Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania

Sexta-feira, 3 de Julho de 2015 | Horário: 12:36
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NOTA SOBRE OS ADESIVOS SEXISTAS A PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF

A SMPM acredita que manifestações e participações políticas sejam processo fundamental para a consolidação de direitos e ampliação da democracia. Contudo, independente de orientações partidárias, é fundamental que tais ações não tenham incumbidas em si violência em relação a setores discriminados da população, tais como as mulheres, que já sofrem cotidianamente por conta da estrutura machista e patriarcal da nossa sociedade. O protesto é uma ferramenta de liberdade de expressão, mas a ofensa, o desrespeito e a incitação à violência contra a mulher, não.

Esta semana a Presidenta Dilma Rousseff foi duplamente agredida: na sua função política e como mulher. Circularam adesivos configurados com uma montagem do rosto da presidenta em um corpo de pernas abertas. A intenção da imagem seria um tipo de protesto contra os preços da gasolina. Contudo, os adesivos se mostraram extremamente sexistas e machistas, sendo postos na entrada do tanque de gasolina dos carros, que, com a inserção da bomba de gasolina, passam a imagem de uma penetração sexual, como uma violência em relação à presidenta em resposta ao aumento dos preços.


Tal ação, nestes termos, se coloca como analogia ao estupro, incitação à violência contra mulher e misoginia. Essa violência, como todas as outras formas de violência de gênero, não é engraçada. Ela é trágica, e faz parte de uma realidade que trabalhamos para alterar.


A SMPM acredita que manifestações e participações políticas sejam processo fundamental para a consolidação de direitos e ampliação da democracia. Contudo, independente de orientações partidárias, é fundamental que tais ações não tenham incumbidas em si violência em relação a setores discriminados da população, tais como as mulheres, que já sofrem cotidianamente por conta da estrutura machista e patriarcal da nossa sociedade. O protesto é uma ferramenta de liberdade de expressão, mas a ofensa, o desrespeito e a incitação à violência contra a mulher, não.


A mesma discriminação de gênero, que pratica essa violência cotidiana, afasta as mulheres dos espaços públicos e políticos. Segundo dados do IBGE, apesar de aproximadamente 52% do eleitorado do país, as mulheres não chegam a ter 10% de presença no Congresso Nacional. Tais desqualificações e utilizações da figura da mulher em cargos políticos de forma violenta e machista, cooperam ainda mais para essa realidade em que, apesar de metade populacional no país, estas mulheres não são representadas pelas instituições políticas no Brasil.


Por isso, a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de São Paulo soma-se à Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) e movimentos sociais e de mulheres pela imediata investigação e responsabilização dos autores e distribuidores desses adesivos misóginos que circulam em carros e nos meios de comunicação desde a última quarta-feira.


Ainda, a SMPM presta todo apoio e solidariedade a Presidenta Dilma e às mulheres brasileiras vitimas de violência, bem como repudia qualquer ato de violência ou incitação desta cometido contra as mulheres.

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