Secretaria Municipal da Saúde

Segunda-feira, 13 de Julho de 2015 | Horário: 14:57
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Prevenção do câncer inclui combate a fatores de risco

Sintomas variam muito e dependem da localização da doença

Por Maria Lúcia do Nascimento
Foto: Edson Hatakayema

Câncer é uma proliferação anormal das células, que fogem parcial ou totalmente ao controle do organismo, com efeitos agressivos sobre o paciente. É o nome geral dado a um conjunto de mais de cem doenças que têm, em comum, o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos vizinhos. “Os mais comuns são o câncer de mama e o câncer de próstata, mas os cânceres podem aparecer em praticamente todos os órgãos humanos”, afirma o oncologista Luís Fernando Pracchia, da Área Técnica da Saúde da Pessoa com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (Oncologia), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). O combate aos fatores de risco é uma das armas mais eficazes contra a doença.

Segundo o especialista, células normais podem sofrer alterações no DNA e nos genes. Aquelas em que o material genético foi alterado passam a receber “instruções erradas” para as suas atividades e se transformam em tumores.
O câncer pode ser hereditário, porém é mais raro. “A pessoa pode nascer com a alteração genética, mas ela corresponde a apenas 10 a 20% dos casos de câncer. Essa alteração, contudo, pode se desenvolver ao longo da vida por exposição a fatores de risco como o tabagismo. É a mais frequente e responsável por 80 a 90% dos tumores”, diz o oncologista.

Fatores de risco

Assim como podem ser herdados, os fatores de risco do câncer também podem ser encontrados nas mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem e nos hábitos e estilo de vida das pessoas. De acordo com pesquisas realizadas no Instituto Nacional do Câncer (INCA), o risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de anos e à quantidade de cigarros fumados por dia.

O uso de bebidas alcoólicas pode causar câncer de boca, faringe, laringe, esôfago, fígado, mama, intestino grosso (cólon) e reto. A exposição ao sol, sem proteção contra raios UV, provoca câncer de pele. Alguns vírus também estão bastante associados ao surgimento do câncer, como Leucemia (HTLV), câncer do colo do útero (HPV) e câncer de fígado (vírus da Hepatite C).

“O sedentarismo aumenta o risco de câncer de cólon e reto, mama e endométrio. Outro fator de risco muito frequente e modificável é a obesidade, que está relacionada a diversos tipos de câncer, como câncer de mama, útero (endométrio) e vesícula biliar”, alerta Pracchia.

Sinais e sintomas

Os sintomas variam muito e dependem da localização do câncer. Muitas pintas pelo corpo que mudam de cor, textura ou tamanho, manchas e feridas na pele que não cicatrizam, podem indicar câncer de pele. Um tumor no estômago pode ser revelado por meio de náuseas e desconforto abdominal. Tosse persistente e rouquidão também precisam ser bem avaliadas. Podem ser sinais de câncer no pulmão. Não se esqueça que apenas a avaliação feita por um médico pode caracterizar a presença da doença.

Terapias-alvo: são quimioterapias que utilizam substâncias que atacam os alvos moleculares ou enzimáticos específicos, direcionando a ação de medicamentos, quase exclusivamente aos tumores, reduzindo os danos às células saudáveis e os efeitos colaterais. Essas terapias são utilizadas, por exemplo, no tratamento da leucemia mieloide crônica, do tumor do estroma gastrintestinal e do câncer de mama HER-2 positivo.“Nem todos os tipos de câncer necessitam de todos as modalidades de tratamento”, explica o oncologista.

Metástase

A metástase é uma disseminação do tumor de seu local originário para outro local do corpo. Em um câncer de mama, por exemplo, a presença de doença em ossos caracteriza metástase óssea. “A maioria dos tumores que estão disseminados pelo corpo são incuráveis. Alguns tipos de canceres do sangue, porém, podem ser curados, mesmo na presença de metástases”, esclarece o especialista Pracchia.

De acordo com o médico, a média de casos novos de câncer no Município de São Paulo é de aproximadamente 35 mil casos ao ano. Nos últimos 10 anos não foi observado aumento ou diminuição dos casos novos de câncer. “De positivo há de se destacar a incorporação pelo SUS de medicamentos bioterápicos e medicamentos-alvo, o que demonstrou um aumento da chance de cura dos pacientes”, comemora.

Pracchia afirma que as terapias acima descritas e a exatidão na localização do câncer fazem uma doença curável. “Uma mulher com câncer localizado na mama (sem metástases) tem chance de cura acima de 95%”, finaliza.

Direitos dos pacientes

Os pacientes com câncer têm vários direitos assegurados por leis específicas, tais como: Saque do FGTS, Saque do PIS/PASEP, Auxílio-Doença, Amparo Assistencial ao Idoso e ao Deficiente (LOAS), entre outros. Para a lista completa acesse o link.

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