Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa

Quinta-feira, 29 de Maio de 2014 | Horário: 12:00
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Trajetória de Sérgio Jorge é destaque na Casa da Imagem

Exposição de fotografias fica em cartaz até 10 de agosto

Palhaço Piolin fotografado por Sérgio Jorge em 1982

Por Lidyanne Aquino


Sérgio Jorge provavelmente não imaginava que iria tão longe quando investiu em fotografia pela primeira vez. Natural de Amparo, interior de São Paulo, foi autodidata e fez seus primeiros trabalhos ainda aos 13 anos. Em sua vasta trajetória, transitou entre o fotojornalismo e a fotografia publicitária, hoje integra a Coleção Pirelli de fotografia do Masp e já teve seus registros expostos em mostras individuais e coletivas. Para ressaltar a multiplicidade de sua carreira, a Casa da Imagem exibe até dia 10 de agosto uma exposição que revisita sua obra, com curadoria do pesquisador e crítico Rubens Fernandes Junior.

A seleção reúne a diversidade de gêneros nos trabalhos realizados por Jorge: retratos, still life (imagens para publicidade), fotos da cidade de São Paulo, de esportes, reportagens fotográficas, entre outras. São mais de uma centena de registros de arquivo selecionados a partir de um acervo com mais de 60 mil imagens. Segundo Fernandes Junior, o intuito é evidenciar a qualidade técnica e a singularidade estética. Além das fotos, a exposição apresenta quatro vitrines com memorabília – câmeras, antigos flashes de iluminação e premiações.


Para a montagem, o curador teve como norte os momentos mais emblemáticos da carreira de Jorge. Há uma sala dedicada ao Prêmio Esso de Fotojornalismo, outra dedicada aos retratos. Um dos espaços é voltado à revista Manchete, que, para Rubens, busca trazer à memória coletiva uma discussão sobre o passado e a identidade visual recente do país, pois os arquivos da publicação têm paradeiro desconhecido e foram vendidos à revelia de muitos dos fotógrafos da revista. Em tempos de Copa, vale prestar atenção à parte dedicada aos registros esportivos de Jorge, que trabalhou no jornal Gazeta Esportiva entre 1957 e 1960.


O curador trabalha há mais de 30 anos com fotografia e tem como missão valorizar a trajetória de profissionais que ainda não foram consagrados pelo mainstream. “Aqueles que trabalharam muito para democratizar momentos da história do nosso país, que deram duro para conseguir uma imagem que emocionasse seus leitores, que batalharam para profissionalizar a atividade, enfim, fotógrafos que não podem deixar de ser lembrados sistematicamente”, declara. Ele relembra o momento em que Sérgio Jorge conquistou um prêmio a princípio destinado ao texto da reportagem [o Prêmio Esso de Jornalismo]. Sua sequência de imagens chamou atenção dos jurados a ponto de criarem o 1º Prêmio Esso de Fotojornalismo, no caso, pela fotografia do menino que resgata seu cachorro da temida carrocinha. “Não podemos nos esquecer que ele também foi, junto com Chico Albuquerque, diretor do Estúdio Abril. Essas duas iniciativas bastam para colocá-lo entre os profissionais mais importantes de sua geração.”   


Serviço: Casa da Imagem. R. Roberto Simonsen, 136-B. Próximo da estação Sé do metrô. Ao lado do Pátio do Colégio. Centro. | tel. 3241-4238. Até dia 10/8. 3ª a dom., das 9h às 17h. Grátis

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