Prefeitura de São Paulo

 'A baixa umidade do ar resseca as vias aéreas, tornando-as mais susceptíveis a manifestações alérgicas e respiratórias', disse a médica Andrea Munhoz

Por Jéssica Venâncio

Os últimos meses têm sido marcados com a falta de chuva em vários pontos do país. Com a seca, também ocorre a baixa umidade do ar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), índices abaixo de 30% para a umidade relativa do ar podem ser considerados estado de atenção; abaixo de 20%, estado de alerta e abaixo de 12%, estado de emergência. O ideal é que esse índice de umidade esteja em 60%. Índices abaixo dessa condição podem oferecer grande risco às crianças e principalmente aos bebês.

Com o tempo seco, as duas principais preocupações com a saúde das crianças relacionam-se à hidratação e a possíveis problemas respiratórios. Em grandes cidades, como São Paulo, é necessário ter cuidado redobrado, pois a situação se complica ainda mais. Partículas de diversos tipos ficam no ar e são inaladas, como os ácaros. O enxofre que sai do escapamento de veículos e a poeira também prejudicam a saúde.

“A baixa umidade do ar resseca as vias aéreas, tornando-as mais susceptíveis a manifestações alérgicas e respiratórias. Pode ocorrer sangramento nasal, ressecamento da pele, irritação dos olhos, tosse seca e rouquidão, o que se agrava com uso de ventiladores e ar condicionado”, explica a médica Andrea Munhoz, Área Técnica da Saúde da Criança e Adolescente da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

A pele também merece atenção. Evite banhos com água muito quente, pois eles provocam o ressecamento da pele. E não se esqueça de utilizar creme hidratante apropriado para a pele da criança. As atividades físicas ao ar livre não devem acontecer entre 10h e 16h, quando o tempo está mais quente e o ar mais seco.

Outra dica importante é manter os ambientes umidificados. Atitudes simples, como deixar uma bacia com água no quarto da criança ou colocar toalhas molhadas nas extremidades de janelas e portas faz diferença na umidificação do ambiente.

O ressecamento das vias aéreas pode provocar crises de alergia, como por exemplo, a asma. De acordo com Andrea, os pais devem ficar atentos. “Em casos de tosse persistente, com febre e falta de ar, dificuldade respiratória ou comprometimento do estado geral, deve-se procurar assistência médica imediatamente. O mesmo procedimento deve ser feito caso os olhos da criança permaneçam irritados por mais de três dias, mesmo depois da higienização com o soro”, conta a médica.