Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania
Mercado Municipal de Pinheiros ganha Estação Preço de Fábrica de remuneração direta para catadores de material reciclável
Os secretários Carlos Fernandes, Soninha Francine e Marta Suplicy durante a inauguração da Estação Preço de Fábrica
Começou a funcionar nessa semana no Mercado Municipal de Pinheiros a “Estação Preço de Fábrica”, uma iniciativa do Grupo Boticário em parceria com a startup Green Mining, a Ibema, que tem por objetivo comprar e destinar de maneira ambientalmente correta resíduos de vidro, papelão, papel branco e papel cartão, e a Prefeitura de São Paulo.
A “Estação Preço de Fábrica” elimina intermediários e repassa aos catadores de material reciclável o preço direto do produto pelas indústrias parceiras. Com isso, a renda de catadores de material reciclável e de associações do setor, que ficam apenas com 20% da renda aferida, eleva-se até quatro vezes mais, segundo a Green Mining.
O projeto reúne parceiros e está de acordo com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), com os quais a Prefeitura de São Paulo está comprometida. A sessão do espaço no Mercado Municipal de Pinheiros, administrado pela Secretaria Executiva de Segurança Alimentar e Nutricional e de Abastecimento, órgão ligado à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, é um dos resultados da parceria. Outra pasta envolvida é a Secretaria Municipal de Relações Internacionais, que no fim de semana anterior promoveu a Virada ODS na cidade de São Paulo.
“Muitas pessoas já estão sensibilizadas com a questão da sustentabilidade, mas precisamos apoiar essas e atrair outras pessoas para aderir à reciclagem. Este lugar ajuda a conectar as partes, pois você tem um ponto de encontro: de atividades econômicas, alimentação, convivência, lazer e materiais recicláveis e isso acaba sendo muito prático”, afirma a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Soninha Francine, que esteve na cerimônia de inauguração da estação.
A secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy, também esteve no local. Ela associou a inauguração da estação ao momento em torno do debate de ações de sustentabilidade. “Um dado divulgado, em um dos debates da Virada ODS, pelo PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, mostra que a ONU considera necessário um investimento global de US$ 3 trilhões para que o cumprimento da Agenda 23 se consolide. Sozinhos os governos nacionais, estaduais e municipais obviamente não teriam a menor possibilidade de investimento. Então é preciso de muita parceria do público, privado e da sociedade civil como essa, sendo ela a única fórmula que pode ser vencedora”, disse.
O secretário executivo de Segurança Alimentar e Nutricional e de Abastecimento, Carlos Fernandes, destacou a importância da iniciativa e defendeu a adoção de outras providências de sustentabilidade nos mercados municipais. “Essa inauguração caiu como uma luva com a Virada ODS. Ela representa a pegada da sustentabilidade e faz do Mercado Municipal de Pinheiros um polo dessa cultura. Queremos fazer nele investimentos para reuso da água, trocar a iluminação por lâmpadas de Led e adotar a energia fotovoltaica nos mercados municipais para transformá-los sustentáveis. O poder público deve dar o exemplo’.
A estação
A “Estação Preço de Fábrica” inaugurada no Mercado Municipal de Pinheiros é a segunda implantada na cidade de São Paulo. A primeira se encontra instalada em uma unidade de uma rede de supermercados localizada na região do Jabaquara. Há uma outra estação ainda na Grande São Paulo, na região de Embu das Artes.
Com a parceria de indústrias e empresas como o Grupo Boticário e outras, e mais o poder público, acredita-se ser possível expandir a iniciativa para outras regiões da cidade. Desde 2021, o conjunto das estações Jabaquara e Embu das Artes recolheu mais de 847 toneladas de materiais recicláveis trazendo benefícios para mais de 2.500 famílias de catadores.
“O grande objetivo dessa iniciativa é a gente levar o valor real do material para a mão das pessoas, principalmente para o pessoal que está todos os dias na rua ralando para coletar o material, carroceiros, catadores, que hoje ficam com 20% da renda do material porque tem que vender para um sucateiro local e conseguem receber algo em torno de R$ 480 por mês. Pela estação a gente consegue entregar cerca de R$ 1.800 a R$ 2 mil por mês, pelo mesmo esforço dispendido”, explica Rodrigo Martins Campos de Oliveira, CEO da Green Mining.
Na Estação, o coletor entrega e pesa o material reciclável e recebe um recibo da movimentação. Por intermédio de um aplicativo de celular ele tem o controle de tudo o que entregou e registra uma conta na qual o dinheiro vai ser depositado.
O pagamento é automático e acontece todas as sextas-feiras por pix, sempre que o valor acumulado na semana for de no mínimo R$ 10. O sistema tem o controle de tudo o que é coletado e das pessoas que participam da reciclagem.
A “Estação Preço de Fábrica” de Pinheiros funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h.
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