Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa
Masp expõe Toulouse-Lautrec de seu acervo
Tema principal na trajetória do artista, a boemia parisiense do "fin de siècle" está presente em alguns dos trabalhos da mostra de SP
GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Já que não podia montar a cavalo, o rapaz queria, ao menos, pintá-los bem. A partir das conseqüências de uma doença óssea hereditária começava a carreira do pintor francês Henri Toulouse-Lautrec, tema de nova mostra do Masp. De hoje a 26 de agosto, o museu agrupa em sala especial as 11 obras de Lautrec que tem em seu acervo -a maior parte delas estava guardada na reserva técnica da instituição e não era exposta ao público havia mais de dois anos.
Depois de pintar os cavalos do pai na juventude, Lautrec, que media apenas 1,52 m, deixou a família aristocrática e se instalou em Paris, onde ficaria conhecido por tão bem retratar a boemia daquele "fin de siècle", com seus cabarés e prostíbulos de Montmartre.
A mostra paulistana deixa entrever essa temática principal do artista, especialmente nas obras "Monsieur Fourcade" (1889), " A Bailarina Loïe Fuller Vista dos Bastidores - A Roda" (1893), "O Divã" (1893) e "Artista com Luvas Verdes" (1899).
"A idéia do artista do mundo moderno que é ao mesmo tempo um artista maldito encontra talvez sua melhor representação em Toulouse-Lautrec", escreve o curador-chefe do Masp e responsável pela mostra, Teixeira Coelho.
A relação do artista com a litografia -foi pioneiro ao desenvolver pôsteres para o Moulin Rouge- e um certo olhar fotográfico inspiraram o título da mostra, "Toulouse-Lautrec - O Artista do Instante".
Ao Japão
Um retrato de sua mãe no jardim, pintado quando Lautrec tinha entre 16 e 18 anos, revela a aproximação inicial do artista com a estética impressionista. Outro destaque da mostra, a litografia "Homem com Urso" ilustrava a capa de um livro de canções francesas.
Se no primeiro plano um domador conduz um urso triste pela coleira, ao fundo vê-se um homem que caminha de costas, uma ponte sobre o Sena, o contorno pouco nítido da Torre Eiffel com um balão -ícones do progresso e de uma bèlle époque que duraria até 1914.
Sete das 11 obras deixam temporariamente o Brasil depois da mostra. Segundo a coordenadora do acervo, Eunice Moraes Sophia, elas participam de retrospectiva de Lautrec em três cidades japonesas: Tóquio, Osaka e Nagoya, e deverão retornar ao Brasil apenas no início de 2008.
TOULOUSE-LAUTREC - O ARTISTA DO INSTANTE
Quando: seg., das 14h às 19h; qua., sex., sáb. e dom., das 9h às 19h; ter. e qui., das 9h às 22h; até 26/8
Onde: Masp (av. Paulista, 1.578, tel. 3251-5644)
Quanto: R$ 15; grátis às segundas
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