Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa
Encontro analisa o mito de Antígona na contemporaneidade
Sessões acontecem na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, todas as quintas-feiras

Wládia Beatriz, psicóloga e psicoterapeuta que coordena conversas sobre
mitologia grega na Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima
mitologia grega na Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima
Por Gilberto De Nichile
“Mitos são metáforas psicológicas presentes em todos nós, nas sociedades em que vivemos e em nossa vida cultural”, diz a psicóloga e psicoterapeuta clínica Wládia Beatriz, responsável por um dos mais antigos projetos da Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima: os encontros sobre mitologia grega.
As sessões desenvolvem-se às quintas-feiras, das 15h às 16h30, e não há necessidade de inscrição prévia. Embora os temas sejam recorrentes, as reuniões não têm uma característica sequencial, funcionando cada uma delas como uma unidade autônoma.
“Atualmente estamos analisando a figura de Antígona, baseando-nos na tragédia de Sófocles”, informa a psicóloga. “Nosso interesse não é nem histórico nem literário, mas sim estabelecer um exercício de metáforas, relacionando, numa discussão em grupo, como os conflitos de uma personagem, criada há quase 2.500 anos, têm muito a ver com as nossas questões internas e externas atuais.”
Para Wládia, o principal questionamento que o mito de Antígona suscita diz respeito às leis. “Sejam elas jurídicas, morais, religiosas, hierárquicas ou íntimas, bem como aos critérios que adotamos para obedecê-las sem discussão ou contestá-las”. Segundo ela, a personagem é um bom exemplo de como essa questão se coloca. Filha do rei Édipo, nobre que sem saber matou o pai, casou-se com a mãe, com quem teve quatro filhos, e, ao descobrir a verdade, cegou-se, enquanto sua mulher Jocasta se matou. Antígona viu-se diante do seguinte dilema: seus dois irmãos, Etéocles e Polinice, combinaram se revezar no governo de Tebas, mas, depois do prazo previsto, o primeiro se recusou a passar o poder para Polinice, que, revoltado, reuniu um exército para lutar contra o irmão.
Na batalha, os dois morreram e o tio, Creonte, que assumiu o poder, ordenou que Etéocles fosse enterrado com honras enquanto o outro deveria ser deixado ao léu, o que, segundo as crenças de então, impediria que sua alma descansasse. O que Antígona deveria fazer? Enterrar o irmão e ser condenada à morte ou obedecer ao tirano, contrariando sua vontade pessoal? Uma boa questão para ser discutida em grupo.
Serviço: Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima. Zona Oeste. De 3 a 31. 5ª, 15h. Grátis
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