Secretaria Municipal de Cultura
Consumir cultura nunca é demais: O fomento cultural no teatro da Mooca
Marcada pelas raízes espanholas e mineiras, Elizabeth Florido, nasceu com senso crítico, espírito hospitaleiro e uma grande paixão por história, especialmente pela história da cidade de São Paulo. Chegando ao mundo na região do Brás, zona leste da cidade, Elizabeth é jornalista, historiadora, voluntária no Teatro Arthur Azevedo e personagem desta reportagem especial produzida pela Secretaria Municipal de Cultura.
Em entrevista, a comunicadora conta a sua história, como se tornou a voluntária que eleva o público no Teatro Arthur Azevedo.
Com os olhos verdes, cabelos castanhos, na altura do ombro, e uma eloquência sem igual, Elizabeth Florido nasceu para elevar a cultura, o folclore e o meio ambiente. Desde jovem, luta pelo o que acredita e dedica-se aos cuidados com a natureza e as pessoas. “Por um tempo pensei em fazer ciências biológicas, devido a minha luta pelo meio ambiente, mas acabei trabalhando com o que sei fazer melhor que é escrever, falar, me expressar, abrir diálogos e conectar pessoas umas com as outras”, conta.
Caminhando pela região da Mooca, quando cursava jornalismo no fim da década de 90, Elizabeth notou que o território possui muitas arquiteturas históricas, mas pouca exploração e divulgação. “Foi neste momento que comecei a pensar em realizar uma saída fotográfica pela região. Eu sentia que precisava demandar isso de alguma forma.” relembra a jornalista. Na época, a comunicadora conversou com o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da sua faculdade, Universidade São Judas Tadeu (USJT), para que pudessem criar algo que expandisse a história do bairro, mas, infelizmente, a ideia não foi para frente. “Eu entendia que precisava fazer alguma coisa pela região, então, expandi minha ideia e decidi criar um folheto para o aniversário da Mooca”, recorda a jornalista. Elizabeth levantou informações, recolheu dados, fez o contexto histórico dos imóveis, fotografou os espaços e realizou a impressão do folheto de forma independente.“ O folheto foi uma ação pontual e não pensei em levar adiante", ressalta. “Sem modéstia, eu inspirei outros jornalistas para que pudessem criar os jornais da Mooca. Eu vim de uma fase pré-jornalismo local na região”, completa.
Com a criação do folheto, a Elizabeth virou influência e recomendação para aqueles que desejam saber sobre a região da Mooca. “Talvez, eu seja uma grande referência para região, visto que além da criação do material, eu protagonizei os pedidos de tombamento do Cotonifício Rodolfo Crespi e do Moinho Santo Antônio, ambos tombados pelo Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - CONPRESP”, conta. Com a sua luta pela preservação histórica e cultural da região, Elizabeth Florido foi incentivada a ingressar, em 2016, no mestrado de Arquitetura e Urbanismo.
O afresco, a arquitetura pós-moderna e a história do Teatro Arthur Azevedo trouxeram a historiadora para o contato com as artes cênicas. “O Teatro Arthur Azevedo é o primeiro espaço municipal voltado para as artes cênicas na cidade de São Paulo, e isso me chamou muita atenção”, lembra Elizabeth. “Eu sabia sobre a importância da história e do espaço para a região, então, participei de algumas atividades para conhecê- lo mais e não parei, inclusive, a minha neta participou também. Na pandemia, o projeto PÍA (Programa de Iniciação Artística) minimizou o isolamento social com as atividades on-lines”, completa.
A jornalista e historiadora sempre gostou de engajar as pessoas e exalar conhecimento e durante uma edição, das quatro que participou, da Jornada do Patrimônio, Elizabeth mostrou ao público que a região da Mooca é mais que o estádio do Juventus, espaço referência da localidade. “A Mooca é uma região pós-moderna, fabril, repleta de influências de imigrantes e histórias. Na Jornada do Patrimônio, eu realizei passeios históricos pela região e fazia questão de parar e apresentar o Teatro Arthur Azevedo para o público”, conta a historiadora.
O Teatro Arthur Azevedo é um espaço repleto de história e cultura.
Localizado no Alto da Mooca, o Teatro Arthur Azevedo conta com programação mensal além de atividades de formação cultural, que são divulgadas pela SMC, redes sociais do próprio espaço e agora nos jornais locais, graças a Elizabeth Florido. A jornalista movimenta os veículos de comunicação da região com conteúdos que fomentam os moradores da região com peças e atividades teatrais do equipamento cultural, de forma voluntária. “Sei que as ações culturais são valiosas e para manter o teatro vivo e garantir que as companhias estejam cada vez mais interessadas pelo espaço é preciso chamar o público”, conta.
Atuando como voluntária no Teatro Arthur Azevedo, Elizabeth passou a sentir a necessidade de realizar as divulgações em seu perfil pessoal do Instagram também. “Me sinto muito grata por contribuir com as divulgações, sejam elas nos jornais impressos ou digitais, nas redes sociais e no meu próprio perfil do Instagram”, conta. A jornalista ressalta que quem realiza voluntariado doa uma parte do seu tempo para fazer uma ação dedicada a uma via de mão dupla. ”Para quem deseja ser voluntário é necessário ter em mente que o comprometimento e a dedicação caminham lado a lado e que a ação realizada é um ganho para os dois lados, uma vez que além de estar ajudando o outro, você está se ajudando também, é uma via onde todos saem ganhando”.
Aos 60 anos, Elizabeth Florido coleciona memórias e histórias incríveis do Teatro Arthur Azevedo e ressalta que a sua contribuição para a Mooca e o espaço teatral não vão parar, pois fomentar a cultura nunca é demais” Consumir cultura nunca é demais. A arte e a cultura caminham juntas e precisamos sempre exaltá-las”.
Serviço:
Teatro Arthur Azevedo
Endereço: Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca
Telefone: 2604-5558
Horário de funcionamento: Terça a sábado das 10h às 23h e domingo das 14h às 21h.
Por Caroline Freitas