Prefeitura de São Paulo

A auxiliar de enfermagem Vania orienta Silvânia sobre cuidados para evitar rinite

Texto e foto por Felipe Aires

Com o objetivo de alertar a população para as manifestações alérgicas causadas pelo crescente aumento do índice de poluição e a chegada do inverno, nesta quinta-feira (7/5) celebra-se o Dia Nacional de Prevenção da Alergia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 35% da população brasileira tenha alergia - é a quinta maior causa de internações no SUS.

A alergia se dá quando o organismo responde de uma maneira exagerada aos estímulos comuns do ambiente, elementos do ar, alimentos e medicamentos. Prevenir, diagnosticar e tratar cada tipo de alergia é o maior desafio enfrentado por especialistas no assunto e, por isso, essa data é tão importante.

“Para identificar se o indivíduo é alérgico é importante realizar uma consulta médica. O médico vai avaliar o quadro com uma história clínica detalhada, verificando os sintomas relevantes, perguntando sobre antecedentes pessoais e familiares e, para complementar o diagnóstico. Podem ser realizados exames laboratoriais e testes alérgicos como o teste cutâneo de leitura imediata, realizado principalmente para verificar alergia a inalantes e alimentos e o teste de contato, para auxiliar no diagnóstico das dermatites de contato” disse Renata Gonçalves, médica alergologista interlocutora da Saúde da Criança na Supervisão Técnica Capela do Socorro.

Segundo Renata, os quadros alérgicos podem se manifestar de diversas formas, tanto com sintomas cutâneos, como sintomas respiratórios ou quadros gastrointestinais. “Dentre os sintomas temos obstrução e coceira nasal, espirros, falta de ar, tosse e cansaço no caso de alergia respiratória; urticária, pele seca, coceira na pele, inchaço e descamação, quando os sintomas são cutâneos; e para sintomas provenientes de alimentos, diarreia, vômitos e flatulência, geralmente ligada a algum alimento. Medicamentos, insetos e pele de animal também são propícios à alergia”.

Tipos de alergia

A alergia respiratória contribui para a rinite, sinusite e asma. Elas são as alergias respiratórias mais comuns e podem ser provocadas pela poeira, pelos de animais, cheiro de cigarro ou fumaça, mofo, mudança brusca do tempo, gripe ou resfriado, determinados medicamentos e poluição atmosférica. “Com a chegada do inverno, os casos alérgicos tornam-se mais corriqueiros, pois as pessoas ficam por mais tempo em locais fechados, utilizam roupas que por muito tempo estavam guardadas e possuem maior concentração de ácaros e mofo, e desencadeiam alergias de pele e respiratória”, explicou Renata.

A alergia alimentar ocorre normalmente na infância, porém, pode acontecer em qualquer estágio da vida, já que qualquer alimento novo que comemos pode desencadear reação alérgica. Muitas crianças se livram das alergias por alguns alimentos conforme vão ficando mais velhas. Contudo, amendoim, frutos do mar e frutas secas tendem a perpetuar por causa das substâncias contidas nesses alimentos. Diarreia, vômitos, inchaço ou coceira nos lábios são alguns dos principais sintomas de alergia a alimentos.

Para a alergologista, é importante que o alérgico se previna. Renata ressaltou que “cuidados como manter a casa limpa, arejada, bem ventilada, hidratar a pele após o banho, banhos curtos e com a temperatura morna, dentre outras medidas, são importantes mudanças que influenciam no surgimento da alergia e ajudam a prevenir”. “Seguir as orientações de um especialista e cuidar-se. Essas são as dicas que tenho pra quem apresenta algum tipo de quadro alérgico”, completou.

UBS Jardim Celeste realiza palestra

Nesta quinta-feir a UBS Jardim Celeste (M’Boi Mirim) realizou uma conversa com os pacientes que aguardavam em sala de espera. O tema da atividade foi “Orientação e Prevenção à Alergia” por causa do Dia Nacional de Prevenção da Alergia.

A auxiliar de enfermagem da unidade Vera Lúcia dos Santos orientou a população sobre alguns cuidados simples. “As crises alérgicas tiram a qualidade de vida do paciente. Hoje estamos fazendo essa palestra com quem está na fila de espera. Por mais que nem todos prestem atenção no que está sendo dito, sempre tem uma ou duas pessoas que assimilam o que é passado e isso já vale muito à pena”, disse Vera Lúcia.

Ao comentar sobre o público-alvo da palestra, ela informou que os idosos são o nosso maior foco. “Muitos têm alergia respiratória, mas não têm orientação de como se prevenirem. Por exemplo, a maioria usa tapete e cortinas pesadas, coisas que agravam a crise alérgica, ainda mais se não forem bem conservados”, disse.

A puérpera Silvânia Nunes Rodrigues, técnica de produto, conversou com a palestrante sobre suas crises de rinite e aproveitou para obter orientações. “Eu já coloco em prática algumas coisas que foram passadas aqui hoje, como, por exemplo, o cuidado com o ambiente, evitar o uso de produtos de limpeza pesados, tapetes e afins. Minha qualidade de vida piora muito quando não cuido desses pequenos detalhes e agora, com meu filho de apenas sete meses, meus cuidados estão sendo redobrados. As informações aqui passadas vieram pra somar e nunca é demais. Quanto mais informação melhor”, disse.