Prefeitura de São Paulo

Mais de 300 pessoas compareceram ao Seminário – “Capoeira em São Paulo”, na noite de ontem no Auditório Prestes Maia da Câmara Municipal de São Paulo, que apresentou a realidade da capoeira em todos os seus aspectos no município. Com o objetivo de rediscutir o papel da prefeitura no fortalecimento da capoeira e a busca de políticas públicas para promover e preservar esta prática cultural e esportiva, representações do poder público municipal e federal participaram da atividade e receberam propostas do público presente.

Antonio Pinto recordou o papel fundamental da capoeira na defesa dos espaços negros, como quilombos e terreiros na história do nosso país e também ressaltou a importância da atividade cultural e esportiva como ferramenta de combate à marginalização da juventude nas periferias. “A capoeira já nos salvou várias vezes. E salva nossos jovens que se dedicam a ela das mazelas da sociedade”.

Uma das questões levantadas foi a participação mais efetiva nos espaços públicos e o papel da municipalidade neste enfretamento. “São Paulo precisa reconhecer seu legado cultural. A capoeira é um meio de resistência histórica do povo negro. Vamos fazer de São Paulo uma cidade mais democrática. Precisamos colocar a capoeira da agenda política da cidade. Esse é o nosso maior desafio” elucidou Adriana Palheta, que representou o vereador Netinho de Paula.

Já Cristiane Barbosa do Núcleo de Educação-Étnico Racial da Secretaria Municipal de Educação falou sobre a capoeira no ensino. “A capoeira contribui para execução da Lei 10.639/03, que obriga o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas em todo país. A capoeira como linguagem artística pode contribuir muito para esta construção da identidade afro-brasileira dentro das escolas. Temos que potencializar o poder educativo que a capoeira tem” declarou a gestora.

Personalidades da capoeira que ajudaram a difundir a tradição em nosso Estado como Mestre Joel, Mestre Natanael, Mestre Valdenor, Mestre Macaco Preto, Mestre Alcides, Mestre Kilombo Kindawana de Hocondo, Mestre Zumbi, Mestre Meinha, Mestre Suassuna, Mestre Kenura, Mestre Pinatti, Mestre Gladson, Mestre Gaguinho, Mestre Dinho Nascimento, Mestre Brasília, Mestre Quintino, Mestre Bigo, Mestre Ananias, Mestre Joel, Mestre Miguel e Mestre Índio Mocambo receberam das mãos do secretário de promoção da igualdade racial o diploma de “Honra ao Mérito” e tiveram suas histórias contadas e ovacionadas pelo público que lotou o auditório. Mestre Joel protagonizou um dos momentos mais emocionantes do evento ao cantar “Parambolicamará” (domínio público).

Para Giselda Pereira da Coordenação de Patrimônio Cultural