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Diversos eventos, documentário e livro com intimidades lembram o aniversário de Monteiro Lobato, um dos mais importantes escritores brasileiros do século passado

Ele nasceu na cidade de Taubaté no dia 18 de abril de 1882, há exatamente 125 anos. Jornalista, polemista e escritor de obras adultas e infantis, José Bento Monteiro Lobato foi um dos mais importantes nomes da literatura brasileira no século 20. Seus personagens infantis povoam a imaginação das crianças e adultos até hoje, e algumas de suas lutas, como a campanha pela exploração do ferro e do petróleo nacionais, na década de 1930, ainda movem mentes.

Para lembrar os 125 anos do nascimento desta figura central em nossa cultura, estão programados diversos eventos na cidade.

De amanhã até sábado, a Biblioteca Monteiro Lobato promove oficinas de “contação de histórias, sessões de filmes, apresentações de música e dança, além de uma exposição com representações gráficas do Saci na obra do escritor.

Paralelamente a essas atividades, no dia do aniversário de Lobato, a biblioteca vai receber o lançamento do livro Juca e Joyce ( Editora Moderna), da pesquisadora Márcia Camargos. A obra traz o depoimento de Joyce Campos Kornbluh, neta do escritor, que por sua vez era chamado carinhosamente de ‘Juca’ por sua família.

O livro traz algumas revelações sobre a vida pessoal de Lobato, que só poderiam ser contadas por alguém que conviveu de perto com ele.

Figura um tanto excêntrica, Lobato era cheio de manias: só gostava de escrever de madrugada, costumava ler dicionários para aumentar seu vocabulário e era tão maluco por doces que não tinha vergonha de carregar pedacinhos de rapadura nos bolsos do paletó.

A origem dos nomes de alguns de seus personagens mais importantes também é revelada. Dona Benta, por exemplo, era a avó de um colega de escola muito querido do escritor durante a infância. O nome do amigo? Pedro, que inspirou Pedrinho. Já Nastácia, nome que batiza a empregada do Sítio do Picapau Amarelo, foi uma ama do escritor .

As homenagens ao criador do Sítio do Picapau Amarelo começam hoje na TV, com a exibição do documentário Monteiro Lobato: Furacão na Botocúndia, pela TV Cultura, a partir das 21h. Baseado no livro homônimo dos pesquisadores Wladimir Sacchetta e Márcia Camargos e dirigido por Roberto Elizabetsky, o filme conta a trajetória literária e política de Lobato com depoimentos de nomes como Ruth Rocha, Marcos Rey, Tatiana Belinky, Ignácio de Loyola Brandão, Ziraldo e do bibliófilo José Mindlin.

(SERVIÇO)Divirta-se


Semana Monteiro Lobato de Literatura Infantil. Biblioteca Monteiro Lobato. Rua General Jardim, 485, Vila Buarque. Tel: 3256-4122. De amanhã até dia 21 de abril

Obra de Monteiro Lobato na telinha

Novo ‘Sítio do Picapau Amarelo’ tenta se aproximar dos textos originais do escritor, mas sem copiá-los

Na última segunda-feira, o Sítio do Picapau Amarelo voltou a ser exibido na Globo, agora dentro do matinal TV Xuxa. Depois de algumas temporadas mesclando os personagens clássicos com princesas e outros artifícios típicos de novelas, a trama retorna ao universo do escritor Monteiro Lobato.

“Harry Potter é lindo, mas Monteiro Lobato tem algo muito especial. Suas histórias transpiram aquele brilho de inocência”, diz a atriz Bete Mendes, que interpreta Dona Benta da nova adaptação. Para a veterana das telas, faltam às crianças de hoje programas e desenhos menos violentos e que ensinem bons valores. “Por isso é uma honra integrar algo que foi inspirado na obra de um mestre”.

A primeira vez que o Sítio espalhou seu pó de pirlimpimpim na tela foi em 1952, na TV Tupi. De lá para cá, diversas emissoras e elencos tentaram remontar as histórias do autor de Taubaté. Agora, a Globo tenta resgatar não só a pureza do texto original, como a estética é a dos anos 50. “Vamos recontar a obra de Monteiro Lobato, não reproduzi-la”, diz o autor Claudio Lobato. A série inaugural do programa trata das aventuras de Pedrinho e sua turma com um personagem muito querido no sítio: o saci.

Quem foi Monteiro Lobato

JOSÉ B. MONTEIRO LOBATO, ESCRITOR, NASCIDO EM TAUBATÉ EM 18 DE ABRIL DE 1882


Escritor morreu em 4 de julho de 1948, aos 66 anos

Monteiro Lobato começou a escrever ainda criança, publicando contos em jornaizinhos de colégio. Cursou Direito no Largo São Francisco e logo começou a trabalhar com jornalista. Em 1914 criou o personagem Jeca Tatu, com o qual critica o modo de vida do homem do campo brasileiro. ‘A Menina do Narizinho Arrebitado’, seu primeiro livro infantil, foi publicado em 1920. Foi a partir daí que surgiram os personagens do Sítio do Picapau Amarelo. Militando pela melhor exploração dos recursos minerais brasileiros, foi preso pelo Estado Novo de Getúlio Vargas no início dos anos 1940. Morreu em 4 de julho de 19 48.