Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa

Sexta-feira, 27 de Fevereiro de 2015 | Horário: 12:50
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Casa da Imagem expõe fotografias em preto e branco

Mostras individuais dos fotógrafos Guilherme Maranhão e Gertrudes Altschul podem ser visitadas até junho

Guilherme Maranhão lança o livro “Travessia”, homônimo à mostra,
composta por 31 fotografias em preto e branco

Por Letícia Andrade


Promover a pesquisa de fotógrafos que atuaram na capital paulista e sua contextualização na história da fotografia é uma das propostas da Casa da Imagem, localizada em um imóvel histórico que integra a rede do Museu da Cidade de São Paulo. O espaço reúne em um mesmo andar as mostras individuais dos fotógrafos Guilherme Maranhão e Gertrudes Altschul (1904-1962), profissionais que têm em comum o caminho de experimentação.

No início do mês, Maranhão lançou o livro “Travessia”, homônimo à mostra, composta por 31 fotografias em preto e branco, feitas com filmes vencidos há 20 anos. Essas imagens registram uma viagem do fotógrafo aos Estados Unidos, em 2011. “A maioria das coisas que eu faço são ciclos de vidas. Eu sempre explorei coisas quebradas e estragadas”, afirma Maranhão, que busca em seus trabalhos alterações e interferências sujeitas ao acaso. Profissional há 20 anos, o fotógrafo foi vencedor dos prêmios Porto Seguro de Fotografia 2007, na categoria Pesquisas Contemporâneas, e Marc Ferrez Funarte 2014, justamente por “Travessia”.

Já na mostra “Uma mulher moderna - Fotografia de Gertrudes Altschul” são exibidas 27 imagens com temática sobre flores, composta por ampliações vintage e uma tiragem especial com impressões atuais. A exposição permite identificar uma das bases da fotografia moderna brasileira, explorada em torno da criação dos registros em preto e branco, no início da década de 1940, pelo Foto Cine Clube Bandeirante (FCCB).

De origem alemã, Gertrudes chegou à cidade de São Paulo em 1939, mas só começou a frequentar as reuniões do FCCB na década de 1950, tornando-se uma das poucas mulheres a participar do movimento. Sua produção coincide com a fase de institucionalização da fotografia paulistana. As flores registradas por Gertrudes eram confeccionadas no pequeno ateliê que mantinha com o marido. Segundo a curadora Isabel Amado, a fotógrafa partiu do modernismo da época para adquirir uma forma muito peculiar com efeitos técnicos diferentes. “Toda a trajetória de vida dela foi rever conceitos do que é uma fotografia tradicional. Quando você vê as fotos, dá para entender. Trata-se de uma tentativa de aproximar a fotografia da arte”, afirma.

Serviço: Casa da Imagem. R. Roberto Simonsen, 136-B. Próximo da estação Sé do metrô. Ao lado do Pátio do Colégio. Centro. | tel. 3241-4238 De 8/3 a 21/6. 3ª a dom., das 9h às 17h. Grátis

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