Prefeitura de São Paulo

Por William Amorim

É comum ouvir de muitas pessoas que elas têm medo de ir ao dentista. Pode ser pelo barulho do motorzinho ou por algum outro fator. O fato é que muitos pais não percebem que transmitem esse medo a seus filhos. Ao identificar o alto número de problemas com crianças nas consultas, a UBS Paraisópolis 3 (Campo Limpo) desenvolveu o grupo OdontoKids, que tornou a visita das crianças ao dentista uma diversão.

A ideia foi da dentista Priscila Fernandes Giacomelle Pedroso. Ela confessa que também tinha medo de ir ao dentista e, quando vê uma criança na consulta nessa situação, sente-se agoniada. “Como muitas delas não estavam respondendo bem ao tratamento odontológico, conversei com a psicóloga do NASF e, juntas, buscamos fazer algo que as ajudasse sem precisar de medicamentos”, afirmou Priscila.

Acabando com medo

O grupo é destinado à garotada de até nove anos. São cinco encontros e sete sessões de flúor. No primeiro encontro, pais e crianças participam de uma roda de conversa e apresentações. No segundo, as crianças ficam com a psicóloga e a sua equipe enquanto os pais se reúnem com a dentista, que lhes explica conceitos de saúde bucal e a questão do medo.

O terceiro e o quarto encontros são a parte mais aguardada, pois os pequenos são levados ao consultório. Neste momento, a garotada é caracterizada como dentista. Usa jaleco, luvas, gorro, máscaras e óculos. O consultório é decorado de forma lúdica e, a partir daquele momento, as crianças são os “doutores” que vão cuidar dos dentes de um dinossauro de pelúcia.

‘Encontros também ajudam os pais’

A participação dos pais é fundamental para o bom andamento do grupo. O motorista José Nilton Santos Dias acompanha seu filho Enzo, de cinco anos, ao OdontoKids. O motorista aprovou a iniciativa. “Estamos em uma comunidade em que nem todo mundo consegue pagar um dentista para o filho. Depois do grupo, o Enzo melhorou 100%. Os encontros também ajudam os pais, pois aprendemos a cuidar melhor da nossa saúde bucal”, disse José Nilton.

No último encontro as crianças recebem um certificado e uma lembrancinha. “Minha filha teve uma experiência traumática em um procedimento de drenagem. Por causa disso ela não conseguia mais chegar perto de médico e dentista, mas ela participou do grupo, gostou e melhorou bastante”, afirma Dalila G. Amorim de Loiola, mãe da Lorena, de três anos.