Secretaria Municipal de Cultura

Terça-feira, 29 de Setembro de 2015 | Horário: 14:37
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Em parceria com Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira, Gira Dança estreia "Sem Conservantes" em São Paulo

Coreografia integra a programação do Circuito Municipal de Cultura, com apresentações entre os dias 1º e 11, na Galeria Olido

Segundo Madureira, coreografia quebra a ideia do "corpo ideal" de um bailarino (Foto: Artur Abramtes)

Por Gabriel Fabri

Somando 15 anos de parceria artística, os coreógrafos Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira apresentam, pela primeira vez em São Paulo, o espetáculo “Sem conservantes”. Concebida junto com a Cia. Gira Dança, do Rio Grande do Norte, a coreografia integra a programação do Circuito Municipal de Cultura, com apresentações entre os dias 1º e 11, na Galeria Olido. 

Madureira explica que uma das muitas interpretações que se pode dar ao título é a de “sem preconceitos”. “Nós quebramos essa ideia do corpo ideal de um bailarino, isso não pode existir na dança contemporânea. Corpos de todos os tipos são capazes de traduzir determinadas ideias”, afirma o codiretor artístico do espetáculo. Em “Sem conservantes”, cinco dançarinos da Gira Dança sobem ao palco, entre eles, uma anã, um cadeirante e um homem com Síndrome de Down. 

Para criar a coreografia, Ângelo e Ana Catarina recolheram fotos de “Baseado em fatos reais”, espetáculo que fizeram juntos em 2010. Do acervo de 1.800 imagens, eles selecionaram algumas e as repassaram para os dançarinos. Cada um teve que memorizar cerca de 50 delas para serem imitadas no palco, onde os artistas intercalam as poses. Assim que um deles imita uma foto, o outro deve repetir o ato do colega e reproduzir uma diferente. 

Madureira explica que a escolha deles não é predefinida: um bailarino nunca sabe qual a pose que o colega vai imitar. “Todo espetáculo é diferente, essa coreografia é uma obra que não se conserva, está sempre mudando”, declara. Assim como o mundo e o corpo estão sempre em transformação, o mesmo pode-se dizer de “Sem conservantes”. “Essa imitação das poses das fotografias é uma espécie de traição mesmo, pois nunca é possível conservar a fidelidade de uma forma, de um movimento. Nada é igual a nada”, acrescenta o coreógrafo. Para ele, a imitação é o primeiro passo de qualquer processo de aprendizado. Entretanto, mesmo que se tente imitar de maneira perfeitamente igual, toda tentativa já implica em uma transformação. 

Serviço: Galeria Olido – Sala Paissandu. Av. São João, 473. Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô. Centro.| tel. 3331-8399 e 3397-0171. De 1º a 11. 5ª a sáb., 20h. Dom., 19h. Grátis (retirar ingresso a partir de uma hora antes)
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