Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas
A SECLIMA em Baku na COP29
A SECLIMA – Secretaria Executiva das Mudanças Climáticas esteve na COP 29, em Baku, a capital do Azerbaijão, representada pelo Secretário José Renato Nalini.
Hospedou-se no conjunto “Sea Breeze”, gigantesco empreendimento que lembra uma Brasília, tamanha a dimensão e ousadia. Muitos edifícios com apartamentos que podem servir para residência ou hospedagem e cuja edificação considerou a potencialidade turística da COP29.
No dia 16, participou de um Painel organizado pela Frente Nacional de Prefeitos, no Pavilhão Brasil, para relato das experiências paulistanas. Participaram também representantes de Goiânia, a Vereadora Katia Maria dos Santos, a Secretária Municipal do Verde e do Meio Ambiente de Paragominas-PA, Amanda Aves Oliveira Puger e o Superintendente do Serviço Municipal de Saneamento de Santo André, Edinilson Ferreira dos Santos. Houve perguntas e grande interesse por São Paulo, notadamente quanto à resiliência – PPCV e aumento da área verde, com a corrente expropriação de mais trinta e duas áreas verdes.
O Secretário concedeu entrevistas a brasileiros que estavam cuidando de transmitir notícias sobre a COP mediante uso das redes sociais e manteve conversação durante encontros com o Presidente do STJ, Ministro Antonio Herman Benjamin, com o Secretário da Educação do Pará, Rossieli Soares da Silva, que também foi Ministro da Educação, com Rodrigo Agostinho, Presidente do IBAMA, com Aline Cardoso, que estava no espaço da CNI, com Ricardo P.G.Rosário, Coordenador de Transição energética do Governo do Estado de São Paulo, além de muitas pessoas interessadas em saber o que São Paulo estava a realizar quanto à adaptação da grande conurbação para os fenômenos extremos, como Fábio Brasiliano, Diretor de Desenvolvimento Sustentável da ABIHPEC, Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.
Na tarde de 18 de novembro, particiou do evento “Sustainable Waste Management – ISWA’s Principles and Guidelines for Lasting Change, promovido pelo ISWA – International Solid Waste Association, falando sobre a experiência paulistana em relação à compostagem do que se recolhe ao final das quase mil feiras-livres e do resultado de poda das árvores da cidade. Essa entidade propõe o esclarecimento da população para evitar a perda alimentar mundial. Pois, a cada dia, um bilhão de toneladas de comida é lançada fora, principalmente no âmbito doméstico. Um paradoxo cruel, num planeta em que ainda existe quem passe fome.
No dia 20 de novembro, participou, com assento junto à direção dos Trabalhos, da Mesa Redonda Ministerial Anual de 2024, sob o tema “Cumprindo a Promessa de Resfriamento Global”. Durante esse evento, foi entregue a carta-compromisso firmada pelos Secretários Rodrigo Ravena e Renato Nalini, em nome do Prefeito Ricardo Nunes. São Paulo endossa e adere ao Compromisso Global de Resfriamento da COP28 EAU, em colaboração com a Presidência da COP28 e a Coalizão de Resfriamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Houve espaço para a comunicação de que São Paulo tem inúmeros Planos, em plena execução, como o Planclima, o Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica, o Plano de Arborização Urbana, o Plano de áreas protegidas, áreas verdes e espaços livres, o PPCV, assim como o Plano de Educação Ambiental. Enfatizou-se que tais iniciativas estão alinhadas com o Programa de Metas de São Paulo e sob monitoria de acordo com o índice BioSampa, de Cidades Biodiversas da ONU, o índice de Singapura.
A capital também participou, ativamente, da Mesa Redonda “IberAtlas: Atlas Climático Urbano de Iberoamérico”, na tarde de 20 de novembro, no Multilevel Action & Urbanization Pavillon, 115 da Blue Zone. Foi evento conjuntamente promovido por ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade e UCCI – União das Cidades Capitais Ibero-Americanas, ambas organizações comprometidas com o ideal de fazer ouvir a voz dos governos locais ibero-americanos ao centro das decisões globais. Foram robustecidas as relações com o ICLEI, que já realizou evento em São Paulo em 2024 e com a UCCI, que quer estabelecer parceria com a Prefeitura, conforme adiantou Francisco Mugaburu, Vice-Diretor de Relações Internacionais e Cooperação.
Na mesma tarde de 20 de novembro, realizou-se o Painel organizado pela OAB e ANAMMA, sob o tema “Como convergir os interesses das instituições públicas, privadas e sociedade civil para a agenda climática e da resiliência”. Falou-se a respeito do protagonismo de São Paulo, com destaque para o hub que congrega todas as pessoas e entidades envolvidas com as emergências climáticas, com abordagem do chamado às Universidades, Empresariado, Terceiro Setor, Igreja e sociedade civil, com vistas à conscientização de todos quanto ao que cada um pode e deve fazer para converter SP na “Capital da Resiliência”.
A capital paulistana também participou do Painel Ministerial UNFCCC sobre Urbanização e Mudanças Climáticas, com os temas Construção Verde e Eficiência Energética em Edifícios, Transporte e Infraestrutura nas Cidades, Natureza, Saúde e Agricultura nas Cidades, Financiamento da Ação Climática Urbana, abrindo-se oportunidade para convidar os que assistiam ao evento, para conhecerem São Paulo quando vierem para a COP30.
Muitos contatos foram feitos com estrangeiros que já conheciam ou queriam conhecer melhor São Paulo. Além das trocas de WhatsApp, ainda mereceu obsequiosa entrega dos cartões convencionais de Ninni Ikkala Nyman, irlandesa que é técnica em Mudanças Climáticas, Desastres e Crises do IFRC – International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies. Como CEO da Cruz Vermelha, ela tem experiência a transmitir quanto ao que fazer diante de fenômenos extremos que ceifem ou coloquem em risco a vida humana.
Também se interessou por São Paulo o PHd Emmanuel Mayani, do Institut for Climate & Sustainable Growth da Universidade de Chicago, James Njiji, Diretor de Relações Públicas e Protocolo do Município de Quelimane, da Zambézia-Moçambique, interessado em estabelecer parcerias com São Paulo e Brandon Mathews, Chief Executive Officer da Stonestep, que reside em Zurich e é especialista em soluções eletrônicas para questões climáticas.
Foi enorme o interesse despertado pelas centenas de milhares de protagonistas dessa COP29 pelo Brasil, diante da COP30 em Belém no próximo ano. Seria conveniente São Paulo preparar programação paralela ou com datas não coincidentes, para que essa leva de viajantes permanecesse alguns dias em nossa capital, ponto obrigatório de transferência de aeronaves em direção a Belém.
O mundo quer muito saber o que se faz e o que se fará na Amazônia, cujos incêndios e desmatamento comovem os mais sensíveis, todavia desconhece uma realidade como a paulistana, onde convivem a mais sofisticada riqueza e a mais abjeta miséria. Isso é tema ambiental que adquire relevo quando as emergências climáticas escolhem o seu alvo preferencial: os mais vulneráveis.
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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