Descrição

A redução e a fragmentação da cobertura vegetal original das grandes cidades, fomentadas pelo crescimento urbano desordenado geram? Uma enorme pressão sobre a biodiversidade local, com efeitos, muitas vezes, adversos a esta. O grande contraste existente entre a malha urbana e as áreas verdes remanescentes coloca a fauna silvestre de vida livre frente a uma série de situações e desafios para sua sobrevivência e perpetuação na cidade. Este cenário contribui para afastar e desvincular a humanidade das demais espécies que compõem e integram a natureza.

A falta de conhecimento, impossibilita a construção de vínculos afetivos e consequentemente o cuidado com o que quer que seja. Isso se aplica também à biodiversidade. É necessário conhecer para se afeiçoar e posteriormente cuidar. Restabelecer então, os vínculos da nossa espécie com as demais espécies da natureza se torna fundamental como estratégia de conservação da biodiversidade. Nesse contexto a vivência e a percepção do ambiente natural e urbano em que se insere a cidade de São Paulo, associado ao conhecimento da fauna, oferece elementos essenciais para reestabelecer e fortalecer tais vínculos e trazer a consciência da importância de se conservar a biodiversidade não só para as presentes, como também para as futuras gerações.

A cidade de São Paulo, apesar de ser o maior aglomerado urbano da América Latina, ainda abriga uma grande diversidade de fauna silvestre. O último?inventário?faunístico do município de São Paulo, realizado em 2021, indica a presença de 1.306 espécies de animais silvestres, onde as aves ocupam lugar de destaque com 497 espécies.

A observação de aves se constitui como uma atividade de lazer em muitas partes do mundo e além do seu caráter lúdico, funciona também como instrumento de conscientização ambiental e difusão do conhecimento científico, principalmente com o advento de plataformas colaborativas de ciência cidadã tais como a iNaturalist, a Wiki Aves e a e-Bird, que permitem que qualquer pessoa possa contribuir para o levantamento, identificação, mapeamento e difusão de conhecimento sobre as aves. A introdução do conceito de ciência cidadã traz consigo, além da informação e divulgação sobre a importância da proteção da natureza, através da observação de aves, o princípio do exercício da cidadania, pois com a participação de todos os seguimentos da sociedade na produção do conhecimento, este se torna mais democrático e mais legítimo quando usado para subsidiar a construção de políticas públicas de conservação da biodiversidade.

Nesse contexto, o curso Observação de aves para professores e educadores se mostra uma importante oportunidade para a capacitação de professores, educadores ambientais e técnicos da área ambiental com potencial multiplicador, tanto no âmbito escolar, como em áreas verdes municipais, para atividades de observação de aves. O curso oferece uma formação na observação desses animais com o uso das novas tecnologias, aliadas à construção de atividades pedagógicas com o objetivo de contribuir para conservação da biodiversidade da cidade de São Paulo.

Conteúdo Programático

Aula 1: O contexto das aves na cidade de São Paulo; Técnicas de observação de aves; experiências da aplicação da observação de aves como prática pedagógica.

Aula 2: Ferramentas e plataformas de ciência cidadã voltadas para observação de aves; oficina de confecção de atividades pedagógicas utilizando a observação de aves.

Aula 3: Prática de observação de aves no parque Ibirapuera; oficina de identificação e catalogação das espécies observadas.

Referência Bibliográfica

COSTA, 2007. OBSERVAÇÃO DE AVES COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL. REVISTA DIDÁTICA SISTÊMICA, ISSN 1809-3108, VOLUME 6, JULHO A DEZEMBRO DE 2007. SÃO PAULO (MUNICÍPIO). SECRETARIA DO VERDE E DO MEIO AMBIENTE. AVES DA CIDADE – SÃO PAULO. 2012. DISPONÍVEL ONLINE EM SAVE BRASIL, 2015. GUIA DE PRÁTICAS E SABERES COM A NATUREZA – PROJETO JACUTINGA. DISPONÍVEL ONLINE EM

Facilitação

Alessandro Mendonça Mazzoni

Bacharel e licenciado em Ciências Biológicas, mestre em Ecologia. Atualmente é Analista em Meio Ambiente junto a Divisão de Difusão de Projetos em Educação Ambiental (DDPEA) da CEA-UMAPAZ, atuando como educador ambiental. 

Anelisa Ferreira de Almeida Magalhães

Graduação em Ciências Biológicas (licenciatura e bacharelado), mestra em Ciências (Fisiologia Humana) e doutora em Biologia Celular e Tecidual. Experiência em docência, consultoria ambiental, produção de livros e guias de fauna, gestão e administração pública. Coordenadora do Programa de Inventariamento e Monitoramento da Fauna Silvestre no Município de São Paulo. Atuação na área de Ecologia Aplicada, Conservação e Manejo da Fauna Silvestre. Fomenta a prática de observação de aves, oferecendo cursos gratuitos/abertos e para educadores desde 1996. Integra o Projeto Cidadão Cientista #vempassarinhar na Cidade de São Paulo.

Leticia Bolian Zimback

Bióloga, ornitóloga, anilhadora sênior CEMAVE, mestre em Ciências (Ecologia de Ecossistemas Terrestres e Aquáticos), coordenadora de projetos na Divisão da Fauna Silvestre da Prefeitura de São Paulo. Coordenadora da Seção de Biologia, atuando na identificação, reabilitação e soltura de aves, além do levantamento e monitoramento da fauna silvestre no município de São Paulo.

Sylvia Junghähnel

Licenciada em Pedagoga. Coordenadora do Projeto Aves da Minha Escola (AME), uma realização da Associação Cairuçu, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Paraty, que visa sensibilizar estudantes, educadores e comunidades próximas às escolas sobre as aves livres no entorno das escolas através de atividades educativas, observação de aves e pintura de aves feitas pelos estudantes na fachada das escolas.

Coordenação

Alessandro Mendonça Mazzoni