Secretaria Municipal da Saúde
Seminário sobre uso de Tecnologia Assistiva lota auditório da UNISA
Por Mayara Carlis
A Coordenadoria Regional de Saúde Sul realizou na última quarta-feira (dia 23), o 1º Seminário sobre Tecnologia Assistiva. O evento foi realizado no auditório da UNISA campus 2, das 8h às 13 h, e reuniu cerca de 100 profissionais da saúde municipal de saúde.
A plateia lotou o auditório e assistiu às palestras feitas por três profissionais da área: a doutora Maria de Mello, que abriu o circuito de palestra apresentando a conceituação classificação e aplicação da Tecnologia Assistiva; a doutora Talita de Campos, que falou sobre terapias ocupacionais e a fonoaudióloga Karina Rizzardo Sella, que abordou a comunicação Suplementar e Alternativa.
Conceito oficial
O termo Assistive Technology, traduzido no Brasil como Tecnologia Assistiva, foi criado nos EUA, em 1988, como importante elemento jurídico dentro da legislação norte-americana. Ela compõe, com outras leis, o ADA - American with Disabilities Act, que regula os direitos dos cidadãos com deficiência nos EUA. Também promove a base legal dos fundos públicos para compra dos recursos que estes necessitam.
No Brasil, é usado o seguinte conceito: "Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social".
Já a doutora Maria de Melo tem outra definição: “Antes de qualquer coisa, o conceito mais básico que podemos pensar como tecnologia assitiva, é qualquer produto que melhore o desempenho funcional das pessoas com algum tipo de deficiência. Então, mesmo os serviços relacionados, sempre vão girar em torno do uso de um produto específico. Podemos até usar de algum tipo de estratégia terapêutica para favorecer o uso daquele produto específico, mas não a técnica terapêutica”, explicou a doutora, que complementou dizendo que “algumas pessoas consideram órteses e próteses como tecnologia assistiva, e elas não são”.
Ainda em sua palestra Maria de Melo destacou duas tendências antagônicas concomitantes para o tema: de um lado, a necessidade crescente de produtos assistivos e, por outro lado, a dificuldade que muitas pessoas possuem para a obtenção de tais produtos adequados para resolução dos problemas que apresentam.
Na sua exposição, a doutora Talita de Campos mostrou a visão da terapia ocupacional nesse meio. “O terapeuta ocupacional exerce papel importantíssimo na vinculação entre o sujeito e os dispositivos de tecnologia assistiva, devido a sua competência em analisar a capacidade do cliente e as habilidades do cliente, as características do produto assistivo, as exigências das tarefas funcionais e os contextos ambientais, além dos aspectos emocionais e econômicos envolvidos para a aquisição dos produtos”, conta.
Em outro momento, ela completou: “É preciso valorizar a acessibilidade e favorecer a criação de políticas eficazes de distribuição de recursos, sempre acompanhadas de um profissional, para que a acessibilidade seja garantida”, afirmou Talita.
Já a fonoaudióloga Karina Rizzardo Sella falou sobre a comunicação suplementar e alternativa. “A comunicação suplementar e alternativa é uma área que está voltada a proporcionar melhores condições de comunicação àquelas pessoas com dificuldades temporárias ou permanentes tanto de linguagem oral quanto escrita; ela conta com diferentes recursos da tecnologia assistiva, de alto e baixo custo na busca de maior independência e autonomia para a comunicação. Entre estes recursos estão as pranchas de comunicação que podem ser confeccionadas em diferentes sistemas gráficos (desde sistemas convencionais como PCS e BLISS, até mesmo com a escrita alfabética ou imagens), até pranchas eletrônicas, comunicadores, softwares ou equipamentos mais sofisticados.
Segundo ela, os usuários em potencial são “pessoas com deficiências neuromotoras, deficiência intelectual, atrasos e transtornos globais de desenvolvimento, deficiência de linguagem adquirida (AVE, TCE e Doenças generativas) e deficiências de linguagem cognitiva (Síndromes e Deficiências Múltiplas).” Os usuários em potencial são pessoas que apresentam limitações para uso eficiente da linguagem oral e ou escrita, seja por uma doença adquirida ou congênita.
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