Secretaria Municipal da Saúde

Segunda-feira, 11 de Março de 2024 | Horário: 16:09
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Estratégia da Saúde busca desenvolver a autonomia de pessoas com deficiência intelectual

São 32 equipes que oferecem suporte a pacientes para que desenvolvam suas potencialidades e protagonismo na comunidade

Na cidade de São Paulo, 127,5 mil pessoas são diagnosticadas com deficiência intelectual (DI), de acordo com dados de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, apresentam limitações significativas no funcionamento intelectual, no que diz respeito a habilidades conceituais, sociais ou práticas, como por exemplo a capacidade de se adaptar a diferentes situações.

Além de 34 Centros Especializados em Reabilitação (CERs) que funcionam em todas as regiões da capital, 29 deles com atendimento a pessoas com DI, a atenção a essa parcela da população é intensificada por meio da Estratégia Apoiador da Pessoa com Deficiência (APD), programa implantado pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

O principal objetivo das 32 equipes da estratégia APD, presentes em 24 CERs, é o desenvolvimento das potencialidades do paciente para que conquiste a própria autonomia, independência e protagonismo nos diversos espaços e serviços do seu território.

O encaminhamento acontece da Unidade Básica de Saúde (UBS) para o CER, onde a pessoa com DI é avaliada pela equipe multiprofissional (formada por enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos). Uma vez identificado que poderá se beneficiar da estratégia, a equipe elabora um projeto terapêutico singular (PTS) com a pessoa e sua família.

É o caso da Adriana Lopes, 36 anos, que foi encaminhada à equipe APD do CER III Interlagos, pertencente à Supervisão Técnica de Saúde (STS) Capela do Socorro, na zona sul da capital, com hipótese diagnóstica de deficiência intelectual leve.

De acordo com a fonoaudióloga Daniella Vieira da Silva, 41 anos, a equipe trabalha as potencialidades da paciente, cujo foco é ser reinserida no mercado de trabalho. “No momento, a equipe está trabalhando as suas qualidades para a busca da autonomia e independência, com dicas e simulações de entrevista de emprego, preparando-a para esse momento”, comenta a profissional.

Introvertida, Adriana conta que tem conseguido se socializar, o que contribuirá para o seu desempenho num processo seletivo. “A equipe tem me ajudado a superar a timidez, o medo de falar em público e isso será importante ao participar de uma entrevista. Quero voltar a trabalhar em breve. Estou aberta para qualquer oportunidade”, diz a paciente.

Atuação das equipes começa no território e na casa do paciente

Conforme explica a gerente do CER III Interlagos, Daniela Geanette, 41 anos, o primeiro atendimento da equipe APD é diretamente na casa, comunidade e território do paciente assistido, a fim de identificar suas particularidades e reconhecer o espaço. “O atendimento já se inicia em casa, com a visita da equipe, que entrevista a família, conhece o ambiente e sua rotina. Dessa forma, tem uma ideia prévia da demanda.”

O PTS é voltado às necessidades que o paciente apresenta, podendo ser autocuidado e realização de atividades básicas da vida diária ou ainda a busca por emprego. A estratégia APD também mantém contato com todos os equipamentos do território, uma vez que as intervenções que o usuário realizará serão compartilhadas com os familiares, serviços de cultura, com a escola e os meios onde circula.

“O objetivo é chegar à potência que o paciente tem e permitir que ele consiga ter condições para criar autonomia e ocupar os lugares a que tem de direito", reforça Daniela, lembrando que o isolamento e a dependência excessiva da família vão no sentido oposto, fragilizando a pessoa com deficiência intelectual.

O tempo médio de permanência no programa é de dois a três anos, variando conforme a necessidade de cada indivíduo. “O período de atendimento será de acordo com o que o paciente consegue conquistar dentro dos objetivos traçados, que é a reestruturação da rede apoio e, às vezes, esse processo não é rápido”, explica a gestora.

A estratégia APD no CER III Interlagos acompanha atualmente 80 pacientes e conta, na equipe, com fonoaudiólogo, psicólogo, um terapeuta ocupacional, uma enfermeira/supervisora e seis acompanhantes, que realizam entre duas e três visitas semanais na casa/território.

Em média, as 32 equipes APD atendem 2.300 pessoas por mês na cidade de São Paulo.

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