Secretaria Municipal de Cultura
Dicas de Leitura - Povos Indígenas
DIA DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO DOS ÍNDIOS
O Dia 1o de abril foi instituído o Dia da Abolição da Escravidão Indígena. A escravidão indígena existe desde os primórdios da colonização portuguesa no Brasil, sobretudo entre os anos de 1540 até 1570. Trata-se de uma alternativa à mão de obra africana durante todo o período do Brasil Colônia.
A primeira Lei, de 1755, abolia a escravidão indígena apenas para o Estado Grão-Pará e o Maranhão. Foi em 1758, por meio de um decreto do Marquês de Pombal, diplomata e primeiro-ministro português, que a abolição foi decretada de forma definitiva ao ser estendida para todo o país.
DIA DOS POVOS INDÍGENAS
O Dia dos povos indígenas (Dia dos índios), em 19 de abril, é uma data que tem como objetivo homenagear as raízes do povo brasileiro, e principalmente, preservar a herança cultural indígena.
A data de 19 de abril foi proposta em 1940 pelas lideranças indígenas do continente americano que participaram do Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México.
O Brasil não aderiu imediatamente ao instituto, mas, com a intervenção do Marechal Rondon, apresentou sua adesão e instituiu o Dia do Índio no dia 19 de abril, cumprindo a proposta do Congresso de 1940. A comemoração foi instituída pelo presidente Getúlio Vargas através do Decreto-Lei n.° 5.540, de 2 de junho de 1943, então com o título de "Dia do Índio"
A Literatura de autoria indígena ou Literatura nativa tornou-se um fenômeno cultural e um movimento literário a partir da década de 1990. As décadas anteriores foram marcadas pela ausência de edições publicadas de autores nativos, com raríssimas exceções, ficando clara a condição de esquecimento e invisibilidade desses povos originários, de suas narrativas e de sua história.
Com a Constituição de 1988, o seu artigo 210, que reconheceu o direito indígena à educação em suas línguas maternas e à utilização de processos próprios de aprendizagem, fez surgir uma produção escrita de autoria coletiva para dar conta dessas demandas educacionais. No mesmo contexto, a produção literária de cunho individual também ganhou corpo, de caráter criador e mobilizador. Autores como Kaká Werá e Daniel Munduruku foram precursores dessa produção escrita, assentada nas tradições e na história de seus povos.
O tradicional Dia do Índio, passa a ser chamado oficialmente de Dia dos Povos Indígenas pela Lei 14.402, de 2022,
Conheçam abaixo algumas obras de autores indígenas e suas histórias
Histórias de índio - Daniel Munduruku ; ilustrações Laurabeatriz
Na primeira parte esse livro traz um conto da cultura munduruku. "O menino que não sabia sonhar" fala de Kaxi, um garoto como outro qualquer, exceto pelo fato de o pajé tê-lo escolhido como seu sucessor. Para ser iniciado nos segredos da pajelança, o pajé lhe ensina que é preciso sonhar, pois nos sonhos residem os grandes mistérios da vida. Aqui, talvez pela primeira vez no Brasil, a cultura indígena é apresentada do ponto de vista de um dos seus integrantes. Em seguida, o autor relata com bom humor suas experiências no "mundo dos brancos" e comenta a situação dos povos indígenas no Brasil. A edição inclui desenhos de crianças indígenas e fotos de aldeias mundurukus.
Indígenas da América do Sul - Brasil - Usos e costumes - Literatura infantojuvenil
Xerekó Arandu : a morte de Kretã - Olívio Jekupé ; ilustrações Maté
Histórias contadas por Olívio Jekupé em sua viagem ao Paraná, onde decidiu retomar os estudos. Em meio a aventuras, ele nos apresenta ngelo Kretã, cacique do povo Kaingáng, conhecido por sua coragem e determinação na defesa das terras do seu povo e da união dos povos indígenas.
Kretã, Ângelo, -1980; Índios Kaingang - Literatura infantojuvenil; Indígenas da América do Sul - Brasil - Literatura infantojuvenil
A terra dos mil povos : história indígena brasileira contada por um índio - Kaká Werá Jecupé ; capa e ilustrações Taisa Borges
O Brasil é a terra dos mil povos, o seio que abrigou os filhos de muitas terras estrangeiras e que alimentou, com amor de mãe genuína, os milhares de povos indígenas que aqui habitavam há cerca de 15 mil anos. Quem eram e o que pensavam os primeiros habitantes desta terra? Antropólogos se debruçaram sobre essa questão e deixaram contribuições definitivas para a compreensão desse capítulo da nossa história. A maioria das nações indígenas, no entanto, permaneceu calada, sofrendo passivamente as influências da civilização do homem branco, que chegou tão perto e, no entanto, optou por manter-se distante, atirando no esquecimento toda a riqueza da tradição, do pensamento e da espiritualidade indígenas. Um novo olhar foi inaugurado às vésperas do aniversário de quinhentos anos do descobrimento do Brasil, e este livro, que nos revela o caráter absolutamente universal dessas tradições, foi um de seus precursores.. Website da Amazon
Indígenas da América do Sul - Brasil - História
Sehaypóri : o livro sagrado do povo Saterê-mawé - Yaguarê Yamã ; grafismo Yaguarê Yamã
Sehaypóri: O livro sagrado do povo Saterê-Mawé é, como diz o autor, uma homenagem aos pajés de sua nação, que buscam no espírito natural a resposta para as dúvidas da alma. Como seus antepassados, Yaguarê narra as memórias de sua gente para preservar a tradição de uma geração para outra. As lendas e fábulas de animais aqui reunidas ensinam a origem das coisas, apresentando ao leitor a cultura e o imaginário deste grupo. Notas Gerais: Inclui glossário dos idiomas Saterê e língua geral ; Glossário da língua regional amazônica.
Índios Mawé - Lendas; Indios Mawé - Religião e mitologia; Indígenas da América do Sul - Brasil; Literatura folclórica - Escritores indígenas - Brasil
Contrapontos da literatura indígena contemporânea no Brasil - Graça Graúna
A autora começa definindo a literatura indígena contemporânea nos seguintes termos:
[...] a literatura indígena contemporânea é um lugar utópico (de sobrevivência), uma variante do épico tecido pela oralidade; um lugar de confluência de vozes silenciadas e exiladas (escritas), ao longo dos mais de 500 anos de colonização.(GRAÚNA, 2013, p. 15).
[...] o estudo da representação do negro e do índio na literatura requer uma abordagem específica [...] A expressão artística do ameríndio e do africano sugere uma leitura das diferenças, pois o ato de conhecer o outro implica o ato de interiorizar a história, a autohistória, as nossas raízes (GRAÚNA, 2013, p. 47),
Literatura indígena - Brasil - História e crítica; Literatura brasileira - Escritores indígenas - História e crítica
O pássaro encantado - Eliane Potiguara ; ilustrações Aline Abreu
Os avós são figuras muito importantes para os povos indígenas. Trazem os costumes, as memórias e os ensinamentos para a vida. Neste livro, Eliane Potiguara nos conta sobre a relação com esta figura poderosa e mágica, a avó, que traz as histórias vivas dentro de si. Aline Abreu, com suas ilustrações, nos carrega para esse tempo de magia.. Website da editora
Indígenas da América do Sul - Brasil - Literatura infantojuvenil
Aproveitem para conferir nossas Dicas de Leitura onde apresentamos outros destaques do acervo do Sistema Municipal de Bibliotecas.
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