados mais graves, 49,9% das pessoas com 12 anos ou mais relataram ter sofrido alguma lesão corporal ou ferimento nos últimos doze meses; 32,7% precisaram receber assistência médica; e 24% ficaram com alguma sequela ou incapacidade;

– Dos AT com motocicleta (75,4%) resultaram em alguma lesão corporal ou ferimento, sendo que 74,5% das vítimas necessitaram de assistência médica;

– Condição da vítima nas vias públicas: dos AT dos últimos doze meses ocorridos com pessoas de 12 anos ou mais, os da condição de pedestre atingiram o nível mais alto no item gravidade: 75,4% das vítimas relataram ter sofrido algum tipo de lesão ou ferimento, sendo que 74,5% necessitaram de assistência médica.

Saiba mais em: /web/saude/epidemiologia_e_informacao/isacapitalsp/

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