Secretaria Municipal da Saúde

Segunda-feira, 30 de Setembro de 2013 | Horário: 14:23
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Evento discute Política Municipal de Humanização

2° Seminário de Humanização da Coordenadoria Sul reuniu cerca de 200 pessoas no auditório da UNISA

Por Mayara Carlis

 

Participantes foram subdivididos em sete grupos para discutir eixos do documento

 

Na última quarta feira (25/09) a Coordenadoria Regional de Saúde Sul realizou o 2º Seminário de Humanização e apresentou para a população os três principais eixos do documento norteador da Política Municipal de Humanização (PMH). São eles: ampliação e qualificação do acesso e da atenção integral à saúde; aprimoramento da capacidade gestora e valorização do trabalho e do trabalhador da saúde.

O evento, que reuniu cerca de 200 pessoas entre agentes da saúde e população em geral, teve mediação de Marcelo Scrocco, da Supervisão Técnica do M´Boi Mirim. A mesa de abertura contou também com a presença da Dra. Tania Zogbi Sahyoun, Coordenadora Regional de Saúde Sul; Regina Tiveron, Representante do Comitê Municipal da Secretaria Municipal da Saúde e Luzia Coelho Machado, de Gestão de Pessoas da Secretaria Municipal de Saúde.

“Não entendo que seja possível humanizar o serviço somente nas questões de ambiência e nas questões da relação, então essas vertentes da Política Municipal de Humanização devem estar presente, sendo discutidas com os trabalhadores, com a população e com os gestores, porque se isso não ocorrer não há humanização possível. Se eu dificultar ou fechar a porta do serviço para a entrada do usuário nada que eu faça a partir daí vai ter algum proveito, porque se eu estou impedindo o acesso já estou desumanizando o serviço”, afirmou Tania Zogbi.

Segundo Luzia Coelho, a intenção é que esse documento seja ascendente, ou seja, que ele seja efetivamente nascido nas composições e das repetições nas regiões e por isso a importância de um seminário como o que foi realizado.

Após as falas iniciais, foram apresentadas as experiências exitosas de humanização na Supervisão Técnica de Campo Limpo e no Hospital Municipal do Campo Limpo.

Sidnéia Mochnacz, Psicóloga e Coordenadora do SERAVIVI – Hospital Municipal do Campo Limpo, afirma que as condições de trabalho e um clima organizacional de rispidez, desconfiança e abuso de poder aumentam a vulnerabilidade dos trabalhadores, sendo essas condições que acabam pressionando o trabalhador e fazendo com que ele adoeça.

“A violência é sentida pelas pessoas, seja por condições de trabalho insatisfatório, seja pela violência presenciada no autoatendimento do usuário, ou seja, na violência muito sutil, que acontece nas relações entre as pessoas, por exemplo, através de uma comunicação violenta. Por isso é importante pensar em forma de dar suporte para esses trabalhadores”, ressaltou Sidnéia.

A profissional explicou alguns dos projetos que desenvolve como o atendimento psicológico individual e a psicoterapia corporal. Alguns dos resultados obtidos foram surpreendentes, tendo entre eles: a melhoras das condições psíquicas, aumento da autoestima e melhora nas relações interpessoais.

Em outro momento, os presentes foram divididos em sete grupos para discussão mais aprofundada sobre os três eixos motores do documento.

Flávia Cristiane, 36 anos e gerente da UBS Cocaia, participou do grupo que debateu o eixo n° 2 – Aprimoramento da capacidade gestora. “A construção é interessante, existe um fundamento teórico, mas os espaços precisam ser garantindo, cumpridos como agenda.”

Já Josefa Barbosa, 57 anos e autônoma, que ficou com o eixo nº 3 – Valorização do Trabalho e do Trabalhador - chegou à conclusão de que o trabalhador precisa ser cuidado. “Se ele (trabalhador) não for cuidado ele acaba levando más influências aos usuários”. Não sendo da área da saúde e perguntada o porquê de estar no evento Dona Josefa esclarece: “Minha região (Jardim Ângela) tem muita violência e estar aqui é importante, pois vou levar para a minha região o que aprendi aqui. Eventualmente, se tiver mais encontros como este, pretendo vir e trazer pessoas junto comigo. Eu realmente espero que as pessoas saiam um pouco do EU e tenham contato com o grupo, porque eu como usuária e através desse encontro gostaria que essa semente germinasse e esse trabalho sinceramente desse resultado”.

Quase no término do evento as propostas levantadas pelos grupos de discussão foram apresentadas aos organizadores para serem avaliadas e integradas ao documento final. Além disso, brindes tais como livros foram sorteados para os que permaneceram no evento até o final.

 


 Auditório da UNISA ficou lotado (foto: Edir Daher Haddad Marques)

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