Secretaria Municipal da Saúde

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Sábado, 17 de Maio de 2025 | Horário: 11:00
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De motoboy consciente a socorrista, Marcelo conta como as ruas o ensinaram a proteger vidas no trânsito

Nos campos profissional e pessoal, Marcelo trabalha para que vidas sejam salvas e respeitadas
A imagem mostra Marcelo, um homem adulto, de pele clara e cabelos curtos e grisalhos, está em pé ao lado de uma motocicleta de emergência. Ele veste um uniforme de trabalho composto por uma jaqueta azul escura com detalhes em laranja neon e faixas reflexivas cinzas nos ombros e mangas, e calças compridas azuis escuras com detalhes laterais em laranja neon. Na parte superior da jaqueta, no lado direito do peito, há um patch com o texto

Em 2025, de janeiro até o dia 11 de maio, 96 pacientes foram internados em hospitais municipais por causa de acidentes com motocicletas. Desses, 46% aguardam por cirurgias de reparação dos danos em decorrência desses episódios no trânsito. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) registrou 5.603 ocorrências com motociclistas no mesmo período. “Quando eu trabalhava como motoboy, nos anos 1990, em uma empresa de entregas, reagi contra a imposição por um padrão de capacetes de uma marca para todos os motociclistas, que não protegia a gente, era uma casca de ovo. Tinha de usar macacão verde e capacete verde. Como morriam até dois motoboys por semana nessa empresa, que tinha uns 500 trabalhando, eu propus que usássemos os nossos próprios, que eram de melhor qualidade”, contou o atual socorrista do Samu, Marcelo Veronez, de 52 anos, durante sua primeira participação no Programa do Jô, na Globo, em 2008.

A imagem captura um momento em um programa do Jô, com dois homens sentados em um cenário de estúdio.  À esquerda está Marcelo, um homem mais jovem com pele clara está sentado em um sofá bege claro. Ele veste uma camisa preta de mangas compridas sobre uma camiseta preta com uma estampa clara. Suas calças são cinzas e ele usa meias brancas e tênis marrons de caminhada. Um chapéu preto de feltro cobre sua cabeça. Ele gesticula com as mãos enquanto fala. Seu rosto é magro, com lábios finos e um olhar atento.  À direita está Jô Soares, um homem mais velho com pele clara e cabelos brancos e barba também branca está sentado atrás de uma mesa semicircular de cor madeira clara. Ele usa óculos de aro claro, um suéter azul escuro sobre uma camisa branca, e uma gravata borboleta estampada em tons de vermelho e branco. Ele parece estar ouvindo atentamente.  A mesa entre eles tem uma superfície branca e parece ter alguns papéis ou objetos escuros sobre ela. Atrás dos homens, há um cenário de estúdio com elementos arquitetônicos escuros e janelas que mostram luzes da cidade à noite. A iluminação do estúdio é brilhante, focando nos dois homens.
Marcelo participou mais de uma vez do Programa do Jô

A empresa se recusou a atender o pedido dele e, em um dia de trabalho, quando presenciou um acidente grave no Elevado Costa e Silva e ajudou o colega de profissão, que havia tido a perna decepada, foi chamado pelo contratante, que o repreendeu por ter recolhido do asfalto a perna do motociclista durante o socorro à vítima. Diante disso, o então motoboy resolveu denunciar as condições de trabalho na empresa e, por esse motivo, foi demitido.

Foram alguns anos em que trabalhou como motorista de ambulância privada, depois fazendo bicos, até 2004, quando começou no Samu da capital como condutor. Desde 2023, Marcelo compõe a equipe responsável pela coordenação das Unidades Rápidas de Atendimento por Motociclista (Urams). Com sua expertise, tem contribuído significativamente para o fortalecimento e a qualificação desse serviço, em operação desde 2010. As Urams contam com 160 profissionais de enfermagem em atividade, todos capacitados pelo Núcleo de Educação Permanente (NEP) do Samu. Sua consciência sobre a importância da prevenção dos acidentes cresceu e virou poesia que Marcelo transformou em rap. “Escolhi esse ritmo porque é uma música das periferias, de onde são os motoboys em São Paulo”, explica.

Quando prestou o concurso para o Samu, ele já estava na mídia, porque divulgava sua música na internet. Aliás, foi assim que a produção do Programa do Jô o encontrou. Sua trajetória e as histórias que viveu também foram contadas no livro Coletivo Canal Motoboy, de 2010, pela editora Aeroplano. Vendeu 7.500 exemplares no lançamento e manteve o perfil nas redes sociais. Desde 2015, Marcelo decidiu se dedicar apenas ao serviço público, onde se esforça pelo melhor atendimento para os paulistanos que precisam do serviço de urgência e emergência. “Trabalho para que se salvem e respeitem as vidas das pessoas, porque, quando eu sair, esse será meu legado.” Marcelo sempre usou a sabedoria das ruas para defender os direitos dos colegas motociclistas e pregar a paz no trânsito. “Motoqueiro sangue bom, anda, anda, e nunca bate. Anda até de viatura, mas não anda de resgate...” é uma das letras do CD independente que lançou em 1998, e vendeu 19 mil unidades.

Q+
Marcelo resgata animais em situação de rua, desde 2016. Ele cuida e procura encaminhá-los para a adoção responsável. Os que não encontram um lar, ficam com ele. A despeito da profissão que o mantém em movimento, na vida ele prefere outra toada, mais tranquila. Nas horas vagas, pratica surf em Itanhaém, litoral sul do estado, na Praia dos Pescadores.

GENTE.DOC
O boletim Saúde Mais Perto/Gente tem uma versão em vídeo publicada no canal da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), no YouTube. Para conhecer mais sobre os protagonistas dessas histórias inspiradoras no SUS da cidade de São Paulo, aponte a câmera do seu celular para o QR Code ao lado. Nesta edição, saiba um pouco mais sobre o Marcelo pelo link: 

 

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