Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa

O mundo em 417 filmes

Fonte: Jornal da Tarde
Começa hoje em nove salas a 18ª edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo

FRANTHIESCO BALLERINI, franthiesco.ballerini@grupoestado.com.br

Se o filme não agradar, basta esperar alguns minutos para o outro começar. Mas numa sessão gratuita composta por oito curtas-metragens de uma refinada seleção produzida no mundo todo, é difícil que alguém saia por aí reclamando.

Por isso, o 18°Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo é uma bela pedida para quem busca diversão eclética, de qualidade e acessível. O festival começa hoje em São Paulo e se estende até 1º de setembro.

São 417 filmes gratuitos vindos de 48 países. Na Capital, eles serão exibidos em sessões de 80 minutos em nove salas: duas na Cinemateca Brasileira; Museu da Imagem e do Som, Cinesesc, Centro Cultural São Paulo, Espaço Unibanco, Unibanco Arteplex, Cinusp e Faap.

Além disso, a mostra tem sessões itinerantes em São Carlos, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. “O conjunto deste ano está tão bom que quase choramos por ter de deixar alguns títulos de fora”, comenta Zita Carvalhosa, diretora e produtora responsável pelo evento.

Entre os destaques internacionais estão A TV Com um Chapéu (Radu Jude/Romênia), vencedor do Sundance Festival; o duplamente premiado no Festival de Clermont-Ferrand, O Mozart dos Batedores de Carteiras (Phillippe Pollet-Villard/França); Como Frear Numa Descida (Alix Delaporte/França), vencedor do Leão de Ouro de Veneza e Mei (Arvin Chen/EUA, Taiwan). Na Mostra Latino-Americana, destaque para Agora Todos Parecem Contentes (Gonzalo Tobal/Argentina), road movie vencedor do Prêmio Cinéfondation do Festival de Cannes deste ano, e Ver Chover (Elisa Miller/México) vencedor da Palma de Ouro do mesmo festival.

O Brasil vem representado por 153 curtas, distribuídos em quatro mostras. Além da produção de peso do Nordeste e da periferia das grandes metrópoles, destaque para a exibição de Um Ramo, curta de Juliana Rojas e Marcos Dutra que ganhou Cannes este ano e Tarantino’s Mind, feito por Selton Mello e Seu Jorge.

Novidades na programação

Neste ano, foi lançado o site da seção KinoOikos (www.kinooikos.com.br) para quem quiser não só assistir como baixar os curtas na internet. “Disponibilizamos alguns curtas com licença livre para baixar e exibir em escolas, bares e outros lugares públicos”, conta Zita.

A diretora dá como dica também as retrospectivas dedicadas à alemã Jeanne Faust, ao japonês Osamu Tezuka e ao brasileiro Cao Guimarães. Outra oportunidade única é conferir o programa em homenagem aos 50 anos da London Film School, “uma das melhores escolas de cinema no mundo” e dos 20 anos da escola francesa La Fémis, “com curtas-metragens clássicos”, diz Zita, que assistiu a mais de 600 curtas antes da seleção e trabalha o ano inteiro para organizar a mostra.

Dicas da diretora? “Acho imperdível a mostra Panorama Brasil, que tem curtas de gente experiente como Walter Salles e estreantes da periferia. Para quem gosta de terror, a mostra Dark Side está caprichada neste ano e considero uma experiência única acompanhar a programação dedicada a cegos com auxílio de áudio descritivo. Eu pessoalmente nunca havia visto o mundo daquela forma”, diz ela, que foi tocada especialmente pelo curta grego A Casa das Oliveiras. “Mas minha dica principal é sempre esta: arrisque-se em qualquer sala, em qualquer sessão, porque certamente você vai encontrar um curta que vai te tocar muito.”