Subprefeitura Itaquera

Segunda-feira, 1 de Julho de 2013 | Horário: 09:38
Compartilhe:

CAPSad Itaquera realiza Seminário para celebrar o Dia Nacional de Combate às Drogas

Para celebrar o Dia Nacional de Combate às Drogas, o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS ad) Itaquera realizou, em 27/6, o Seminário “Saúde sim! Drogas para quê?”, que contou com a participação de cerca de 100 trabalhadores da saúde

O Subprefeito de Itaquera afirmou que se espera que o Brasil caminhe em direção à implantação de políticas públicas eficazes na diminuição desta grave epidemia social que afeta pessoas em todos os cantos e que hoje estão sendo absorvidas pela dependência química.

 O coordenador da Supervisão Técnica de Saúde de Itaquera relembrou que a Prefeitura, este ano, priorizou as ações voltadas à Saúde Mental e dentro deste escopo, encontram-se as políticas de combate às drogas, em especial ao crack. “É importante unirmos recursos e esforços para combatermos as pequenas cracolândias que vem sendo formadas nas periferias”. 

De acordo com a gerente do CAPS ad Itaquera a realização deste seminário era um sonho antigo de sua equipe. Para ela, é possível abrir-se na Zona Leste espaços de discussões que abordem a dependência química. “Em geral, as discussões acontecem no centro da cidade”. 

O fundador da Obra Social Dom Bosco, Padre Rosalvino Moran Viñayo, tirou o chapéu para os agentes do CAPS pela realização do evento. “Os padres, em geral, são chamados para participar dos velórios, nos quais a principal causa da morte é a overdose”. Para o presidente da Associação Padre Moreira, Francisco M. Neto, conhecido como Chicão, é preciso selecionar profissionais da saúde competentes, além de se fazer parcerias, tendo em vista as equipes multidisciplinares. “A meta é atender a população com carinho”. 

Palestras

O presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) José Bonifácio falou sobre a importância da participação popular no combate ao tráfico de drogas. Segundo ele, somente em junho, 12 traficantes foram presos em flagrantes no distrito José Bonifácio graças às denúncias feitas às autoridades competentes. As reuniões do Conseg são mensais e abertas à população. “A comunidade deve apresentar suas reivindicações, pois a ação conjunta gera resultados positivos”, afirmou. 

O psicólogo convidado dissertou sobre a política de Redução de Danos que surgiu na década de 80 na Europa visando os dependentes de substâncias injetáveis. No Brasil, a política foi adotada nos anos 90, gerando uma redução de 50% na infecção do vírus HIV. Em 2005, o Ministério da Saúde lançou uma portaria visando regular as ações de Redução de Danos. Segundo ele, esta é uma política de afirmação da vida dos usuários, que são sujeitos de direitos. Para Mário, as ações dos CAPS devem sair das dependências de suas unidades e ir para as ruas, realizando um trabalho comunitário através de parcerias com a comunidade e intervenções em espaços públicos como praças e bares através de oficinas ou de agentes de redução de danos. 

A terapeuta ocupacional do CAPS ad Brasilândia falou sobre a evolução da política pública de saúde, tendo em vista a Saúde Mental. Lembrou da luta antimanicomial, celebrada no dia 18 de maio, que a partir da década de 80 começou a questionar a assistência de segregação destinada aos doentes. Segundo ela, neste período começou o desmonte dos manicômios, com as suas regras rígidas e desumanas. “A implantação da rede de atenção vem junto com o SUS. Adota-se uma nova estratégia em saúde mental, com a criação de novos equipamentos e a construção da rede de atenção territorializada”. Ela explica que o tratamento passa a ser próximo à família, escola, trabalho, igreja e demais instituições que fazem parte da história de vida e das necessidades dos pacientes. Em São Paulo existem 79 CAPS, destes 25 atendem os dependentes químicos. 

O psiquiatra palestrante falou sobre internações, explica que o álcool e o crack são substâncias inanimadas e, por isso, não são maus. “O ruim é a relação do indivíduo com as drogas”, explicou. Ele ressalta que a cultura atual é marcada pelos prazeres (informações) rápidos, efêmeros. Na Psiquiatria existem duas correntes sobre internações: a voluntária e involuntária e a compulsória, que não necessita da autorização da família. Para definir a mais apropriada aos pacientes, os médicos devem avaliar o risco de morte decorrente ao uso de drogas ou ainda as comorbidades e atos sociais, como a prostituição, crimes (furtos etc). Uma das vantagens da internação é a garantia de abstinência e a desintoxicação, registrada a partir de 15 dias, e essencial para o estabelecimento do diagnóstico do paciente. “As drogas não representam todo o problema mental, pode ser apenas uma ponta”, esclareceu. 

O evento foi aberto pela Fanfarra da Obra Social Dom Bosco, composta por jovens de seis a 15 anos e encerrado pelo grupo Revela Samba, formado por usuários do CAPS ad Itaquera, que demonstram que é possível fazer música sem drogas. 

No dia 26 de junho, os membros do CAPS ad Itaquera realizaram um Psicodrama Público no Parque Raul Seixas. A ONU designou o dia 26 de junho como o Dia Internacional da Luta contra o Uso e o Tráfico de Drogas. O Brasil adotou-o com o Dia Nacional de Combate às Drogas, cujas comemorações nas escolas e entidades se estendem por mais de uma semana, devido à importância que o tema suscita em toda a sociedade.

collections
Galeria de imagens