Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania
Debate “Novas Vozes do Feminismo”
No debate “Novas Vozes do Feminismo”, as convidadas Jéssica Tauane (youtuber do Canal das Bee e do canal Gorda de Boa), Regiany Silva (Coletivo Nós, Mulheres da Periferia) e Nátaly Neri (youtuber do Canal Afros e Afins), compartilharam suas trajetórias, conquistas, desafios e inquietações neste momento de diversos avanços, mas também de graves ameaças aos direitos já conquistados das mulheres.
Mediado pela jovem Vivian Mendes, assessora especial da SMPM, o debate aconteceu no dia 9 de Março, na Biblioteca Mario de Andrade, e proporcionou um bate papo poderoso e transformador entre as convidadas e o público, em sua maioria também jovens mulheres de todos os territórios da cidade.
“Debates como este, promovido pela Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, permitem que a formulação de políticas de gênero atenda de fato as necessidades reais de todas as mulheres”, afirmou a secretária Denise Motta Dau, na abertura do evento. “A cada dia fica mais claro que o movimento feminista não é um todo homogêneo, e que, cada vez mais, é importante entendermos as diversas opressões que atingem as mulheres. Por isso, a importância de construirmos ações que enfrentem também o racismo, a lesbofobia, a bifobia, a transfobia. Nesse sentido, o olhar da juventude, das mulheres jovens, é muito importante. A vivência que essas mulheres têm pode, e muito, contribuir na oxigenação das estratégias, das ações do feminismo”, concluiu ela.
A inserção nas mídias sociais se consolidou no movimento da Primavera Feminista, quando milhares de mulheres, na maioria jovens não militantes de movimentos tradicionais ou partidos políticos, foram às ruas contra o projeto de lei 5069/13, do Deputado Eduardo Cunha, que modifica a lei de atendimento às vítimas de violência sexual para dificultar e criminalizar o acesso ao aborto legalmente permitido no Brasil.
O movimento sinaliza um canal importante para a discussão das temáticas de gênero e o combate ao machismo, também muito presente nos ambientes virtuais. Relatório de 2015 da União Internacional de Telecomunicações (UIT) das Nações Unidas apontou que 57,6% das pessoas no Brasil estão conectadas, sendo que a maioria, 78,1%, possui assinatura de banda larga móvel.
Regiany Silva, do Coletivo Nós, Mulheres da Periferia, ressaltou a importância das mídias sociais na mobilização e união das mulheres, sobretudo periféricas e negras: “Temos de nos reconhecer como feministas negras para somar, não para dividir; para evidenciar nossas demandas, nossas feridas; elas sangram todos os dias”.
Nátaly Neri reafirmou a importância do feminismo na vida das jovens, e a importância da discussão da temática de gênero em todos os âmbitos: "Se eu tivesse conhecido o feminismo na escola, não teria sofrido tanto."
Para Jéssica Tauane, as mídias sociais são importantes, mas não devem substituir ações presenciais, como debates, manifestações e outras ações presenciais. “Estamos conseguindo fazer com que o novo feminismo chegue a milhares de pessoas. Mas não podemos nos esquecer de quem está ao nosso redor: conversem com sua mãe, tias, vizinhas. Hoje, nosso desafio é atingir também as mulheres que ainda não estão conectadas, que são, muitas vezes, as mais vulneráveis.”
Confira as fotos do debate aqui.
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