Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa

Terça-feira, 31 de Março de 2015 | Horário: 16:10
Compartilhe:

Adriano Grineberg apresenta canções do álbum “Blues For Africa” no Teatro Alfredo Mesquita

Intérprete canta em cinco línguas africanas em show gratuito no dia 11

O cantor e pianista Adriano Grineberg leva para o palco
 ritmos considerados parte das raízes do blues 

Por Gabriel Fabri

Após 20 anos pesquisando músicas da África, o cantor e pianista Adriano Grineberg leva para o palco do Teatro Alfredo Mesquita um show de blues que explora ritmos considerados parte das raízes desse gênero musical. Entre eles, está a música tuaregue, dos negros islâmicos do noroeste do continente, e os cantos dos griots, os contadores de história do norte, por exemplo. A apresentação gratuita acontece no dia 11 e traz as canções do seu segundo álbum de estúdio, “Blues For Africa”, em que o intérprete canta em cinco dialetos locais – zulu, ioruba, bembé, igbo e swahili – além da língua inglesa. 

“Quando eu senti a energia daquele lugar... é uma coisa que contagia. Eu me apaixonei pela África”, confessa Grineberg, ao ser questionado sobre o porquê de ter estudado os mais variados ritmos da região. “A influência africana é um material infinito de pesquisa”, complementa, explicando que muito da música brasileira e da música norte-americana tem origens em países do continente, principalmente do norte e noroeste, como Mali e Níger. É o caso dos compassos ternários, que influenciou a música dos EUA, do compasso binário, presente no samba, ou da mistura dos dois, o que marca os estilos que surgiram na cidade de Nova Orleans, por exemplo. 

Grineberg explica que escolheu cantar em dialetos africanos por estes terem uma proximidade com o português na pronúncia. Não sendo fluente em nenhuma dessas línguas, o músico estudou para conseguir cantar e compor nesses idiomas, falados em países como Nigéria, África do Sul, Zamba e Quênia. Para o CD, Grineberg reuniu canções tradicionais dos povos dessas regiões, mas deu a sua cara para elas. “Eu tentei aproximar essas culturas para a minha identidade, para que não fosse uma simples reprodução”, completa.  

O repertório do show inclui, além das canções do “Blues For Africa”, músicas de artistas como B.B. King e Ray Charles, com um toque mais brasileiro, citando canções nacionais. A prática é comum nos shows de Grineberg, que faz referências a obras de artistas como Pixinguinha, Luiz Gonzaga e Tim Maia, ao longo da apresentação de clássicos do blues. “Esses elementos aparecem de surpresa, para a gente entender que o ritmo é universal. É também uma forma de fazer as pessoas se sentirem em casa”, explica o artista. Do seu primeiro álbum, “Key Blues”, Grineberg destaca a canção “Rock Boogie”, que ele mesmo compôs. Na apresentação ao vivo, ele faz nessa música uma citação ao cantor norte-americano Jerry Lee Lewis. 

Além de cantar, Grineberg toca piano, um instrumento que chegou ao blues só por volta dos anos 1940, mas que já era usado na África muito antes disso: a kalimba, ele explica, é uma espécie de “piano africano”. No estúdio, o artista utilizou esse instrumento para gravar algumas de suas canções. Acompanhado por uma banda de quatro músicos, o intérprete ainda toca escaleta, em um momento em que fica mais próximo do público. 

Serviço: Teatro Alfredo Mesquita. Av. Santos Dumont, 1.770, Santana. Zona Norte. | tel. 2221-3657. Dia 11, 21h. Grátis (Retirar senha a partir das 14h. A mesma deverá ser trocada pelo ingresso uma hora antes da apresentação) 
collections
Galeria de imagens