Secretaria Municipal da Saúde

Sexta-feira, 27 de Setembro de 2013 | Horário: 14:01
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A nobre arte de plantar saúde

Hortas da UBS Jardim Maracá inspiram grupo que se reúne mensalmente para participar de palestras educativas sobre benefícios das plantas medicinais

Por Bruna Zanlorenzi

 

Plantas medicinais são aquelas que apresentam princípios ativos capazes de provocar reações benéficas ao organismo. A partir delas, produtos de interesse terapêutico podem ser obtidos e usados como medicamento.

Além dos benefícios diretos à saúde, também podemos aplicá-las na promoção de uma alimentação saudável. Para isso precisamos possuir conhecimento cientifico para saber como utilizar cada uma dessas ervas.

Não podemos usá-las de forma indiscriminada, pois existem algumas plantas nocivas, capazes de causar danos ao homem. Por isso, precisamos sempre consultar um médico antes de usá-las com finalidade terapêutica.

Plantando Saúde


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população mundial utilizam medicamentos tradicionais, entre eles as plantas medicinais. A prática milenar de seu uso e cultivo contempla vários benefícios: despertar do interesse e cuidado com a natureza, tratamento alternativo de doenças, valorização da sabedoria popular etc.

Atendendo uma população aproximada de 4.500 idosos (dentre estes, grande parte utilizam-se de métodos terapêuticos com plantas medicinais), a UBS Jardim Maracá, localizada no Capão Redondo, viu surgir espontaneamente a necessidade de oferecer informação e acesso seguro e adequado ao uso de plantas medicinais. Surgia aí um grupo chamado “Plantando Saúde”.

Mensalmente, na última terça-feira de cada mês, sempre às 14h, são realizados encontros com a comunidade. Neles são ministradas palestras educativas. Também são realizadas formas integrativas de aprendizagem, tais como danças circulares e musicalização, procurando desenvolver a temática em concordância com o Caderno de Plantas Medicinais da Secretaria Municipal de Saúde e a RENISUS.

Uma equipe multidisciplinar e as Equipes de Saúde da Família são envolvidas na atividade, tendo como objetivo principal orientar e informar a comunidade sobre o cultivo, benefícios, cuidados e toxicidade das plantas medicinais. Visam também esclarecer sobre sua utilização na alimentação, fundamentando o saber popular com o conhecimento científico. Por exemplo, o Agente de Promoção Ambiental (APA) aborda o cultivo e a caracterização botânica. Já o médico descreve a indicação terapêutica, a farmacêutica, menciona a farmacologia e a toxicidade e a nutricionista, explica o modo de preparo e a incorporação do uso das ervas na alimentação.

A reunião é encerrada com a degustação de pratos elaborados a partir da planta apresentada.

A unidade possui quatro hortas: ornamentais, medicinais, de condimentos e a vertical, onde as plantas medicinais são cultivadas. Eliane Moura, gerente da unidade, explica como o projeto surgiu: “Começamos este grupo pois enxergamos a necessidade da população de utilizar as plantas medicinais da forma correta. Envolvemos várias categorias profissionais, promovemos uma interação e motivação entre os profissionais também. Esta é uma prática dos cursos de plantas medicinais oferecidos pela Secretária Municipal da Saúde”.

Camomila

No mês passado (27/08), as atividades foram relacionadas à camomila. Neste mês, o encontro realizado no dia 24 de setembro abordou a erva alfavaca, que é similar ao manjericão. Como ela possui várias origens, os profissionais realizaram uma dança gaúcha para ilustrar, depois exploraram ainda os dois tipos de Alfavaca - a Cravo e a Anis. Contaram ainda uma lenda que garante: se uma pessoa colocar a Alfavaca próxima ao peito atrai o ser amado.

O Médico fez uma conexão da planta com a prática física, a jardinagem, que proporciona a existência de idosos ativos, promovendo mais qualidade de vida. A farmacêutica informou que podemos usar o chá de Alfavaca por 15 dias, três vezes ao dia. Para isso é necessário ter certeza da identificação correta da planta, contando com fornecedores idôneos e a partir de uma recomendação médica. A nutricionista demonstrou como realizar o chá, explicou que não podemos ferver a água junto com a planta, e sim ferver a água sozinha e em uma xícara colocar a planta e derramar a água. Depois, deixar por 10 minutos, coar e beber morna. Para degustação do grupo foram feitos pizza, suco de maracujá com alfavaca, chá de alfavaca e arroz doce com alfavaca.

No próximo mês, o grupo acontecerá no dia 29 de outubro. Só nos cabe aguardar ansiosamente para conhecer a próxima planta, a dança típica, seus benefícios, os cuidados, e a maravilhosa degustação que acontece no final do encontro.
 

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