Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa
Projeto para quadruplicar Museu do Ipiranga
A diretoria do Museu Paulista - ou do Ipiranga, como é mais conhecido - acerta os detalhes de um projeto de reforma que quadruplicaria a área atual, de atuais 6,3 mil metros quadrados para 18 mil m², dobrando o espaço para exposições. Elaborado por Eduardo Colonelli e Silvio Oksman, do Escritório Paulistano de Arquitetura, o projeto prevê uma nova edificação onde hoje fica uma unidade do Corpo de Bombeiros e acesso subterrâneo cortando parte do bosque atrás do prédio histórico.
Um dos entraves à reforma já foi retirado pelo governador José Serra (PSDB). Tombado, o bosque vizinho ao museu pertence ao Estado e não à instituição, administrada pela Universidade de São Paulo. Para fazer as escavações, era necessária a autorização do governador.
Segundo Eni de Mesquita Samara, diretora do museu, a reforma deverá custar R$ 50 milhões, que poderão ser captados com a iniciativa privada, por meio de leis de incentivo fiscal. “Pelo nosso histórico de parcerias, acredito que não haverá grandes dificuldades para captar recursos em um projeto a longo prazo”, diz.
São 123 anos desde que o edifício de arquitetura eclética foi projetado por Tommaso Gaudenzio Bezzi, cujo plano era fazer uma edificação-monumento à Independência. O museu se tornou o mais visitado do País, recebendo 450 mil pessoas por ano, sem nunca ter sido equipado com elevador. O piso superior é alcançado pela escadaria central. A falta de acessibilidade impossibilitou o uso do mirante do prédio, atualmente fechado, que tem uma das vistas mais belas da cidade.
Esses problemas levaram Colonelli e Oksman a optar por duas torres de vidro, que seriam usadas como elevadores panorâmicos, na parte de trás do prédio. Já o subsolo remodelaria o bosque nos fundos do terreno.
“A reforma vai desvendar a segunda fachada do edifício, a traseira, que é exatamente igual à frontal”, afirma Colonelli. O projeto estabelece a construção de novos caminhos de circulação pelo bosque e de um espelho d’água que serviria de clarabóia para o subterrâneo.
O acesso subterrâneo levaria ao novo prédio, criando uma segunda entrada na Avenida Nazaré. Nesta edificação ficaria a administração da instituição, que hoje divide espaço com exposições. “Há um movimento grande de pesquisadores, que também não têm espaço”, diz a vice-presidente e professora-curadora do museu, Heloisa Barbuy.
Segundo a diretora Eni, o Ipiranga recebe doações de arqueólogos e colecionadores diversos. A falta de espaço levou a direção a guardar coleções inteiras, como a de objetos de Santos Dumont. “É urgente a necessidade de modernização.”
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