Secretaria Municipal das Subprefeituras
Jardins de chuva melhoram o escoamento das águas e trazem beleza para a capital paulista
Com 12 milhões de habitantes e uma área que equivale a duas vezes a cidade de Nova York ou sete vezes Buenos Aires, a capital paulista está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nasce dessa sincronia, de crescer cuidando do meio ambiente, a expansão do Programa Jardim de Chuva na Cidade de São Paulo. São Soluções Baseadas na Natureza (SBN) que mitigam os efeitos das enchentes e alagamentos e criam espaços verdes inovadores.
As boas práticas paulistanas podem ser adaptadas em qualquer lugar do mundo. Por este motivo, o espaço Cidade de São Paulo da Casa Brasil trouxe essa experiência para dentro dos jogos Pan e Parapanamericanos, que acontecem em Santiago, no Chile, até 26 de novembro.
Investir em áreas verdes não apenas preserva recursos naturais, mas também reduz a necessidade de obras emergenciais e minimiza desastres naturais. Além disso, contribui significativamente para a melhoria da qualidade do ar. A introdução de áreas verdes desempenha um papel crucial na redução da aridez em São Paulo e os jardins de chuva se destacam por sua capacidade de drenar a água que costumava se acumular no asfalto.
Nos jardins de chuva, a água permeia o solo através de uma rede de drenagem subterrânea. O sistema funciona como um reservatório para o excesso de água. E a capacidade da vegetação em filtrar os poluentes da chuva, ajuda a entregar uma água mais limpa para os rios e córregos.
O primeiro Jardim de Chuva foi implantado em 2017 na cidade de São Paulo, ano em que a quantidade somou 23 intervenções. A partir de 2021, o programa foi turbinado pela atual gestão e a cidade conta com um total de 313 iniciativas, que incluem os jardins, calçadas, escadarias, biovaletas, entre outros espaços.
Os jardins são compostos por três camadas distintas: um poço de infiltração com cerca de um metro de profundidade, uma estrutura formada por rachões, brita, terra e composto orgânico, e por fim, a plantas e flores. Esses oásis verdes, inseridos no contexto urbano de São Paulo, não só restauram a vegetação nativa, mas também contribuem para o retorno da fauna local. Além disso, promovem a conservação, preservação e enriquecimento da biodiversidade, tendo um impacto direto na qualidade de vida dos moradores da cidade.
Em 2022, o Programa Jardins de Chuva ganhou o certificado de reconhecimento internacional de boas práticas. A premiação aconteceu na Coréia do Sul, no AIPH World Green City Awards, organizado pela Associação Internacional de Produtores de Horticulturas (AIPH). O certificado é uma honraria pela inovação e ideias sustentáveis de utilização de espaços, de acordo com o chairman do AIPH Green City Committee, Bil Hardy. A premiação da AIPH tem o objetivo de reconhecer projetos e iniciativas de cidades que fazem uso de vegetação e da natureza para melhorar ambientes urbanos.
A cidade de São Paulo conta com uma ampla distribuição de jardins de chuva em todas as suas regiões, nas 32 subprefeituras. Atualmente, elas estão distribuídas da seguinte forma: 56 na Zona Leste, 21 na Zona Oeste, 70 na Zona Sul, 35 na Zona Norte e 131 no Centro.
Além dos Jardins de Chuva, a Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) apresentará outras duas iniciativas no Chile: o Pátio de Compostagem e o Rap Espumado.
Conheça mais sobre os jardins de chuva:
Jardins de chuva tradicional: Jardim rebaixado que capta, limpa e infiltra água da chuva sob vias pavimentadas (quando tem função urbana). Evita pontos de alagamentos e colabora na remoção de poluentes da água.
Vagas verdes: Do tamanho de uma vaga de estacionamento de carro, no leito das vias, é utilizado para criar um microambiente diferenciado. Com função de captação de água, as vagas ajudam a minimizar os efeitos de alagamentos e de poluição difusa nas vias públicas.
Calçada com poços de infiltração: Poços de infiltração para águas pluviais construídos nas faixas verticais das calçadas. São instalados em pequenos locais onde não há espaço suficiente para implantar jardins de chuva.
Escadarias verdes: Canteiros criados com uso de vegetação ornamental para contenções hídricas. As plantas recebem as águas pluviais da escada e reduzem a velocidade até chegar ao chão.
Biovaleta: Jardim que capta as águas das chuvas, filtra e reduz os sedimentos antes de devolvê-la para o sistema de drenagem pluvial. Além destes benefícios, reduz a energia das águas que correm pela via.
Land Art: Arte realizada em terreno natural. A própria área verde é trabalhada de modo a integrar-se à obra.
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