Subprefeitura Lapa

Histórico

História do Bairro da Lapa: Origens e transformações

A Lapa, bairro da Zona Oeste de São Paulo, possui uma rica trajetória que remonta aos primeiros anos do povoamento de São Paulo de Piratininga. A primeira referência à região data de 1581, quando os jesuítas receberam uma sesmaria às margens do Rio Emboaçava, hoje chamado Pinheiros.

Os primeiros séculos

No século XVIII, destacou-se a "Fazendinha da Lapa", localizada próximo aos sítios de Água Branca, Mandi, Emboaçava e Tabatinguá. Em 1765, a região contava com apenas 5 casas e 31 habitantes. Durante o início do século XIX, a produção de cana-de-açúcar ganhou força, e o tráfego entre Itu e o litoral foi desviado para a ponte do Sítio do Coronel Anastácio, devido às más condições da ponte sobre o Rio Pinheiros.

Expansão urbana e ferrovia

A partir de meados do século XIX, a qualidade do barro às margens do Rio Tietê favoreceu a instalação de olarias, impulsionando o crescimento do povoado. A urbanização se consolidou com a chegada da São Paulo Railway (SPR), que em 1867 inaugurou a ferrovia entre Santos e Jundiaí. Próxima à ponte do Coronel Anastácio, uma parada ferroviária começou a atender o nascente bairro da Lapa.

Entre 1880 e 1890, a urbanização ganhou força com loteamentos como Vila Romana, Grão Burgo da Lapa e Vila Sofia. Esses empreendimentos atraíram imigrantes, principalmente italianos, marcando a transição de propriedades rurais para espaços urbanos.

Industrialização e comércio

A ferrovia estimulou o surgimento das primeiras indústrias, como a Vidraria Santa Marina e o Frigorífico Armour, que aproveitaram a proximidade do Rio Tietê. Nas décadas de 1930, novas indústrias começaram a surgir, expandindo-se para bairros vizinhos, como Vila Leopoldina, Vila Hamburguesa e Anastácio.

O comércio também floresceu. Com o advento dos bondes, o Largo da Lapa tornou-se o principal polo comercial, enquanto a "Lapa de Cima" cresceu ao longo da Rua Guaicurus. A Cooperativa dos Operários da Ferrovia, fundada em 1908, ajudou a consolidar o desenvolvimento comercial da região.

Crescimento pós-guerra

Após a Primeira Guerra Mundial, novos loteamentos ampliaram os limites da Lapa. A Vila Anastácio (1919) e Vila Ipojuca (1921) acolheram imigrantes do Leste Europeu. Nos anos 1920, a Companhia City promoveu o desenvolvimento do Alto da Lapa e da Bela Aliança, enquanto a Vila Leopoldina foi urbanizada em 1926. Esse período definiu a base da estrutura atual da Lapa.

A inauguração da Rodovia Anhanguera em 1943 trouxe novas transformações. Em 1954, o Mercado Municipal foi criado no local da maior feira livre da cidade, e em 1966 o CEASA (atual CEAGESP) foi instalado na Vila Leopoldina. Em 1968, o bairro recebeu o segundo shopping center de São Paulo, na Rua Catão.

Infraestrutura e modernização

Ao longo das décadas de 1950 e 1960, a construção das marginais dos rios Pinheiros e Tietê fortaleceu a conexão entre a Lapa e outras áreas. A infraestrutura urbana avançou, com melhorias em transporte, comércio e serviços. A inauguração do Terminal Intermodal da Barra Funda trouxe um novo impulso, consolidando o bairro como um centro estratégico de integração metropolitana.

Hoje, a Lapa é um dos bairros mais bem servidos de São Paulo, com comércio diversificado, ampla rede de serviços e infraestrutura robusta. Sua história rica e plural faz dela um marco no desenvolvimento urbano da cidade.