Prefeitura de São Paulo

A Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, SIURB, por intermédio do Departamento de Edificações, EDIF, iniciou a obras de reforma e ampliação do Teatro Flávio Império em 23 de novembro de 2009 e concluiu a obra em julho de 2014. Em janeiro de 2015 foi reaberto ao público. 

Com um investimento de R$ 7,4 milhões, as obras englobaram a reforma total da edificação original, com aproveitamento apenas das paredes laterais. Os ambientes internos foram  remodelados e adequados à acessibilidade. O hall de entrada recebeu cobertura em estrutura metálica. A área do foyer (sala de espera) recebeu um tratamento arquitetônico especial, climatizado com ar condicionado central, forro acústico, piso em granito polido e painéis em mdf (medium density fiberboard), que é conhecido no Brasil como: placas de fibra de madeira de média densidade. Os MDFs foram instalados  nas paredes laterais para fixação de cartazes. Também foram instalados sanitários acessíveis, sala da administração, copa e bilheteria .

A platéia foi remodelada, com nova disposição dos assentos, de modo a proporcionar melhor visibilidade do público ao palco; com esta mudança o teatro tem 198 lugares, incluindo 2 assentos para pessoas com mobilidade reduzida, 2 assentos para pessoas obesas e mais 4 lugares para cadeirantes. Nas paredes laterais da platéia foi aplicado um revestimento em elementos premoldados de cimento com propriedades atenuadoras e dispersoras de ruídos e nas paredes do fundo foi aplicado um revestimento acústico absorvente linha muralflex sob ripas de madeira.

O volume da caixa cênica foi ampliado na largura e na altura para acomodação dos contra-pesos e de todo o mecanismo motorizado de içamento das varas de iluminação e dos cenários. As paredes receberam revestimento acústico e o novo palco com assoalho em madeira tauari de espessura 35mm apoiado em camada de amortecimento de neoprene sobre barroteamento de madeira.

O 'novo' teatro conta com um moderno sistema de iluminação cênica comandado por uma mesa computadorizada para protocolo DMX 512 - 48/96 canais.

Ar condicionado central para todos os ambientes com capacidade instalada de 40 TRs , projetado para verão, com controle de temperatura para conforto, beneficiando as áreas da platéia, palco, foyer e camarins.

A nova cobertura é constituída de telhas termo-isolantes, zipagem continua de tal forma a impossibilitar qualquer infiltração de água de chuva. Esse sistema encontra-se apoiado sobre nova estrutura metálica de sustentação com capacidade suporte para a solicitação das novas cargas da cobertura além das cargas adicionais representadas pelas passarelas de serviços.

Um prédio anexo, interligado à caixa cênica foi construído para abrigar dois camarins para os artistas, oficina cênica, depósito de cenários, sala de ensaios, além dos sanitários acessíveis, copa e área de serviço.

Nas áreas externas foram construídas rampas que permitem acessibilidade a todos os pontos do teatro e das áreas do parque.

Em torno do teatro foi realizado o plantio e o remanejamento de espécimes arbóreas em atendimento ao Termo de Compensação Ambiental aprovado pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente.

As instalações elétricas e hidráulicas foram substituídas, redimensionadas às novas exigências das  instalações.

Foi construída uma torre com caixa d’água com capacidade de 20.000 litros para abastecimento geral e reserva para caso de incêndio. A pavimentação do entorno recebeu piso com blocos de concreto intertravado. O sistema de drenagem é interligado aos poços enterrados para retenção de águas de chuva.

O terreno onde o teatro está implantado possui uma área total de 12.408 metros quadrados, sendo que a área construída somada a ampliação passou de 559,42 m² para 1.043,18 m² .

A área restante foi aproveitada com um projeto paisagístico onde foram plantadas árvores de diversas espécies, visando proporcionar o descanso, o lazer e também para atividades físicas dos usuários. Há um espaço para redário, aparelhos de ginástica, brinquedos, mesas e bancos espalhados por toda a área.

Peças ao ar livre

Nesse espaço livre foi possível implantar uma arquibancada a céu aberto, que permite a produção de peças teatrais ao ar livre (abertura do fundo do palco através de paredes retráteis) e também para assistir projeção ao ar livre no telão na fachada.

Biografia - Flávio Império (São Paulo/SP, 1935 - São Paulo/SP, 1985) foi cenógrafo, figurinista, diretor, arquiteto e artista plástico.

Flávio Império nasceu em São Paulo, no dia 19 de dezembro de 1935, era artista plástico e se envolveu com o teatro, em 1956, quando fez parte do grupo amador Comunidade de Trabalho do Cristo Operário. Dois anos antes de se formar na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU/USP), iniciou a carreira profissional como cenógrafo, na montagem do texto "Gente como a Gente", de Roberto Freire, com direção de Augusto Boal, em 1959. No ano seguinte, fez a cenografia do espetáculo "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, encenado Teatro Experimental Cacilda Becker.
Foi um dos fundadores do Teatro de Arena, juntamente com Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, e trabalhou com José Celso Martinez Corrêa, no Teatro Oficina, sendo o responsável pelos cenários e figurinos de peças que causaram polêmica e passaram para a história do teatro brasileiro, como "O Rei da Vela", de Oswald de Andrade, e "Roda Viva", de Chico Buarque.
É considerado o melhor e mais impactante cenógrafo de sua geração e um dos melhores da história do teatro brasileiro. Entre as cenografias que criou para o Teatro de Arena, estão: "Arena Canta Zumbi", "Os Fuzis da Senhora Carrar", "Arena conta Tiradentes".
Foi também responsável pelos cenários de grandes shows musicais, como "Rosa dos Ventos" (1971) e "A Cena Muda" (1974), "Pássaro da Manhã" (1977) e "Estranha Forma de Vida" (1981), todos de Maria Bethânia; e "Doces Bárbaros" (1976), entre outros.

Morreu, aos 49 anos, em São Paulo, no dia 7 de setembro de 1985, vítima de meningite.