Prefeitura de São Paulo

Por Luísa Carvalho e Thays Reis

As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são enfermidades crônicas que podem se manifestar ao longo de todo o trato digestório. As patologias deste grupo são: Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa e Colites indeterminadas.

As causas das DII não são conhecidas e não há cura para elas, embora haja tratamento para controle da inflamação e melhora da qualidade de vida dos pacientes, amenizando ou cessando certos sintomas, como diarreia e dor abdominal.

A recomendação para os portadores dessas doenças é evitar o consumo de alimentos gordurosos, bebidas alcoólicas, leite e derivados, café e vegetais, que aumentam a produção de gases. Também é de suma importância que o paciente siga uma rotina de exercícios, não fume e tenha uma dieta com baixo teor em gordura e rica em fibras. Entrevistamos o Dr. Thiago Agostini Braga, coordenador da Clínica de Proctologia do HSPM, que nos trouxe mais informações sobre o assunto.

1. Como as doenças inflamatórias intestinais são diagnosticadas?
O exame mais seguro para a identificação das doenças inflamatórias intestinais é a colonoscopia com biópsia. Muito importante ressaltar que, além do exame de colonoscopia, se faz necessária uma boa história clínica com a identificação dos sinais e sintomas.

2. Como é o tratamento dessas doenças?
O tratamento é muito variável e vai depender da atividade da doença, mas pode ser feito por meio de terapias medicamentosas que envolvem o uso de corticoides, drogas imunomoduladoras, anticorpos monoclonais, antibióticos, entre outros; por indicação cirúrgica, para os casos com intratabilidade clínica ou presença de complicações; ou orientações para a mudança do estilo de vida. Vale ressaltar que hoje falamos em janela terapêutica, que consiste em quanto antes for feito o diagnóstico e tratamento adequado, melhor será a chance de esse paciente entrar em remissão da sua doença.

3. Qual grupo é mais afetado pelas doenças inflamatórias intestinais?
As doenças inflamatórias intestinais podem acometer qualquer indivíduo, de ambos os sexos, em qualquer idade, mas é mais frequente no adulto jovem entre 15 e 35 anos.

4. O emocional do indivíduo afeta o quadro das doenças no intestino?
O nosso sistema nervoso desempenha um papel muito importante na regulação das funções fisiológicas do intestino, portanto, não só nas doenças inflamatórias intestinais, o emocional afeta sim no quadro de sintomas e sinais. Portanto é comum que pacientes que tenham um problema emocional durante o tratamento possam apresentar quadros de agudização da doença.

5. O estilo de vida da pessoa influencia no desenvolvimento ou agravamento das doenças inflamatórias intestinais?
O estilo vida está fortemente associado aos quadros de doença inflamatória intestinal (aqui de novo reforço que o estilo de vida é importante para todo o contexto de uma vida saudável e não só para as DII). Então sempre orientamos uma dieta saudável rica em fibras e líquidos, atividade física regular, evitar o uso de produtos processados e ultraprocessados, não fumar - é o mais difícil hoje em dia - e preservar a saúde mental.

6. O fator genético e o uso de certas medicações interferem nas doenças inflamatórias intestinais?
Nós sabemos hoje em dia que, se na família (parente de primeiro grau) já existe alguém com diagnóstico de DII, a chance de um novo indivíduo da mesma família apresentar o quadro aumenta de 4 a 20 vezes.

No dia 19 de maio de 2024, o HSPM, em parceria com a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD) iluminará a fachada do hospital com a cor roxa, em apoio aos pacientes que são acometidos por essas doenças.