Secretaria Municipal da Saúde

Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024 | Horário: 15:55
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Acupuntura transforma vida de pacientes da UBS Jardim Lourdes

Pesquisa realizada pelo equipamento, localizado na região sudeste, aponta que 94% das pessoas tratadas com a técnica tiveram melhora nos quadros de dor
A imagem mostra uma pessoa idosa de cabelos brancos, vestindo uma blusa com padrão em tons de rosa, roxo e preto, sendo atendida por um profissional de saúde. O profissional, que usa um jaleco branco com o brasão da Cidade de São Paulo, está aplicando acupuntura, segurando uma agulha fina e posicionando-a no ombro da paciente.

Uma pesquisa realizada com 70 pacientes que participaram do grupo de acupuntura da Unidade Básica da Saúde (UBS) Jardim Lourdes, na região sudeste, mostrou que 94% deles tiveram melhora nos quadros de dor após 10 sessões. 

 “Eu virei uma nova mulher depois de vir para cá”, diz Maria Rosa do Nascimento, 60, uma das participantes do grupo. Há seis anos ela teve que parar de trabalhar devido a diversas dores que sentia no corpo. Mas, já após a segunda sessão de acupuntura, ela conta que sentiu uma grande melhora e decidiu voltar a trabalhar. Hoje, utilizando uma moto, ela vende flores na região do Jabaquara.

Trabalho em equipe
O grupo de acupuntura da UBS teve início em abril de 2023. Após começar a atuar na unidade, a médica Simone Bastos, que integra a equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) decidiu fazer a especialização em acupuntura oferecida pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 

Simone percebeu que o tratamento poderia ser benéfico para alguns pacientes e começou a aplicá-lo às consultas. Mas, devido ao volume de pessoas atendidas, ela tinha que deixar os pacientes em vários pontos da UBS ao longo do atendimento. Foi então que a enfermeira Rafaela Jacob sugeriu um atendimento coletivo dos pacientes, no auditório. E, num trabalho em equipe, a médica passou a fazer a inserção das agulhas, enquanto a enfermeira as retira após o tempo determinado. O sistema deu certo, permitindo que mais pessoas fossem atendidas.  

A imagem mostra a médica Simone inserirndo agulhas no joelho de uma paciente. Outra profissional aparece ao fundo.
A médica Simone insere agulhas na paciente. Ao fundo, está a enfermeira Rafaela Jacob. (Foto: Divulgação/SMS)

Completando o trabalho em equipe, a agente de promoção ambiental (APA) da UBS, Vanessa Peterka, sugeriu que fosse feita uma pesquisa com os pacientes para entender o impacto da adoção da prática na unidade. Após o resultado excepcional na resolução de quadros de dor - 89% relatavam dor crônica e 11% dor aguda -, a unidade adotou um protocolo que determina que prescrever sessões de acupuntura não será uma atribuição apenas dos médicos, mas será estendida para outros profissionais.

Vale ressaltar que os 6% dos pacientes cujos quadros de dor não foram resolvidos com acupuntura foram encaminhados para o Centro de Referência da Dor Crônica (CR Dor), para a realização de um tratamento mais específico.

A acupuntura e outras Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) passaram a ser oferecidas como tratamento inicial para diminuir a medicalização e melhorar a qualidade de vida.

LEIA MAIS: Capacitação de profissionais contribui para o aumento da oferta de PICS na rede municipal

Espaço de convivência
Para além do tratamento, o grupo de acupuntura criou um espaço de convivência entre os pacientes. Cleunice do Carmo de Souza, gerente da UBS, conta que mesmo após a finalização das sessões, algumas pessoas continuam frequentando o espaço para interagir com os profissionais e outros participantes. 

Atulfo Santana, de 56 anos, entrou no grupo para tratar as dores causadas pelo bruxismo. Mas a atividade proporcionou o contato com outros moradores do bairro, gerando integração com a comunidade.

Município de São Paulo é pioneiro nas PICS 
Reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS), as terapias integrativas possuem uma abordagem holística, propondo-se a auxiliar na resolução de problemas físicos, mentais e emocionais. "Muitas dessas modalidades resgatam o coletivo, importante em aspectos como socialização e interação comunitária, além de trabalhar o autocuidado e a autonomia”, ressalta Adalberto, acrescentando que as PICS são também uma estratégia para reduzir a medicalização do cuidado de saúde.

Pioneira, a cidade de São Paulo começou a estruturar a área técnica de práticas integrativas em 2001. Em 2023, 91.224 atendimentos de acupuntura foram realizados em toda a rede. Os dados de 2024 ainda não foram finalizados.

Atualmente, todas as 479 UBSs ofertam uma ou mais modalidades de PICS na cidade de São Paulo. Elas podem ser atividades coletivas e abertas, como por exemplo a dança circular ou a terapia comunitária integrativa, ou serem recomendadas por um médico como terapia auxiliar para múltiplas condições, de dores a insônia e ansiedade.

Além das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), as PICS são oferecidas nos Centros de Referência da Dor Crônica (CRs Dor) e nos Centros de Referência em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (CRPICS), equipamentos que oferecem à população um atendimento focado na promoção da saúde integrado à prevenção de agravos à saúde e à reabilitação, utilizando métodos naturais e cuidando da pessoa de forma integral.

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