Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa
Novo filme de Andrea Tonacci estreia com exclusividade no Cine Olido e no Centro Cultural São Paulo
Lançado em parceria com a Spcine, “Já visto jamais visto” tem sessões a partir do dia 17 de setembro

Para o diretor, "Já Visto Jamais Visto" provoca a percepção de um período histórico
Por Gabriel Fabri
Ao tentar recuperar parte de seu acervo de filmagens, gravadas ao longo de 50 anos, o cineasta italiano Andrea Tonacci teve a chance de relembrar muitas situações que viveu mas das quais havia se esquecido. Diante de um sentimento de perda, tanto por conta do esquecimento quanto pelo extravio da maior parte das imagens gravadas em películas, Tonacci selecionou e organizou esse material, que resultou no média-metragem “Já visto jamais visto”. A partir do dia 17 de setembro, o filme estreia com exclusividade no Circuito São Paulo de Cultura, em uma parceria da Secretaria Municipal de Cultura com a Spcine. As sessões acontecem no Cine Olido e no Centro Cultural São Paulo (CCSP).
Para Tonacci, que também dirigiu “Bang Bang”, clássico do Cinema Marginal, as imagens retratadas em “Já visto jamais visto” permitem uma nova leitura do tempo. “Depois de tantos anos, essas cenas trazem outros sentidos. Trata-se de uma percepção de uma época”, afirma o cineasta. Ele explica que, ao se reencontrar com o material gravado, recuperou não apenas a lembrança do que está registrado nele. “O fantástico ao revirar imagens de arquivo é resgatar a memória também do que está em volta, do contexto”.
Tonacci explica que o média-metragem não é autobiográfico, apesar de trazer imagens particulares do cineasta e de sua família. “O filme provoca uma percepção de um período histórico, não é sobre um homem só, uma busca interna. Se não vira autobiografia, e isso não está com nada”, explica.
Além de imagens particulares de Tonacci, o filme reúne também fragmentos de outras três obras do cineasta: o curta “Olho por Olho” (1966), o média-metragem “Bla Bla Bla” (1968) e o longa “Bang Bang” (1970). Há também cenas de quatro obras não finalizadas do autor, como “Os Últimos Heróis” (1966) e “Paixões” (1994).
Para encerrar o filme, Tonacci selecionou uma cena em que ele lê para a câmera um trecho de “O Desprezo”, do escritor italiano Alberto Moravia. O fragmento do livro selecionado critica a construção de um roteiro com pretensões mercadológicas ou políticas, algo que Moravia chama de “estupro do realizador”. O cineasta não se lembra em que circunstâncias gravou essa cena, mas a escolheu para encerrar o filme por considerar que “Já visto jamais visto” foi feito com afetividade. “Quando realizado com afinidade entre as pessoas, um filme se torna significativo, o que é diferente do trabalho fantasioso da linha de montagem, como se fazer cinema fosse igual a fabricar um automóvel”, explica.
Andrea Tonacci é vencedor do Kikito de Melhor Direção pelo documentário “Serras da Desordem”, exibido em 2006 na 34ª edição do Festival de Gramado. Na ocasião, o longa-metragem dividiu o prêmio de melhor filme com “Anjos do Sol”, de Rudi Lagemann.
Serviço: Galeria Olido. Av. São João, 473. Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô. Centro.| tel. 3331-8399 e 3397-0171. Dias 17, 18 e 19/9 e 1º, 2 e 3/10, 17h. Dias 20, 26, 27, 29 e 30/9, 15h. Dias 22, 24 e 25/9, 19h. Centro Cultural São Paulo. R. Vergueiro, 1.000, Paraíso. Próximo da estação Vergueiro do metrô. Centro. | tel. 3397-0001 e 3397-0002. De 17 a 23/9, 16h30. R$1.
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